O paciente no centro do cuidado, como deve ser: a experiência do Mãe de Deus
Em apenas um ano, já são mais de 12 mil vidas acompanhadas de perto pelos especialistas do hospital através do aplicativo Mãe 360°. E o melhor: com o foco na medicina preventiva
Paulo Magnus, presidente da MV
A saúde sempre esteve interligada: é uma avaliação clínica que leva ao agendamento de um exame específico, cujo resultado pode revelar a descoberta de um diagnóstico e, por fim, orientar pela busca do melhor tratamento rumo à cura ou ao controle da doença em questão. Só que com o uso da tecnologia e mantendo a inovação com foco no cuidar, toda essa conexão inata consegue atingir proporções ainda maiores para a Gestão da Saúde, principalmente na hora de facilitar a troca de informações entre médicos e todo o sistema de saúde aos dados do paciente e analisar tudo em tempo real. A essa nova dinâmica chamamos Global Health.
Integrar os dados dos pacientes, portanto, tem sido um dos grandes desafios da saúde digital. Isso, invariavelmente, nos leva às discussões sobre interoperabilidade entre sistemas. Mas hoje, meu convite é outro e quero que nossa reflexão se estenda para outro campo, àquilo que chamo de patrimônio da pessoa e que engloba seus dados de saúde e o direito individual de acessá-los, gerenciá-los e compartilhá-los com quem bem-quiser. Acredito que somente dessa forma, tendo total e amplo acesso aos próprios dados, o paciente pode (re)assumir seu protagonismo e voltar a estar no centro do cuidado em saúde.
Projetos como esse trazem uma premissa irreversível no futuro da saúde: O paciente no centro do cuidado. Já que ele é o dono de seus dados e fica cada vez mais claro também que é ele quem precisará se movimentar para cuidar melhor de si.
Junto a mim nessa visão existem algumas instituições brasileiras na vanguarda deste movimento e já adotaram soluções interessantes, como uma plataforma única de atendimento, cujo principal objetivo é fazer com que o hospital e o paciente tenham um contato mais próximo e seguro, mesmo à distância. Entre elas, destaco o projeto Mãe 360º, do Hospital Mãe de Deus, que é uma referência no Rio Grande do Sul, minha terra natal.
Visão 360º
O nome dado ao projeto foi escolhido com muito zelo justamente para poder retratar a vontade do hospital em cuidar de seu paciente em todas as esferas, mesmo após a alta. Foi assim que, junto ao time de MV, a equipe do Mãe de Deus personalizou o aplicativo Personal Health da MV — uma vez que ele é white label e pode ser customizado à realidade e necessidade de qualquer instituição de saúde —, visando estabelecer uma linha de tratamento específico para todos os que estão liberados para ir para suas casas, sempre ponderando oferecer uma assistência completa, com conforto, autonomia e humanização também nesse atendimento não-presencial.
Hoje, um ano após o início do projeto, os números mostram que a escolha por dar ao paciente o total acesso aos seus dados de saúde tem o aproximado ainda mais da instituição. Agora, já são 12.154 pessoas que estão usando o aplicativo no ecossistema Mãe 360º e que passaram a ter um contato ainda mais próximo com o Mãe de Deus, que está, literalmente, acessível na palma da mão. Na América Latina, mais de 2 milhões de pessoas já utilizam a plataforma para guardar seus dados pessoais e interagir com os 153 clientes que já adotaram o Global Health da MV.
Entre outras funcionalidades importantes, o App Mãe 360º consegue reunir características físicas do paciente, dar aviso de suas comorbidades e alergias, listar medicamentos em uso contínuo e alertar sobre horários de agendamento de consultas e exames, além de gravar todos os resultados. É importante esclarecer, também, que todos os dados são depositados num repositório exclusivo do paciente, atendendo às determinações da LGPD.
Além disso, a ferramenta costuma tocar o alarme nos horários certos da medicação e permite que o paciente possa realizar um check-in antecipado na instituição, quando precisar se consultar presencialmente.
Por fim, ainda tem a aba de Telemedicina 24 horas, pela qual tanto os médicos podem atender os pacientes remotamente, quanto a Enfermeira Navegadora, recém-inserida no processo do Mãe de Deus que visa gerenciar a jornada do paciente que está em tratamento crônico, o que possibilita um cuidado muito mais próximo e sempre que o paciente desejar. Ainda neste quesito, importante ressaltar que entre os benefícios da plataforma está o monitoramento de crônicos, o consultório digital e a telemedicina.
Multicanal
A ideia de um SuperApp, que reúne informações tão preciosas, não é lá uma novidade, sabemos. Outras áreas — e até governos, como a China — já lançaram mão da estratégia para integrar dados relevantes em um só lugar. Mas, na saúde, seu uso inaugura um conceito de cuidado e de Gestão da Saúde, multicanal, que facilita não só a jornada do paciente, mas também a organização de fluxo de atendimento ambulatorial e clínico, melhorando os processos das instituições. Isso, por si só, é um ganho tremendo que a tecnologia traz.