Coleta e análise de dados dentro de um centro de comando permite monitorar e garantir a tomada de decisão em tempo real, otimizando a jornada do paciente na instituição

Cada dia mais os gestores hospitalares percebem que apenas coletar dados por meio de prontuários eletrônicos e sistemas de gestão não é mais suficiente para oferecer uma assistência de excelência. Para atingir esse propósito, muitos começam a usar a ciência de dados para monitorar as informações e garantir que a tomada de decisão seja feita em tempo real, otimizando o fluxo do paciente na instituição, aumentando a eficiência e garantindo uma boa progressão no desempenho e na segurança do paciente.   

Assim, o envolvimento da gestão hospitalar com a inteligência de dados se torna bastante relevante atualmente porque, enquanto permite uma leitura de todo o legado da instituição, também calcula sua projeção para o futuro. E essa análise resulta em uma melhor compreensão dos processos da organização, de forma que as melhorias nas práticas assistenciais e administrativas são pensadas de forma mais tranquila, segura e rentável.  

Antônio Júnior, diretor técnico do Hospital Unimed Caruaru (PE), utiliza uma central de comando para favorecer as tomadas de decisão na instituição onde atua e já consegue perceber as melhorias:

“Com a implantação da central de comando, nós conseguimos acompanhar em tempo real os principais gargalos que trazem insatisfação aos nossos clientes e, assim, foi possível intervir de forma muito mais rápida, evitando a ocorrências das não-conformidades [o não atendimento a um ou mais requisitos de uma norma estabelecida como padrão].”  

Para Júnior, até o momento, a área que mais ganhou em agilidade no tempo de espera foi o  pronto-socorro. Isso porque a informação imediata e acessível possibilitou uma otimização no atendimento conforme a classificação de risco do paciente:

“Antes da central de comando, esses dados só eram acompanhados e analisados uma vez ao mês. Dessa forma, não era possível intervir para evitar danos na segurança do paciente ou a sua insatisfação com o serviço.”  

Além dos dados 

Para que a instituição de Saúde alcance bons resultados como segurança do paciente e eficiência a partir dos dados, é preciso que a gestão hospitalar invista em análises preditivas contínuas. A partir delas pode-se traçar metas bem definidas para identificar e evitar as principais barreiras de progressão do paciente, entre elas:

• Demora nos procedimentos;
• Disponibilização de resultados de exames
• Dispensação de medicamentos
• Avaliação terapêutica e entre outras.   

Claro que para tudo funcionar bem as equipes assistenciais e administrativas precisam estar preparadas para esse novo modelo de gestão.

“Todos devem receber primeiro uma orientação sobre a importância da implantação de um centro de comando para a instituição e saber seus impactos imediatos, desde os envolvidos da alta gestão até a ponta do atendimento”, acredita o diretor técnico.   

Depois de todo esse processo de educação e capacitação dos colaboradores, também é necessário investir em transparência e apresentar os indicadores alcançados a todos os envolvidos no projeto, sempre mostrando os impactos após a implantação. A recomendação aqui é criar uma sala de situação e investir na capacidade de acompanhamento e tomada de decisão em tempo real a partir dos dados coletados.

Antônio Júnior acredita que o paciente do Hospital Unimed Caruaru já percebe uma maior agilidade no atendimento, embora ainda não consiga identificar esse diferencial como um resultado direto do apoio da ciência de dados. Mas isso está prestes a mudar. Com a aceleração da transformação digital da Saúde durante a pandemia, mais hospitais vão investir em tecnologia que monitora eventos de gestão, além de automatizar processos administrativos, operacionais e assistenciais, alcançando assim um atendimento mais eficiente e seguro para o paciente, além de melhorias nos resultados financeiros da organização.