A digitalização da atenção básica: como sistemas de gestão podem ampliar o acesso à saúde
Entenda o impacto positivo da tecnologia para o gestor e sua eficiência na digitalização da atenção à saúde primária.

A atenção básica é a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS) e desempenha um papel essencial na promoção, prevenção e cuidado integral da população. No entanto, desafios estruturais e operacionais ainda limitam seu pleno funcionamento em muitas regiões do Brasil.
Nesse contexto, a digitalização e o uso de sistemas de gestão na saúde surgem como aliados estratégicos para melhorar a eficiência da gestão municipal, ampliar o acesso e garantir um cuidado mais integrado e resolutivo.
Desafios da atenção básica no Brasil
A atenção primária à saúde enfrenta uma série de obstáculos que comprometem sua efetividade no país.
Falta de acesso em áreas remotas
Muitas regiões do país, especialmente as zonas rurais e periurbanas, sofrem com a escassez de unidades de saúde e profissionais qualificados. A falta de uma infraestrutura adequada torna o acesso à atenção primária um desafio constante para milhões de brasileiros, perpetuando desigualdades regionais na jornada do cuidado.
Sobrecarga de profissionais
Com equipes reduzidas e alta demanda, os profissionais de saúde frequentemente enfrentam jornadas exaustivas, o que compromete a qualidade do atendimento e pode levar ao adoecimento desses trabalhadores. A sobrecarga também dificulta a realização de ações preventivas e de promoção da saúde para a população.
Baixa integração entre unidades
A falta de comunicação entre as unidades de saúde e a inexistência de um sistema unificado para registro e acompanhamento de pacientes também são problemas significativos no país. É um cenário que resulta em retrabalho, perda de informações e dificuldade na continuidade do cuidado.
Dificuldade em acompanhar o histórico do paciente
Sem prontuários eletrônicos integrados, os dados dos pacientes muitas vezes ficam fragmentados ou restritos à unidade onde foram inicialmente atendidos. Isso dificulta o um bom diagnóstico, o acompanhamento de doenças crônicas e a gestão eficaz dos recursos em saúde.
O papel da tecnologia na organização e controle da assistência primária
A digitalização da atenção básica não se resume à digitalização de prontuários. Trata-se de um processo amplo, que envolve a adoção de sistemas de gestão capazes de transformar a forma como as unidades de saúde são administradas.
Soluções tecnológicas bem implementadas permitem o controle de estoque de medicamentos, a organização eficiente de agendas, o acompanhamento de indicadores de desempenho e a integração dos dados dos pacientes em diferentes níveis de cuidado.
Esses sistemas tornam a rotina mais fluida e reduzem a burocracia, permitindo que os profissionais foquem no que realmente importa: o cuidado com o paciente.
Benefícios da digitalização para municípios
A adoção de tecnologias digitais na atenção básica traz ganhos concretos para as gestões municipais e para a população atendida.
Redução do tempo de espera
Com o agendamento eletrônico e um controle mais eficiente da agenda de consultas, é possível reduzir as filas e distribuir melhor o fluxo de pacientes. Isso impacta diretamente na satisfação do cidadão e na resolutividade da unidade.
Continuidade do cuidado
A integração entre unidades e o acesso ao histórico do paciente em um prontuário eletrônico favorecem a continuidade do cuidado, mesmo quando o paciente muda de localidade ou precisa de atendimento em diferentes pontos da rede.
Agilidade no atendimento
A digitalização de processos como prescrição, solicitação de exames e registros clínicos permite atendimentos mais rápidos e seguros. Além disso, reduz o tempo gasto com preenchimento de formulários e melhora a qualidade dos dados coletados.
Melhora no acompanhamento de doenças crônicas
Sistemas de gestão permitem o monitoramento ativo de pacientes com hipertensão, diabetes e outras condições crônicas, com alertas para consultas, exames e uso de medicamentos. O processo contribui para evitar complicações e hospitalizações desnecessárias.
Redução de desperdícios e erros operacionais
Com um controle mais eficiente de estoque, é possível evitar perdas de medicamentos e insumos, bem como prever necessidades futuras com base em dados reais. Além disso, a digitalização minimiza erros de prescrição e digitação, aumentando a segurança do paciente.
Impacto na saúde populacional e na redução de internações evitáveis
A digitalização da atenção básica vai além da gestão eficiente, tendo um impacto direto na saúde da população. Com uma rede organizada e integrada, os gestores têm condições de implementar programas de prevenção mais eficazes, identificar focos de doenças com rapidez e alocar recursos de forma estratégica.
Como resultado, há uma redução significativa nas internações por causas evitáveis, como complicações de diabetes. Isso representa uma economia para os cofres públicos e uma melhoria real na qualidade de vida das pessoas.
Cases de sucesso em prefeituras que adotaram sistemas integrados
Várias prefeituras brasileiras têm alcançado resultados expressivos com a digitalização da saúde. A prefeitura de Capanema/PR, por exemplo, deu um upgrade no seu fluxo de atendimento assistencial por meio do SOUL MV Saúde Pública, solução em gestão para hospitais da rede pública e clínicas do Sistema Único de Saúde (SUS).
A gestão municipal, parceira da MV desde 2016, resolveu substituir o sistema antigo, que tinha informações descentralizadas e aderiu à solução para dar mais organização e otimização nos processos. A mudança resultou em melhorias significativas para a rotina de profissionais e pacientes do Hospital Sudoeste e nas unidades básicas de saúde da cidade.
Outro exemplo é o da Santa Casa de Misericórdia do Pará, uma das primeiras instituições a estruturar serviços de assistência à saúde no Brasil, sendo uma referência no cuidado.
Reforçando o papel no sistema de saúde pública do estado, a histórica Santa Casa obteve grandes avanços na digitalização de processos e uso de tecnologias de ponta por meio da adoção das ferramentas MV.
Parceira da MV desde 2014, atualmente, a instituição utiliza plataformas como o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), Soul MV Hospitalar, Vivace (RIS e PACS), Command Center, Universidade MV e de seu ecossistema, como CeosGO e Green.
Essas experiências mostram que é possível modernizar a saúde pública, mesmo com orçamentos limitados, desde que haja planejamento, capacitação e escolha de tecnologias adequadas à realidade local.
Conclusão
A digitalização da atenção básica é uma estratégia indispensável para os gestores que desejam ampliar o acesso à saúde, melhorar a eficiência da rede e promover um cuidado mais humano e resolutivo.
Ao integrar dados, automatizar processos e apoiar a tomada de decisão, os sistemas de gestão transformam o cotidiano das unidades de saúde e contribuem para uma sociedade mais saudável e igualitária.
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