Como usar a tecnologia para reduzir o turnover nas organizações de Saúde

Quando utilizada como ferramenta de trabalho, tecnologia ajuda a otimizar o tempo do profissional para que ele possa priorizar aquilo que realmente gosta de fazer: cuidar das pessoas

Como usar a tecnologia para reduzir o turnover nas organizações de Saúde

A pandemia da Covid-19 acumulou um alto custo mental e emocional aos profissionais da Saúde. Já no fim de 2020, 78% deles afirmaram que tiveram sintomas característicos da Síndrome de Burnout nos últimos meses (79% entre médicos e 74% entre enfermeiros), segundo um estudo da PEBMED, healthtech de conteúdo para médicos. Esses números foram ainda mais altos em médicos que trabalharam na linha de frente contra o coronavírus, atingindo 83% dos 3.613 profissionais entrevistados. Toda essa sobrecarga gera um grande índice de turnover nas instituições de Saúde, que precisam se reinventar e usar cada vez mais os benefícios da tecnologia na Saúde para lidar com o desafio da falta de mão de obra disponível.

Para Zilmara Gonzaga, psicóloga e coordenador de recursos humanos do Hospital Moriah (SP), a gestão em Saúde deve sempre estar atenta para os índices de afastamento por questões mentais e/ou emocionais, pois isso pode revelar colaboradores sobrecarregados em suas funções:

“Os sinais mais evidentes são taquicardia, dores de cabeça constantes, falta de apetite, insônia, desânimo para cumprir as tarefas, falta de concentração e foco na atividade, sentimento de fracasso ou insegurança e sentimento de ineficácia e de falta de realização pessoal e profissional”, lista a psicóloga.

Ela também deixando claro que a estafa mental e física também provoca queixas psicossomáticas e comportamentos que deixam claro a insatisfação do profissional no trabalho.

No setor de Saúde, a intensidade da carga de trabalho é alta e exige bastante dos colaboradores. Por isso, eles estão entre os profissionais que mais sofrem a exaustão emocional, com o agravante de que recentemente para o indivíduo se recuperar de um evento estressante no trabalho, contextualiza Zimara:

“Costuma ser mais fácil identificar o Burnout e a sobrecarga de trabalho nos profissionais da Saúde, pois o setor favorece o desencadeamento de altos níveis de estresse.”

liderança em Saúde, por sua vez, pode ajudar a prevenir essa estafa anunciada compartilhando as ações e as expectativas que possui para que o colaborador busque ser produtivo e tenha um ambiente saudável de trabalho, recomenda a especialista:

“Para manter o profissional engajado é preciso levá-lo a refletir sobre seus objetivos na vida pessoal e no trabalho, para que encontre propósito nas atividades que desenvolve na instituição.”

A gestão em Saúde pode, além disso, atuar para entender melhor o processo de trabalho, alinhar as demandas e metas profissionais diretamente com o colaborador, estimular o autoconhecimento e a autonomia no trabalho e, ainda, criar conexões e comunicação assertiva com a equipe, enfatiza Zilmara, lembrando que tudo isso deve estar sempre alinhado com o propósito da instituição, com ações de bem-estar, com orientações para uma vida saudável e acompanhamento de grupos terapêuticos.

Nesse sentido, há uma ferramenta importante que pode ajudar as organizações: a tecnologia na Saúde. Seu uso apoia a rotina dos profissionais, facilitando o dia a dia e garantindo que eles priorizem o que realmente gostam de fazer: cuidar das pessoas.

“O uso da tecnologia na Saúde como ferramenta de trabalho auxilia no atendimento mais rápido e eficaz, desde consultas por telemedicina ao uso de equipamentos para cirurgias complexas, tornando assim procedimentos menos invasivos”, descreve Zilmara. 

São exemplos de tecnologias que apoiam a rotina do colaborador da Saúde, tornando-a mais eficaz e segura:

  • Aplicativos de SaúdeApps podem ser usados para otimizar inúmeras atividades dentro de uma organização de Saúde, incluindo: organizar a agenda dos médicos, possibilitar avisos de chegada de pacientes em hospitais de emergência e consultas ou outros procedimentos pré-agendados, auxiliar o monitoramento de sinais vitais de pacientes, facilitar a comunicação entre as equipes envolvidas em um determinado processo, entre outros usos. Tudo isso facilita o gerenciamento das rotinas, permitindo que o profissional tenha mais tempo para dedicar à sua atividade principal, seja ela a assistência ou o backoffice da instituição. 
  • Prontuário Eletrônico do Pacienteo PEP atua principalmente apoiando o diagnóstico assertivo, já que disponibiliza na mesma plataforma todas as informações sobre um determinado paciente, tais como alergias, exames, consultas e procedimentos já realizados, entre outros. Tudo isso garante mais segurança ao paciente e ao profissional sobre a tomada de decisão. 
  • Sistemas dotados de inteligência artificiala IA se tornou uma grande aliada dos profissionais de Saúde. Seu uso na radiologia digital, por exemplo, por meio de um Sistema PACS, amplia a produtividade e possibilita que o médico radiologista foque seu tempo e energia nos casos mais complexos. Um sistema com inteligência artificial também consegue fazer a triagem de urgência, colocando à frente para fazer um exame quem realmente mais precisa dele — o que também diminui a complexidade da assistência em caso de agravos. 

Há ainda outras estratégias para a retenção de talentos nas instituições que podem ser apoiadas pelo uso da tecnologia na Saúde e uma das principais delas é a pesquisa de clima organizacional, segundo a especialista.

“Através desse tipo de pesquisa é possível medir o nível de satisfação dos colaboradores e o nível de engajamento entre as equipes. Com isso, gestores e o departamento de recursos humanos podem definir estratégias para tornar a empresa mais atrativa, tanto para os que estão, quanto para os que desejam entrar”, resume Zilmara.

Investir em plataformas de ensino para capacitar os colaboradores, aprimorando conhecimentos e habilidades, é mais uma forma de reter e motivar talentos.

“Com iniciativas assim, a empresa demonstra sua valorização com o profissional, inserindo o colaborador nos planos futuros da instituição”, recomenda Zilmara.  

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