Como criar um planejamento estratégico para hospitais?

A escolha da visão onde se quer chegar aliada aos valores desejados, podem levar uma organização hospitalar a um novo nível de estabilidade, inserção diferenciada no mercado e eficiência nos serviços de saúde.

Como criar um planejamento estratégico para hospitais?

A gestão de um hospital lida com desafios complexos que influenciam enormemente seus objetivos a curto e longo prazo. Sem um planejamento estratégico sólido, um estabelecimento de saúde moderno pode ficar à mercê de suas próprias complexidades e seus serviços e perspectivas podem ficar gravemente comprometidos e deteriorados. Em tempos de instabilidade econômica no país, a capacidade de tomar decisões bem fundamentadas e antecipar dificuldades é crítica para a sobrevivência e a sustentabilidade de qualquer hospital.

Para o sucesso de um planejamento estratégico será preciso que a organização formule objetivamente "o futuro pretendido" e que todas as condições para alcançá-lo sejam aderentes ao ambiente onde a mesma esteja inserida. Além disso, é essencial que todos os setores da organização também estejam falando a mesma língua.

Veja aqui quais são os pontos fundamentais para a criação de um planejamento estratégico objetivo, prático, flexível e alinhado a metas exequíveis e desafiadoras. Confira!

 

Monitorização do sucesso — organização e informações precisas

Como primeiro passo rumo à formulação de um planejamento efetivo para a gestão hospitalar consiste na aquisição de informações precisas e qualificadas. O hospital precisa ter ferramentas disponíveis para monitoramento e exemplo permanente de seu desempenho em todas as áreas.

O setor financeiro precisa de respostas imediatas sobre os gastos com aquisição e manutenção de equipamentos, pagamentos às equipes profissionais, custos de tratamentos, internações e medicamentos assim como são os faturamentos atuais e futuros.

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Os objetivos estabelecidos, alinhado a indicadores setoriais, irão diagnosticar e evidenciar a qualidade dos serviços oferecidos atualmente pelo hospital, como:

  • Taxa de mortalidade e morbidade;
  • Infecções associadas a terapêuticas;
  • Agilidade em condições críticas, entre outros.

Estes números oferecem uma imagem sólida e inquestionável sobre o que de fato o hospital consegue oferecer à população e quais áreas estão adequadas às normas nacionais e internacionais e quais não estão. O gerenciamento de estoque precisa de uma averiguação detalhada e organizada de toda a infraestrutura do hospital com o intuito de avaliar quais necessidades estão sendo supridas e quais estão deficientes.

Outro fator importante é que estes dados contribuam de maneira harmoniosa para a gestão hospitalar central. Em muitos casos, todas as informações estão fragmentadas em núcleos pouco funcionais — deixando a administração às cegas quanto ao estado real do hospital, assim como, modernização e reestruturação do gerenciamento de informações permite a formação de uma imagem clara sobre todas as facetas e as dinâmicas de um estabelecimento hospitalar, o que irá criar uma base sólida para um planejamento futuro realista e aplicável.

 

Análise de fraquezas e oportunidades

A gestão de um hospital — como qualquer outro empreendimento — deve conseguir perceber suas qualidades assim como suas fraquezas e como estas características estão alinhadas com suas visões internas. Em alguns casos, deve-se avaliar aonde o hospital deve focar suas energias e recursos; seja naquilo que já está funcionando bem e pode melhorar ou naquilo que está deficiente e pode piorar. Ter uma abordagem sincera dos problemas que afetam a qualidade do hospital implica necessariamente em criar uma plataforma bem delimitada que favoreça a inclusão de soluções inovadoras e eficientes, jogando luz em oportunidades que ainda não foram vistas.

Semelhantemente, o estabelecimento de saúde deve conseguir reconhecer suas forças para entender racionalmente quais medidas positivas e agregadoras o hospital realiza em sua comunidade. Compreender rapidamente as qualidades do empreendimento constitui uma causa comum e um foco para a equipe interna e para a população que utiliza aqueles serviços. Dependendo de sua perspectiva de mercado e aspirações particulares, alguns serviços podem ser completamente abandonados em prol daqueles que realmente podem impactar a sociedade positivamente. Inversamente, novos tipos de serviços podem ser adquiridos e dar uma nova face a um negócio que estava em involução.

A administração precisa de uma análise crítica do setor de mercado em que estão inseridos e qual de fato é o peso que o estabelecimento tem neste. As características particulares de tal pedaço do mercado devem sempre serem consideradas para planejamento das manobras futuras do hospital.

 

Antecipação e flexibilidade

Com um sistema de dados internos e externos sólidos e uma visão clara do mercado e das aspirações do corpo administrativo, o hospital consegue sobreviver a inúmeras intempéries que comumente assolam o setor da saúde. Situações antes imprevistas e abruptas tornam-se antecipáveis e possíveis de serem solucionadas. Já uma dinâmica interna limpa e desobstruída dá a flexibilidade necessária para as reestruturações precisas em caso de condições muito críticas.

Desta forma, a gestão consegue projetar suas forças e responsabilidades no futuro de maneira sábia e otimista, aplicando os recursos possíveis naquilo que ela de fato acredita.

 

Poucos objetivos — visão focada e aplicável do planejamento estratégico

O planejamento da administração hospitalar deve ser conciso e alinhado com sua própria realidade interna e externa. As prioridades estão sempre na solução das adversidades que mais ameaçam a estabilidade e a visão da gestão. Os objetivos devem ser poucos e fundamentalmente claros para todos, concordando com os desejos do corpo central do hospital assim como de toda a equipe e o tempo para concretização destes deve ser razoavelmente prático — normalmente é de três a cinco anos.

As metas colocadas para alcançar tais objetivos necessitam fundamentalmente de ressonância com o que é de fato realizável nos limites do hospital.

Além disso, ter poucos alvos facilita a coordenação de todo o organismo que constitui o hospital e a evolução destes pode ser mais facilmente avaliada no decorrer do tempo. Nesta hora, uma equipe unificada e com capacidade de diálogo aberto evita que muitos núcleos isolados de interesse formem-se e que todos batalhem as mesmas lutas.

Em resumo, gerenciar e lidar com os processos hospitalares não são fáceis; os desafios são muitos e recorrentes. Alguns parecem absolutamente intransponíveis. Entretanto, uma visão de trabalho focada e aplicação de medidas realistas e eficientes ajudam a assegurar a posição de um hospital como um bem-sucedido empreendimento financeiro e como um agente transformador positivo da comunidade em que está inserido.

O planejamento estratégico tem justamente a missão de alinhar os recursos e visões de toda a equipe envolvida e projetar o desenvolvimento do hospital como um símbolo de eficiência e harmonia; o que em último caso proporciona as condições para o mesmo oferecer serviços de saúde de qualidade para a população.

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