Como o 5G construirá a era da Saúde interconectada e sem fronteiras

De forma gradativa, a Saúde Digital está avançando no Brasil, embora ainda haja um longo caminho para o seu pleno exercício. Porém, a chegada do 5G ao País promete dar uma forte contribuição ao processo de digitalização deste essencial setor

Como o 5G construirá a era da Saúde interconectada e sem fronteiras

A frequência 5G já está em operação no Brasil e, agora, é uma questão de tempo para que o uso da tecnologia seja intensificado em todo o território nacional. Grande viabilizador das conexões inteligentes entre dispositivos, o espectro tende a promover grandes transformações em diversos setores da sociedade, entre eles a Saúde. Procedimentos impensáveis no passado, como cirurgias a distância, serão práticas comuns. 

“Quando pensamos em Saúde Digital associada ao 5G estamos falando de muitas e promissoras possibilidades, especialmente em relação à expansão da Internet das Coisas (IoT)”, observa o diretor corporativo de Tecnologia da MV, Andrey Norberto de Abreu. “Temos clientes que já lançam mão desse princípio, mesmo sem o 5G, então, é certo que essa inovação será impulsionada a outros patamares. Como exemplo prático, cito uma grande instituição que já usa essa interconexão para mapear a temperatura de saída dos alimentos da cozinha e o seu nível final ao chegar até os pacientes. Isso é importante porque, dependendo da temperatura, pode-se iniciar um processo de contaminação. Este é um simples exemplo do que uma conectividade de alta velocidade pode proporcionar.” 

Outra aplicação viável do IoT com grande potencial de impacto assistencial e econômico é o monitoramento da oxigenação do paciente em tempo real, inclusive com registros automáticos em seu prontuário eletrônico. “Com isso, garante-se que o paciente está recebendo o nível correto de oxigênio e, ao mesmo tempo, evita-se o desperdício”, esclarece o executivo da MV. “O mesmo princípio se aplica à bomba infusora de líquidos, que uma vez interconectada trará precisão no que diz respeito à correta dosagem de fármacos ou nutrientes que precisam ser administrados, em linha ao prontuário do paciente. Com isso, erros podem ser evitados e os médicos podem acompanhar tudo em tempo real.”  

"A gestão da saúde estará na palma da mão do médico. E, para isso, é preciso uma boa conectividade. Logo, toda a cadeia ganhará, porque idas às emergências e procedimentos desnecessários serão evitados”, Andrey Abreu, diretor corporativo de Tecnologia da MV

A expansão do 5G e as oportunidades para o uso de internet das coisas, inteligência artificial, wearables devices e ferramentas de telemedicina viabilizam um ecossistema de Saúde que utiliza dados em tempo real para detectar doenças ainda em seus estágios iniciais.A tecnologia aumentará a eficácia da saúde preventiva, cuja eficiência está ligada ao acompanhamento contínuo. E esse acompanhamento depende do engajamento do paciente, facilitado pelo 5G por meio do input de dados confiáveis em tempo real, para trazer ainda mais precisão e eficiência aos tratamentos”, corrobora a sócia e líder da EY-Parthenon para a América do Sul, Luciane Infanti.  

A consultora reforça que os primeiros ganhos com o 5G virão no espectro mais sofisticado dos serviços de Saúde, na forma de cirurgias remotas, ambulâncias e hospitais conectados. “Essas soluções se beneficiam da baixa latência do 5G e da capacidade de conexão nos grandes centros. Mas será questão de tempo para que uma infinidade de aplicações se torne realidade, proporcionando intensa transformação nos modelos e práticas de saúde.” 

Saúde sem fronteiras  

O 5G tornará realidade uma Saúde cada vez mais integrada, com processos automatizados e com menor vulnerabilidade de falhas humanas. Outro campo que tende a se desenvolver é o de telessaúde, afinal, já são mais smartphones em circulação no País do que a própria quantidade de habitantes. Com a melhora da conectividade, portanto, mais pessoas poderão usufruir desse recurso.    

“Dessa maneira, o 5G pode promover uma Saúde muito mais democrática e acessível a uma parcela muito maior da população – e em regiões e especialidades pouco disponíveis até o momento. Populações de áreas remotas terão acesso aos sistemas de Saúde nos mesmos moldes, ou muito próximos, de pessoas que moram em regiões mais desenvolvidas”, projeta Luciane.  

“O médico passa a estar em todo o lugar e, por meio da telessaúde, ele pode atender seu paciente por uma videochamada, por exemplo, monitorar informações de pessoas em estado grave ou receber indicadores provenientes de uma conexão IoT sobre quadros sensíveis”, complementa Andrey. "A gestão da saúde estará na palma da mão do médico. E, para isso, é preciso uma boa conectividade. Logo, toda a cadeia ganhará, porque idas às emergências e procedimentos desnecessários serão evitados.”  

Em linha a essa visão, o também sócio da EY José Ronaldo Rocha reforça que uma importante dimensão da transformação na Saúde será, justamente, a das doenças crônicas e cuidados monitorados. “Os avanços na conectividade criam condições para maior assistência remota e menor uso de leitos hospitalares. Essa mudança provoca impacto significativo nas estratégias públicas e privadas de saúde e nos tratamentos, gerando mais valor para a qualidade de vida das pessoas.” 

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