Da saúde 4.0 para a 5.0: quais os impactos na jornada digital do paciente

Descubra como a transição da Saúde 4.0 para a 5.0 transforma a jornada digital do paciente com mais empatia, personalização e tecnologia.

Revolução digital: da Saúde 4.0 à Saúde 5.0

A transformação digital na saúde tem sido marcada por diferentes estágios, cada um com avanços significativos no modo como os serviços são prestados, monitorados e organizados. 

A chamada Saúde 4.0 consolidou a digitalização e o uso de tecnologias como inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT) e Big Data para promover uma assistência mais eficiente e centrada no paciente. 

Agora, com a chegada da Saúde 5.0, o foco se amplia, integrando ainda mais o fator humano às soluções tecnológicas, de forma empática, personalizada e inclusiva.

Neste artigo, vamos explorar os impactos dessa transição para a Saúde 5.0 na jornada digital do paciente, destacando como ela contribui para um modelo mais conectado, proativo e equitativo de cuidado.

 

A saúde conectada nas instituições

Na era da Saúde 5.0, o desafio das instituições é usar novas tecnologias para promover bem-estar de forma mais humanizada, considerando não apenas os dados clínicos, mas também os aspectos sociais, emocionais e comportamentais do paciente.

Márcia Makdisse, médica cardiologista com PhD em Medicina e MBA em gestão da Saúde, deixa claro o quanto a Saúde 4.0 foi importante para a incorporação da tecnologia da comunicação e da informação no setor de Saúde. 

A especialista, que também possui certificação Green Belt em VBHC e mestrado em transformação de sistemas de Saúde pela Universidade do Texas em Austin (EUA), afirma que a Saúde 5.0, ou a saúde conectada como alguns já chamam, irá muito além e terá uma relação maior com a adoção dessas tecnologias durante a jornada de tratamento dos pacientes no modelo de cuidado em que estão inseridos.   

“A Saúde 5.0 não envolve apenas a interoperabilidade dos dados. Ela diz respeito, também, ao quão responsivo é um sistema frente às demandas pelo cuidado das pessoas e das populações. Portanto, eu enfatizo que a Saúde Digital só vai gerar mais valor à medida que estiver conectada com o modelo de cuidado que vai ser alavancado pela tecnologia”, frisa Makdisse.   

Hospitais, clínicas e operadoras de saúde que adotam soluções baseadas em inteligência artificial e análise preditiva conseguem oferecer atendimentos mais personalizados e preventivos. 

Além disso, a conectividade permite uma jornada digital integrada, com acesso a informações em tempo real, histórico médico completo, prescrições digitais, acompanhamento remoto e canais de comunicação direta entre equipes multidisciplinares e pacientes.

Esse cenário fortalece a tomada de decisão clínica, melhora os desfechos terapêuticos e reduz custos operacionais, ao mesmo tempo que promove uma experiência mais satisfatória e resolutiva para o paciente.

 

As particularidades desse modelo de cuidado

A Saúde 5.0 se diferencia por seu foco na humanização dos serviços por meio da tecnologia. 

A proposta é que os avanços tecnológicos não substituam o contato humano, mas o potencializem. Isso se traduz em modelos de cuidado mais inclusivos, personalizados e centrados nas necessidades individuais de cada paciente.

“O foco da Saúde 5.0 precisa ser responsivo às necessidades dos pacientes para que não esteja mais preso às doenças e, sim, à saúde das pessoas”, resume a médica.

Entre as principais particularidades desse modelo, destacam-se:

 

  • Cuidado centrado na pessoa: mais do que tratar doenças, a Saúde 5.0 busca compreender a jornada completa do paciente, desde a prevenção até o acompanhamento contínuo, considerando aspectos sociais, culturais e emocionais;
  • Uso ético e seguro da tecnologia: o desenvolvimento de soluções deve seguir princípios de ética, segurança da informação e privacidade dos dados, respeitando as normas da LGPD e promovendo a confiança dos usuários;
  • Inclusão digital e equidade no acesso: um dos pilares da Saúde 5.0 é garantir que todos os pacientes, independentemente de localização geográfica ou condição socioeconômica, tenham acesso às tecnologias e serviços digitais de saúde;
  • Empoderamento do paciente: ferramentas digitais, como portais do paciente, apps de saúde e dispositivos vestíveis, permitem que o indivíduo acompanhe sua saúde de forma mais ativa e participativa, fortalecendo a corresponsabilidade pelo autocuidado;
  • Interoperabilidade e ecossistemas integrados: a troca segura e padronizada de dados entre sistemas é fundamental para proporcionar uma jornada fluida, contínua e sem rupturas, tanto para pacientes quanto para profissionais de saúde.

 

“Na Holanda há um exemplo bem legal de prática integrada, chamada Diabeter, que é focada no cuidado integral do paciente com diabetes infantojuvenil. Eles possuem uma interface que conecta e compartilha os resultados diários de glicemia e hemoglobina glicada  com a equipe assistencial”, exemplifica Márcia.

“Assim, os profissionais de Saúde conseguem rapidamente tomar decisões em casos de descompensação e de ajustes nas doses de insulina. E tudo é feito a distância com uma equipe de suporte que tem acesso ao prontuário em tempo real.”  

 

Como a saúde 5.0 pode auxiliar pacientes que ainda não foram diagnosticados com doenças crônicas

A detecção precoce de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, é um dos grandes desafios da saúde pública e suplementar. A Saúde 5.0 traz ferramentas poderosas para enfrentar esse desafio, possibilitando intervenções antes mesmo da manifestação clínica das enfermidades.

“A tecnologia é mais uma vez aliada nesse contexto, porque permite a estratificação do risco e a segmentação da população atendida em linhas de cuidado, podendo ajudar a criar uma agenda remota em que o acesso ao time assistencial será indicado via telemedicina ou de forma presencial. Se isso não ocorrer, o paciente vai continuar a se dirigir ao hospital de emergência mais próximo mesmo com toda essa conectividade.”

Por meio da análise de dados populacionais, inteligência artificial e machine learning, é possível identificar padrões de risco e sinais precoces que indicam a possibilidade de desenvolvimento de doenças crônicas. Isso permite que as instituições ofereçam programas de prevenção personalizados, com base no perfil de saúde de cada paciente.

Outro ponto relevante é o uso de chatbots e assistentes virtuais para triagem inteligente, educação em saúde e direcionamento para serviços especializados, otimizando o fluxo de atendimento e reduzindo a sobrecarga de urgências e emergências.

A combinação dessas estratégias contribui não apenas para a redução de complicações futuras, mas também para a melhoria da qualidade de vida e para o uso mais racional dos recursos em saúde.

 

Conclusão

Toda essa revolução tecnológica tem apenas um objetivo final: a melhora na saúde das pessoas ao longo do tempo, que pode ser medida por meio de índices de qualidade de vida e funcionalidade e também por métricas que apontem uma melhor experiência no cuidado. 

Além disso, o cenário também conta com a vantagem de gerar um menor desperdício de recursos humanos e financeiros a todos os atores envolvidos na Saúde Digital.

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