3 formas de a gestão hospitalar integrar dados de telemedicina ao PEP

Saiba como incorporar ao prontuário eletrônico as informações do paciente coletadas de forma remota, otimizando o fluxo dos processos hospitalares e ampliando a qualidade na assistência

3 formas de a gestão hospitalar integrar dados de telemedicina ao PEP

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A pandemia da Covid-19 acelerou a adoção de tecnologias há tempos debatidas na saúde, entre elas a telemedicina e sua vertente mais conhecida, a teleconsulta. Apesar da popularidade que esse formato ganhou diante da imposição do isolamento social, muitos gestores hospitalares, ainda tem
dúvidas sobre a melhor forma de integrar os dados coletados remotamente ao Prontuário Eletrônico do Paciente, o PEP, de modo a evitar perda de informações que podem impactar a assistência. 

“O PEP não é apenas um registro digital da consulta. Trata-se de um documento exigido pelo Conselho Federal de Medicina [CFM] para todo e qualquer atendimento médico, seja ele via telemedicina ou presencial”, esclarece Chao Lung Wen, médico e chefe da disciplina de telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que define os principais critérios para a sua segurança:

“O PEP precisa necessariamente ter login e controle de acessos, nunca pode ser editado e as informações devem ser guardadas por 20 anos, de forma sigilosa e à prova de vazamento de dados, para que possam ser usadas em um eventual problema de litígio futuro.”

Por isso, o PEP deve ser uma ferramenta concomitante à telemedicina e sua incorporação à plataforma é também uma forma de garantir a segurança dos dados.

“A partir da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), todos os acessos ao PEP devem ser documentados e seguir diretrizes pré-estabelecidas. Não podemos nos esquecer de que o PEP é a vida de alguém adequadamente registrada”, lembra Wen.  

gestão hospitalar deve levar em consideração também que o PEP é indicado para outras áreas da telemedicina, além da teleconsulta.

“No telemonitoramento, por exemplo, quando o médico acompanha pacientes com doenças crônicas, o prontuário é fundamental. O mesmo acontece em telediagnóstico, telerradiologia e teleorientação”, explica o especialista. E todas elas coletam dados que são cruciais para o histórico geral de saúde dos pacientes. 

Um sistema integrado, portanto, permite alcançar escala de atendimentos ao evitar o “copia-e-cola” de dados entre diferentes plataformas. Assim, otimiza-se o fluxo de processos, promovendo melhor controle gerencial tanto da saúde do paciente quanto da saúde financeira da instituição. O modelo ainda evita a transcrição de informações, prática que impacta na garantia de segurança do cuidado, pois um dado não informado, ou informado de maneira incorreta, pode prejudicar a saúde de um indivíduo. 

“Cuidar de uma pessoa também significa cuidar de seu histórico para uma melhor tomada de decisão”, defende Wen, que, enumera a seguir três formas de fazer isso com o intuito de aprimorar a gestão hospitalar.

 

1. Busque sistemas com HIPAA compliance

A sigla vem do inglês “Health Insurance Portability and Accountability Act” [Lei de portabilidade e responsabilidade de Seguros de Saúde, na tradução] e é um serviço criado em 1996 nos Estados Unidos para a segurança de dados sensíveis. Ao contratar a plataforma integrada, certifique-se de que o HIPAA compliance esteja disponível, já que ele garante um padrão de critério de segurança de trânsito de dados sensíveis, e não apenas no armazenamento, mas também nas ferramentas de conversa. Na prática, significa que os fornecedores dos sistemas são responsáveis pela proteção de dados e respondem juridicamente por isso.

 

2. Opte por plataformas mais simples e funcionais para a sua realidade 

“Não existe um software bom para todos, mas, sim, o que melhor atende e é conveniente para as necessidades da gestão hospitalar, enfatiza Wen. Antes da escolha, no entanto, convém checar detalhes importantes com o fornecedor. Entre eles, o especialista destaca o intercâmbio de informações:

“Sempre verifique se a plataforma escolhida é intercambiável, ou seja, se há a possibilidade de exportar e importar dados digitais para outras plataformas e sistemas.”

 

3. Invista na formação das pessoas e em bioética digital

Para uma ferramenta ter sucesso, é fundamental que ela seja utilizada corretamente pelos profissionais de Saúde. Esses profissionais só vão aderir à novidade se forem treinados para isso.

“O atendimento em telemedicina deve seguir critérios éticos, ser formal e ter a mesma qualidade da consulta presencial”, explica Wen.

Não cabe nesse cenário compartilhamento de dados em redes sociais próprias, por exemplo. Também é adequado treinar as equipes para o atendimento ser feito em local apropriado, com vestimenta correta e iluminação adequada para a comunicação entre médico e paciente ser eficaz.  

Com esses cuidados, a gestão hospitalar garante que o PEP reunirá todos os dados necessários para a tomada de decisão do médico, promovendo diagnósticos mais assertivos e seguros para o paciente e entrega uma assistência de excelência — seja ela feita pessoalmente ou a distância.

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