O papel do enfermeiro na gestão da Saúde Pública

Profissional capacitado consegue aliar metodologias de gestão e ferramentas tecnológicas para prestar assistência de qualidade ao cidadão, trazendo melhoria ao sistema como um todo.

O papel do enfermeiro na gestão da Saúde Pública

Em um sistema extremamente regulado, com verbas reduzidas e demanda crescente, além de nível de exigência alto dos cidadãos, a gestão da Saúde Pública exige profissionais cada vez mais capacitados, independentemente da formação. Nessa realidade, muitos enfermeiros adquirem um papel diferenciado nas instituições. Eles têm metas estabelecidas, avaliações constantes de desempenho e treinamento para desenvolvimento de competências de gestão. Isso explica a importância do gerenciamento de enfermagem, sobretudo na rede pública, para o alcance da excelência na prestação de serviços.

A figura do gestor de enfermagem se torna fundamental para as organizações de Saúde Pública, especialmente na coordenação e direção do fluxo de trabalho assistencial. Isso porque não há um CEO, ou mesmo as frequentes cobranças por resultados da rede privada. Cabe a esse profissional, portanto, organizar a equipe no ambulatório, dividi-la para que todos os cidadãos estejam protegidos pela devida supervisão técnica, instruí-la sobre os cuidados com uso de equipamentos e medicações, fiscalizar se os procedimentos sanitários e de higiene estão sendo seguidos e se os atendimentos são prestados com rapidez, sem erros e com alto nível de satisfação. Esse profissional ainda recebe reclamações e críticas sobre a assistência, buscando encontrar soluções tecnológicas ou operacionais que melhorem a capacidade de atendimento da enfermagem.

Para auxiliar enfermeiros a se desenvolverem também como líderes, é preciso capacitá-los. A gestão da Saúde Pública deve incentivar a busca constante de resultados por meio de metodologias de gestão e ferramentas tecnológicas, mas é fundamental que os profissionais estejam familiarizados com seu uso. 

Um exemplo é a adoção do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), obrigatória desde o início de 2017 nas Unidades Básicas de Saúde. O sistema tem como principal objetivo digitalizar as fichas manuais, prescrições médicas ilegíveis e relatórios médicos fragmentados. A organização pode ainda optar pelo Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), que possui mais funcionalidades que o PEC e permite o acesso aos dados até mesmo fora da instituição, quando armazenados por computação em nuvem. Dessa forma, as informações de cada paciente, como exames, medicações e outros procedimentos realizados, ficam registradas no mesmo lugar, permitindo um rígido controle da assistência, incluindo mecanismos como alertas que indicam se o remédio correto está sendo aplicado no paciente certo e na dose prescrita.

Para o gestor de enfermagem, tanto o PEC quanto o seu sucessor com mais funcionalidades, o PEP, atuam como ferramenta de controle de processos, permitindo que ele acompanhe em tempo real os movimentos da equipe assistencial. Isso sem falar na praticidade da junção de registros clínicos, bem como a menor chance de erros que podem comprometer a segurança do cidadão. Mas, para que tudo isso faça diferença no dia a dia, a usabilidade é fator essencial.

Além do prontuário eletrônico, um sistema de gestão permite o controle e o monitoramento de referenciais de desempenho e a mensuração dos resultados. A ferramenta identifica, por exemplo, o custo dos medicamentos utilizados, as flutuações sazonais das doenças, os enfermeiros mais produtivos, quem está sobrecarregado ou ocioso, a taxa de retorno após alta, entre outras variáveis que auxiliam o gestor a compreender o caminho traçado pela instituição e os possíveis gargalos de eficiência.

Com um olhar mais amplo, a informatização, aliada à capacitação dos profissionais de enfermagem para assumir cargos de gestão da Saúde Pública, dá início a uma mudança completa não somente na prestação de serviço, mas na concepção de assistência por parte do estado. O gestor de enfermagem ocupa papel central nesse processo, mensurando e impulsionando a melhoria na evolução clínica dos pacientes (acompanhada por parte de sua equipe) e dimensionando adequadamente seu pessoal, entre outras atribuições fundamentais.

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