Como fazer uma boa gestão da qualidade em saúde?

Já percebeu como faz muito tempo que programas de certificação como a International Organization for Standardization (ISO) não se limitam aos interesses das empresas tidas como tradicionais?

Como fazer uma boa gestão da qualidade em saúde?

A gestão da qualidade em saúde ganhou novos contornos nos últimos anos, principalmente pelas constantes pressões da Agência Nacional de Saúde (ANS), pela formação natural de pacientes com um perfil muito mais próximo do conceito de consumidor de serviços. Isso levado pela alta competitividade entre as diversas instituições particulares, que trazem para sua dinâmica estrutural novas tecnologias, reduzindo custos e sufocando os concorrentes de menor capacidade financeira.

A despeito desse cenário de elevação no nível de exigência dos órgãos reguladores e da própria sociedade, bem como dos altos custos que impactam drasticamente o faturamento dos hospitais brasileiros, é sim, possível fazer uma gestão da qualidade em saúde de excelência, independentemente do porte da instituição. É exatamente isso que mostraremos a partir de agora! Então confira:

 

Mudanças sociais e adequação dos sistemas de saúde

A verdade é que os sistemas de saúde público e privado do país não conseguiram se adequar ao rápido crescimento da demanda oriundo de fatores demográficos, bem como, da ascensão financeira de milhões de brasileiros, transformando a classe média em público consumidor de serviços que antes eram distantes de sua realidade.

Um levantamento recente do IBGE revelou que quase 30% dos brasileiros têm planos de saúde privados, significando maior pressão sobre o volume de atendimentos diários nos hospitais particulares do país. Por outro lado, até 2012, apenas 5% das instituições de saúde brasileiras possuíam Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Quando a mesma avaliação considera qualquer sistema de informação, esse número sobe para apenas cerca de 20%.

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Como elevar a qualidade da gestão em saúde com fichas manuais, prescrições médicas anotadas à mão, organização de atendimentos baseada em técnicas rudimentares e registro das finanças por meio de sistemas simplificados, sem qualquer tipo de integração? É bem difícil alcançar a ISO 9001 com esse tipo de sistemática.

Por essas e outras, é que esses gargalos precisam ser identificados e devidamente suplantados. Vale ressaltar que já se foi a época em que a implementação de sistemas da informação em saúde era sinônimo de investimentos vultosos. Com a ascensão da computação em nuvem e dos sistemas no modelo de Software as a Service (SaaS), até as pequenas instituições podem digitalizar seus processos de trabalho. Lembrando que, no software como serviço, o cliente paga um valor equivalente a uma mensalidade para utilizar os recursos de TI oferecidos de acordo com sua real demanda, sem a necessidade de adquirir licenças, pagar por atualizações técnicas, infraestrutura de segurança e assim por diante.

Fato é que esse ponto de inflexão no alcance da excelência na prestação de serviços de saúde não é materializado, muitas vezes, por puro desconhecimento dos gestores a respeito das possibilidades tecnológicas atuais, sendo bastante palpáveis e normalmente trazem um excelente retorno sobre o investimento feito.

 

Planejamento anterior a qualquer alteração de processo

Para se chegar a algum lugar, antes é preciso saber que embarcação você tem à disposição, quais são os recursos envolvidos e o que precisa ser melhorado, certo?

O caminho que leva à melhoria da qualidade nos cuidados médicos em um hospital passa, inevitavelmente, pela informatização. Esse processo deve ser subsequente a um amplo planejamento, ocasião em que serão diagnosticados o que o hospital tem feito de ineficiente, o que precisa ser melhorado e seus pontos fortes. Além disso, nessa hora se confronta o que a instituição quer ser (visão) e o que ela realmente é para a comunidade.

Ainda é importante ressaltar que o alcance do reconhecimento social ou de organizações especializadas (por meio de acreditações ou certificações) não depende apenas de tecnologia. Ela é essencial sim, mas fatores como liderança democrática, empoderamento dos profissionais de saúde, estímulo ao trabalho de equipes multidisciplinares e capacitação constante são outros fatores que podem levar qualquer hospital ao topo da lista na prestação de saúde.

 

PEP como ferramenta de rotatividade dos atendimentos

Em países mais desenvolvidos, grande parte das instituições de saúde já são completamente informatizadas. Nesses hospitais, os registros clínicos de cada novo paciente que dá entrada na recepção são armazenados e acumulados ao longo de décadas, formando uma verdadeira biografia médica dos cidadãos. Assim, durante a consulta, o profissional de saúde tem acesso a detalhes como histórico de intervenções cirúrgicas anteriores, alergias a medicações, perfil clínico ao longo da vida e muito mais. Esses detalhes ajudam o médico a compreender o todo, além de reduzirem as chances de erros, pontos de melhoria bastante relevantes.

Além disso, a rapidez no acesso às fichas dos pacientes implica, na ponta do fluxo de trabalho, em uma maior quantidade de atendimentos devido à economia de tempo com ações meramente burocráticas. Alguns prontuários eletrônicos inclusive oferecem a possibilidade de transcrever os laudos e receituários por voz, através de um conversor que transforma o que é ditado em texto em pouquíssimos segundos. Aí está a saúde digital atuando em prol da gestão da qualidade em saúde!

 

Uso de Business Intelligence para o gerenciamento de riscos

A imprevisibilidade é marca registrada do mundo dos negócios. Por mais que um hospital lide com questões humanas, para sobreviver e continuar prestando um serviço relevante de valorização de vida, precisa também ter ferramentas modernas de gestão em saúde, capazes de captar, agregar e processar indicadores internos e externos, gerando informações estratégicas. Esses dados auxiliarão os gestores a:

  • Prever flutuações na demanda de atendimentos;
  • Antecipar possíveis eclosões de epidemias;
  • Verificar a média de rotatividade de leitos;
  • Analisar possíveis lacunas de eficiência nos processos internos e assim por diante.

O ambiente hospitalar do novo milênio é tão complexo que o processo decisório precisa envolver uma infinidade de variáveis simplesmente impossíveis de serem checadas, em sua totalidade, pelos olhos humanos. É isso o que acaba ocasionando as principais falhas de gestão e explica porque as instituições de saúde estão entre as empresas com mais reclamações pelo país afora. Com um sistema de gestão em saúde baseado em Business Intelligence, os gestores enxergam oportunidades de melhoria onde a concorrência só vê escuridão, mantendo-se sempre um passo adiante no processo de melhoria contínua por inteligência operacional.

 

Sistemas de gestão para reduzir glosas hospitalares

As glosas médicas constituem um dos piores inimigos do atendimento hospitalar de excelência. Muitas vezes, as recusas de pagamento, por parte das operadoras de planos de saúde se dão simplesmente pelo envio de documentações em desacordo com o estipulado, rasuras, ausência de especificações básicas e outros pormenores. Assim, a glosa administrativa que prejudica a eficiência do hospital pode ser totalmente evitada com treinamento, além, é claro, da implementação de sistemas de gestão que auxiliem na conferência dos documentos antes de os remeter para análise da operadora.

 

Submissão de processos a auditorias independentes

Obter uma certificação da família International Organization for Standardization (ISO) é ser congratulado com a chancela de eficiência, segurança e produtividade na prestação de assistência à saúde. De acordo com um estudo realizado em 2012 por pesquisadores da Rotterdam School of Management, a certificação ISO 9001, por exemplo, consegue melhorar o desempenho financeiro da instituição por meio da melhoria de processos, redução de custo, maior rapidez no atendimento e confiabilidade vinda da abordagem humanizada, dentre outros fatores.

O melhor é que o caminho para se chegar a esse reconhecimento público pode ser encurtado por meio da submissão de seus processos ao crivo de auditorias externas, tendo em vista que uma visão de fora do hospital consegue, muitas vezes, perceber falhas de eficiência com maior nitidez e sensibilidade. Então encare a orientação externa como um recurso promissor para a melhoria dos processos e dos sistemas de trabalho do hospital!

Agora que tal conhecer a história do Hospital Nossa Senhora das Graças, que trocou seu sistema de gerenciamento de processos para alcançar o ápice em gestão da qualidade em saúde? Não deixe de comentar aqui para dividir suas impressões conosco!

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