IA e Machine Learning: A saída para a falta de profissionais capacitados na saúde

As demissões em massa dos gigantes de tecnologia estão devolvendo ao mercado profissionais treinados para inovar. Cabe à saúde despertar neles o desejo por se especializarem em seu negócio

IA e Machine Learning: A saída para a falta de profissionais capacitados na saúde

Um dos principais entraves para o desenvolvimento de tecnologias avançadas na saúde é a falta de gente especializada no uso dessas ferramentas, cujo potencial de transformar o setor é enorme. É o caso do BI em Saúde, que traz inteligência às tomadas de decisão, e também de mecanismos de automatização que melhoram o fluxo de processos trazendo mais segurança e qualidade, como acontece com a inteligência artificial (IA) e o machine learning. Para que sua implantação possa mudar de fato o curso do setor nos próximos anos, no entanto, é preciso formar mais especialistas em tecnologia na área de saúde.

Até agora, essa não tem sido tarefa fácil, porque demanda a combinação de duas áreas de conhecimentos muito amplas, distintas e em constante evolução e transformação: a saúde e a tecnologia. Rodrigo Guerra, ex-superintendente Unimed e atual empreendedor, deixa claro que o setor da saúde não é nada trivial:

“As empresas, ao mesmo tempo em que têm características básicas de negócios, como trazer lucro para seus acionistas, precisam lidar com a aderência à atividade médica que é pautada por um compromisso ético e moral muito forte. Para entendermos essa dinâmica e saber navegar nesse universo é preciso mergulhar nessa operação e agregar a isso conhecimentos de tecnologia.”

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Só que, como bem lembra o especialista, tendências e inovação resultam hoje da vivência constante em um universo muito restrito de profissionais. Como mudar isso, então? A resposta pode estar em um maior foco dos grandes players de mercado na transformação de negócios.

“Sabemos que os desafios da operação e a necessidade de manter um negócio vivo em uma indústria com uma dinâmica frenética como é a Saúde não deixam tempo para que as lideranças possam pensar e se dedicar à inovação. O ponto é que essa característica, que é legítima, pode tirar empresas do mercado em um futuro muito próximo”, alerta Guerra, garantindo:

“Toda empresa atual é também uma empresa de tecnologia e o reconhecimento dessa dimensão pede foco e dedicação constantes.”

Segundo dados da pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos estabelecimentos de saúde brasileiros — TIC Saúde 2021.  

Os dados apontam que apenas 14,5% das empresas de saúde usam IA em suas operações e 11,8% possuem soluções em robótica. Já o compartilhamento de dados com maior segurança, papel do blockchain, está presente em apenas 4,3% dos estabelecimentos. Com mais profissionais especializados no BI em Saúde e outras tecnologias, os números podem crescer nos próximos anos.

 

Como e onde contratar?

Um dos caminhos para as organizações de saúde reverterem o quadro é se valer do aumento da oferta de profissionais de TI, dada as recentes reestruturações das startups de tecnologia. Para isso, no entanto, deve haver uma ação de evangelização, explica Guerra:

“Precisa-se despertar nos profissionais de tecnologia, que são movidos por paixão, a percepção de que indústria da Saúde é enorme, clama por transformação e tem um propósito muito nobre que é cuidar das pessoas, levando assistência a muitos.” 

Os desafios que o setor oferece também podem despertar nesses profissionais de TI o interesse em se especializarem em saúde.

“Mas cabe às empresas repensar os planos de carreira e de remuneração para profissionais de tecnologia. Essa é uma forma delas adquirirem consciência de que TI em Saúde não é uma atividade secundária e, sim, o veículo de transformação que todas as instituições precisam passar”, reforça o especialista. 

Dentre todas as tecnologias já existentes, a IA se destaca por poder encurtar muito esse caminho, diz Guerra:

“Os recursos e as inteligências da tecnologia se complementam rumo à capacitação dos profissionais. Ainda assim, despertar o interesse e criar planos de carreiras para esses profissionais é vital”, finaliza. 

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