Gestão em Saúde: como reduzir o desperdício e investir de modo mais inteligente
Num tempo de dinheiro escasso, a OMS aconselha as melhores práticas para aumentar eficiência dos serviços de Saúde antes de optar pelo corte das despesas
![Gestão em Saúde: como reduzir o desperdício e investir de modo mais inteligente](https://mv.com.br/storage/blog/1542012022101063446779ba526.png)
“Antes de cortar nas despesas em Saúde, procurem primeiro as oportunidades para aumentar a eficiência”. O conselho, que é da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi dado inicialmente em 2010, em uma tentativa de ajudar países pobres e ricos a financiar os cuidados em Saúde de maneira a melhorar o acesso a uma assistência de qualidade. Não poderia ser mais atual.
"A OMS estima que entre 20 e 40% de todas as despesas em Saúde são desperdiçadas devido à ineficiência da gestão."
Hoje, além da alta dos custos, resultado direto de fatores como o envelhecimento da população e do aumento das doenças crônicas não-transmissíveis.
BAIXE GRÁTIS! eBook - Health Analytics: O guia completo do gestor da saúde
Outras variantes como o valor dos novos tratamentos e a crise socioeconômica mundial, acentuada pela pandemia de coronavírus e conflitos armados, desafiam a Gestão estratégica em saúde a fazer melhor uso dos seus recursos, seja por melhores práticas de aprovisionamento, um maior uso de produtos genéricos, incentivos certeiros aos prestadores de serviços ou mecanismos financeiros e administrativos mais fluidos.
Acompanhe agora as boas práticas preconizadas pela OMS antes e agora.
Utilize os recursos racionalmente
O conselho parece óbvio, a princípio, mas estudos conduzidos por consultorias independentes, como a PwC, calculam que, nos EUA, metade dos gastos anuais com Saúde sejam desperdiçados. Entre os fatores que impactam diretamente a capacidade de administrar bem os recursos disponíveis, a OMS lista os processos de aquisição mal-executados, o uso irracional de medicamentos, as falhas na gestão de recursos humanos e de tecnologias, além de sistemas financeiros e administrativos fragmentados.
Priorize a gestão inteligente de medicamentos
Remédios somam entre 20 a 30% das despesas globais de saúde, calcula a OMS. Os preços aplicados para as compras internacionais de medicamentos consideram cálculos medianos que invariavelmente resultam na falta de um preço justo a regiões mais carentes. Uma solução que a OMS recomenda é o uso de medicamentos genéricos, sempre que possível:
“Um estudo sobre 18 medicamentos em 17 países de rendimento médio revelou que os custos para os doentes poderiam ser reduzidos em 60%, em média, trocando as marcas originais por equivalentes genéricos com preço mais baixo”, enfatiza o relatório da organização.
Obtenha o máximo da tecnologia como aliada
A chamada tecnologia médica tem o potencial de melhorar os serviços de saúde oferecidos, desde que seja usada adequadamente, baseada em evidências científicas e em boas práticas. Mas tal premissa é verdadeira quando acompanhada de treinamento e capacitação das equipes de saúde para o uso correto de equipamentos e sistemas — do contrário, a adoção de tecnologia acumula apenas mais gastos a um sistema sobrecarregado.
Melhore a eficiência na gestão hospitalar
Os cuidados hospitalares são responsáveis por metade dos custos do sistema de saúde — chegando até em dois terços, em alguns casos. A alta duração das internações é destacada pela OMS como uma das despesas mais significativas, segundo o relatório:
“Uma revisão de mais de 300 estudos sobre produtividade da prestação de cuidados de saúde determinou que a eficiência hospitalar, em média, era cerca de 85%. Isso significa que os hospitais poderiam fazer 15% mais do que já fazem atualmente com os mesmos custos. Ou então atingir o mesmo nível de serviços reduzindo em 15% os gastos.”
Mantenha as pessoas motivadas
Profissionais de saúde são essenciais e centrais a todo o sistema, e os gastos com eles chegam a somar metade de todas as despesas. No entanto, a escassez de recursos humanos e a falta de capacitação constante podem minar a eficiência da gestão em Saúde para impactar até mesmo no desfecho clínico. Para melhorar esse desempenho, o relatório destaca a importância de remunerações adequadas e melhor adequação das competências às tarefas executadas.
![1542012022101063446779caf80.png](https://mv.com.br/storage/blog/1542012022101063446779caf80.png)