Plataformas de interoperabilidade na saúde: o que o gestor de TI precisa saber antes de escolher

Como gestores de TI podem tomar uma decisão mais consciente e estratégica na escolha de uma plataforma de interoperabilidade em saúde?

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A transformação digital da saúde avança rapidamente, e com ela cresce o desafio da interoperabilidade. Em um ambiente onde diferentes sistemas convivem — como HIS, LIMS, PACS, ERPs e soluções específicas de operadoras ou da rede pública —, garantir que todos “conversem entre si” é essencial para a eficiência dos processos, a segurança do paciente e a sustentabilidade da instituição.

Neste artigo, você, gestor de TI, vai entender os principais critérios técnicos e estratégicos que devem nortear a escolha de uma plataforma de interoperabilidade, com foco em evitar retrabalhos, garantir segurança, facilitar a orquestração entre áreas e permitir uma visão unificada e acionável dos dados do paciente. 

Além disso, falaremos sobre os impactos da interoperabilidade em frentes como ESG, digitalização e integração com o SUS e operadoras.

 

O impacto da falta de interoperabilidade: retrabalho, atrasos e riscos assistenciais

A ausência de interoperabilidade entre os sistemas utilizados por hospitais, clínicas e operadoras de saúde tem consequências graves. Sem a integração adequada, os profissionais de saúde precisam lançar informações em sistemas distintos, muitas vezes manualmente, o que gera retrabalho, desperdício de tempo e propensão a erros.

A falta de comunicação entre as plataformas também pode comprometer a continuidade do cuidado. Médicos podem tomar decisões com base em informações desatualizadas ou incompletas, o que aumenta o risco assistencial. 

Já do ponto de vista administrativo, atrasos em processos como faturamento, auditoria e gestão de leitos também são comuns quando os sistemas não conversam entre si.

Um sistema desconectado afeta a produtividade, a segurança e a experiência tanto do paciente quanto dos profissionais. E o impacto pode ser ainda maior quando pensamos em redes de saúde com múltiplas unidades e sistemas legados distintos.

 

Por que a interoperabilidade é peça-chave para a saúde digital e estratégias ESG

Podemos dizer que a interoperabilidade é o alicerce da saúde digital. Para que as instituições possam adotar prontuários eletrônicos inteligentes, monitoramento remoto, telessaúde e outras tecnologias emergentes, é essencial garantir que os dados circulem entre os sistemas com fluidez e segurança.

Ela ainda está alinhada às diretrizes de ESG (Environmental, Social and Governance). Sob o aspecto ambiental, ao promover o uso de dados digitais e eliminar processos baseados em papel, ela impulsiona práticas paperless e contribui para a sustentabilidade da operação. 

No aspecto social, melhora o cuidado ao paciente ao garantir que os profissionais tenham acesso rápido e preciso às informações. E na governança, reforça a rastreabilidade, auditoria e conformidade com normas como LGPD.

Portanto, investir em uma plataforma interoperável não é apenas uma escolha tecnológica: é uma decisão estratégica que posiciona a instituição no caminho da inovação, eficiência e responsabilidade.

 

O que considerar ao escolher uma plataforma de interoperabilidade em saúde

A escolha de uma plataforma de interoperabilidade exige análise técnica e visão de futuro. Veja os principais pontos que um gestor de TI deve avaliar:

 

  • Capacidade de integração com sistemas legados e novos sistemas;
  • Adoção de protocolos de comunicação e padronização de dados;
  • Segurança da informação e conformidade com normas de privacidade;
  • Capacidade de escalar e adaptar-se ao crescimento da instituição;
  • Interface intuitiva e acessível para diferentes perfis de usuários;
  • Suporte técnico e atualizações constantes;
  • Recursos de orquestração e automação de processos clínicos e administrativos;
  • Capacidade de centralizar informações de forma estruturada e acionável.

Vamos detalhar os principais desses pontos a seguir.

 

Troca segura de dados: integração entre HIS, LIMS, PACS, ERPs e demais sistemas

A base de qualquer plataforma de interoperabilidade eficiente é sua capacidade de promover a troca segura e fluida de dados entre sistemas heterogêneos, incluindo:

 

  • HIS (Sistema de Informação Hospitalar), com foco no gerenciamento clínico e administrativo;

  • LIMS (Sistema de Informação de Laboratório), responsável por armazenar e processar resultados laboratoriais;

  • PACS (Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens), utilizado para armazenar e acessar exames de imagem;

  • ERP (Sistema de Gestão Empresarial), sistema voltado para áreas como compras, financeiro e estoque.

A integração entre esses sistemas evita duplicidades de registros, aumenta a produtividade e reduz riscos. Além disso, é fundamental garantir que a troca de informações seja criptografada, autenticada e autorizada, com rastreamento completo para fins de auditoria e conformidade legal.

 

Padronização é essencial: HL7, FHIR, TISS e outros protocolos que o gestor deve conhecer

Uma das premissas da interoperabilidade é a adoção de padrões. Eles garantem que os sistemas possam “falar a mesma língua” — mesmo que tenham arquiteturas e finalidades diferentes. Entre os principais protocolos, destacam-se:

 

  • HL7 (Health Level Seven): padrão consolidado que define como os dados clínicos são trocados entre sistemas.

  • FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources): nova geração do HL7, com foco em flexibilidade e APIs modernas.

  • TISS (Troca de Informação de Saúde Suplementar): obrigatório para comunicação entre operadoras de saúde e prestadores.

  • DICOM: padrão para imagens médicas (radiologia, tomografia, etc).

Dessa forma, ao escolher uma plataforma, verifique se ela suporta múltiplos padrões e tem flexibilidade para evoluir junto com as diretrizes técnicas do setor.

Orquestração de processos: conectando áreas clínicas e administrativas em tempo real

A interoperabilidade não se resume à troca de dados. Uma plataforma eficiente deve também permitir a orquestração de processos, ou seja, a automatização e coordenação inteligente de fluxos entre diferentes áreas.

Alguns exemplos são a solicitação de exames e sua integração com laboratório e imagem, faturamento automático após alta, notificações para equipes multidisciplinares e integração entre agendamento, prontuário e financeiro.

Essa orquestração gera agilidade, reduz gargalos, facilita a gestão e melhora a experiência tanto do paciente quanto dos colaboradores.

 

Centralização de dados e visão 360° do paciente: um diferencial estratégico para a gestão

Com os dados distribuídos entre sistemas, é difícil tomar decisões assertivas e ter uma visão completa do paciente. A centralização da informação em uma plataforma única e com atualizações em tempo real é um dos maiores benefícios da interoperabilidade.

Essa visão 360° permite um melhor monitoramento da jornada do paciente desde o primeiro atendimento, o cruzamento de dados clínicos e administrativos para melhorar indicadores, o aumento da eficiência na gestão de leitos, insumos e equipes e a implementação de analytics, IA e modelos preditivos com dados confiáveis.

A interoperabilidade permite que os dados sejam legíveis e acionáveis por diferentes perfis: médicos, enfermagem, administrativo, TI, financeiro, diretoria, entre outros.

 

Integração com o SUS, operadoras e sistemas externos: o valor da conectividade ampliada

Outro ponto crucial é a integração com sistemas externos. Muitos hospitais e clínicas precisam interagir com:

 

  • Sistemas do SUS: como e-SUS AB, CNES, SISREG e demais plataformas de regulação;
  • Operadoras de planos de saúde: via TISS e portais específicos;
  • Centrais de regulação e redes de referência;
  • Sistemas públicos de notificação e vigilância sanitária.

Uma boa plataforma de interoperabilidade deve oferecer conectores ou APIs que facilitam esse diálogo, automatizando processos e evitando retrabalho com digitação redundante.

Além disso, a conectividade com redes regionais e iniciativas como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) é um diferencial estratégico que amplia a troca de informações entre instituições e fortalece o ecossistema de saúde como um todo.

 

Conclusão

A interoperabilidade é uma necessidade estratégica para instituições de saúde que desejam operar com segurança, eficiência, visão analítica e foco no cuidado centrado no paciente. 

Gestores de TI têm um papel essencial nessa transformação, sendo responsáveis por liderar a escolha de plataformas que permitam integrar sistemas, padronizar dados e orquestrar processos de forma fluida.

Ao considerar os pontos abordados neste artigo, sua instituição estará mais preparada para fazer uma escolha assertiva e sustentável, capaz de melhorar a jornada do paciente, aumentar a eficiência operacional e apoiar os compromissos com a transformação digital e o ESG.

 

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