5 perguntas para Aldir Rocha, da Lozinsky Consultoria, sobre open health

A ideia de compartilhar dados entre as instituições de saúde não é nova - a interoperabilidade já levantou essa bandeira antes. Agora, é preciso garantir a qualidade e a segurança das informações

5 perguntas para Aldir Rocha, da Lozinsky Consultoria, sobre open health

Depois do open banking despontar, o movimento “open” segue crescendo e chegou à saúde. O open health foi idealizado para permitir o livre compartilhamento de dados no setor entre os prestadores de serviços, sejam eles operadoras, hospitais, centros diagnósticos e outras instituições.

“O conceito em si não é novo e, na Saúde, é costume usar outra terminologia, mais comum: interoperabilidade, enfatiza Aldir Rocha, sócio consultor da Lozinsky Consultoria com mais de 20 anos de liderança de equipes de TI, que continua:

“Em ambos os casos, a complexidade está no fato de os dados de Saúde serem de uma sensibilidade vital e, quando compartilhados, devem sempre assegurar confiabilidade e confiança para o corpo clínico e pacientes.”

Para que você possa entender como o open health se desenvolve no País, Aldir responde às principais dúvidas do setor:

 

1. O que é open health e como ele impacta o setor de Saúde?

O open health é um movimento cujo objetivo é o compartilhamento de dados clínicos de pacientes entre as instituições de Saúde. Da mesma forma que aconteceu com o open banking, as empresas do segmento e de tecnologia ligadas à saúde precisarão se adaptar para implementar o open health com a garantia de qualidade e de segurança dos dados compartilhados.

 

2. Há algum agente do setor de Saúde que é mais afetado pelo movimento?

Sim, os hospitais tendem a ser mais impactados pela complexidade da operação e pelo alto volume de dados manipulados. Quanto às instituições de Saúde ainda não informatizadas, é necessário expandir a automação de processos para que os prontuários em papel sejam substituídos por prontuários eletrônicos (PEP). 

Quem já possui PEP instalado deve procurar os fornecedores do software e pedir explicações sobre como eles estão se organizando para a adoção do open health. Questione também como eles consideram fazer a atualização tecnológica de suas soluções." Aldir Rocha, sócio consultor da Lozinsky Consultoria 

 

3. Qual o impacto específico do open health na Saúde Pública? 

O atual processo de digitalização da sociedade exige que o Ministério da Saúde defina políticas públicas e coordene o compartilhamento e a integração de dados com o uso de padrões de interoperabilidade. Assim, o open health pode ser de fato uma oportunidade para a integração dos sistemas público e privado, e iniciativas como o Conecte SUS e sua Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) são um caminho promissor nesse sentido. 

 

4. Como as organizações de Saúde devem se preparar para o compartilhamento de dados?

As empresas, com seus prontuários informatizados, devem procurar os fornecedores e pedir explicações sobre como eles estão se organizando para a adoção do open health. Aproveite para questionar o que eles consideram fazer para a atualização tecnológica de suas soluções. Afinal, o intercâmbio de dados clínicos entre prontuários eletrônicos requer padrões sólidos que assegurem a qualidade na troca de informações. 

 

5. Há riscos nesse novo modelo?

Dados clínicos são vitalmente sensíveis e exigem segurança tanto na guarda como no compartilhamento entre as instituições. Embora a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) resguarde juridicamente a confidencialidade das informações, garantir o uso dos dados clínicos exclusivamente para o cuidado do paciente é um dos maiores desafios do open health. Não à toa, a segurança cibernética é um dos principais dilemas da digitalização da sociedade. 

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