TEA: Atenção ao beneficiário e à saúde financeira das Operadoras de Saúde

Com programas assistenciais de acompanhamento dos pacientes é possível promover boas práticas de estratégias da medicina preventiva e entregar mais qualidade de vida às família.

TEA: Atenção ao beneficiário e à saúde financeira das Operadoras de Saúde 

Se em 2000, uma em cada 150 crianças de 8 anos de idade era diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nos Estados Unidos, os últimos dados de 2020 mostram que esse número subiu para uma em cada 36 crianças, segundo relatório de 2023  feito pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC) e que acaba de ser divulgado. Isso significa que 2,8% da população americana está diagnosticada com TEA. Por aqui, no Brasil, ainda não existe um levantamento oficial do número de casos reconhecidos, mas se fizermos uma projeção a partir do estudo do CDC estaremos falando de cerca de 5,95 milhões de autistas no País. É mais do que urgente repensar a assistência a essa população.  

 

Cobertura garantida 

Idealmente, o tratamento multidisciplinar da pessoa com TEA na saúde suplementar deve ser por meio de programas assistenciais das próprias operadoras de saúde ou terceirizados aos prestadores especializados na área, conta Guilherme Pereda, médico especialista em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) e pela Fundação Getúlio Vargas, lembrando que o TEA tem origem genética e é um distúrbio do neurodesenvolvimento de início precoce, caracterizado por comprometimento das habilidades sociais e de comunicação, além de comportamentos repetitivos e estereotipados. 

É importante lembrar que a cobertura de diagnóstico e tratamento é obrigatória para pacientes de ambos os sexos com manifestações clínicas sugestivas de TEA, quando presentes pelo menos um dos seguintes critérios: deficiência intelectual, crises convulsivas, malformação do sistema nervoso central, dismorfias, micro ou macrocefalia", enumera Pareda, que também acumula experiência com Tecnologia na Saúde, Gestão em Operadoras de Saúde e em Hospitais.  

"Com a criação de programas específicos para o paciente com TEA há um ganho de conhecimento e orientação relevantes sobre a doença, aceleração no diagnóstico e do acompanhamento, maior controle da condição crônica e, por fim, suporte integral que garante a perpetuação do bom cuidado." Guilherme Pereda, médico especialista em Sistemas de Saúde pelo HC-FMUSP 

 

Programas de atenção 

A criação de programas de atenção à Saúde do paciente com TEA se viu com bons olhos pela gestão dos planos de saúde especialmente porque permite um maior cuidado preventivo a um grupo de beneficiários:

“Programas destinados ao tratamento do TEA ou a outras condições crônicas fazem parte das boas práticas de estratégia de medicina preventiva e da promoção de saúde de qualquer instituição de saúde. Em última instância, além do benefício assistencial, esse tipo de iniciativa levará a economia direta ou indireta do sistema de saúde, ou seja, melhoria na sustentabilidade do setor”, revela Pereda. 

Entre os principais ganhos da iniciativa, o especialista destaca estão:  

  • Acolhimento da família e do paciente 
  • Redução de sinistralidade 
  • Fortalecimento da rede de atenção à Saúde 
  • Redução de reclamações dos beneficiários (NIPs)  
  • Redução na judicialização em caso de operadoras de saúde. 

“É comum que a gestão de planos de Saúde com rede própria foque mais no assunto, uma vez que costuma se preocupar mais com a sinistralidade de seus beneficiários e ser mais exigida quanto à responsabilidade de direcionamento dos casos do que outros atores da Saúde”, enfatiza Pereda, mas hoje já é possível encontrar redes hospitalares ou clínicas especializadas que são parceiras de destaque para o suporte adequado no desenvolvimento desses programas. 

Um exemplo é o Sistema Unimed, cujo programa “Cuidando de perto: nova linha de cuidado para o Autismo” você pode conhecer aqui.  

Pereda lembra que a TEA é uma condição limitante, que isola a pessoa em si. A solução para o cuidado, portanto, é promover uma conexão a partir da compreensão da condição, de paciência e de formas corretas de acessar a pessoa. Para tanto, existem diversos profissionais da área da saúde com técnicas adequadas para se atingir a melhor progressão terapêutica. O suporte da família e o contexto social do paciente devem ser estudados e fazer parte da terapêutica empregada.

“Existe o ideal e o que é possível fazer dentro desses contextos. O que não pode acontecer é haver falta de diagnóstico ou, uma vez diagnosticado, ocorrer negligência da condição. Isso pode levar ao completo isolamento e disfuncionalidade dessas pessoas, quando, muitas vezes, poderiam ser indivíduos funcionais para a sociedade e para si mesmas, mesmo que com limitações”, finaliza o médico.  

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