Como a tecnologia pode melhorar a Saúde Pública no Brasil?

Até 2028, o Brasil deve investir para consolidar a digitalização da tecnologia na saúde com sete prioridades de trabalho

Entenda como a tecnologia pode melhorar a Saúde Pública no Brasil

Segundo a Estratégia de Saúde Digital para o Brasil, divulgado e publicado pelo Ministério da Saúde, até 2028, o SUS também deve sistematizar e consolidar a Saúde Digital. Ou seja, todos os agentes da saúde pública brasileira terão implementado até essa data políticas de informação baseadas na tecnologia, seguindo as diretrizes do mesmo documento. 

Introdução à saúde pública e tecnologia

A saúde pública é um campo multidisciplinar que se preocupa com a promoção, proteção e melhoria da saúde da população, envolvendo ações governamentais, organizações não governamentais e a participação da sociedade como um todo. A tecnologia desempenha um papel cada vez mais importante na transformação da saúde pública, fornecendo ferramentas e soluções inovadoras para enfrentar os desafios da área.

Definição de saúde pública e sua importância para a população

A saúde pública é um fator crucial para a população do Brasil. Ela envolve ações como controle de doenças, imunização, educação em saúde, vigilância epidemiológica, acesso a serviços de saúde e promoção de estilos de vida saudáveis. Dessa forma, também desempenha um papel na proteção da população e redução de desigualdades no acesso a atendimentos e acompanhamentos médicos.

 

Objetivos e benefícios da aplicação da tecnologia na saúde pública no Brasil

A aplicação da tecnologia na saúde pública no Brasil tem como objetivo principal melhorar a qualidade de vida da população, reduzir a incidência de doenças e otimizar a gestão dos serviços de saúde. 

A tecnologia tem impulsionado avanços significativos na saúde pública. Sistemas de informação, análise de dados, dispositivos médicos, telemedicina, aplicativos móveis e outras soluções digitais têm sido amplamente adotados.

Os benefícios incluem uma melhor detecção e resposta a surtos de doenças, melhoria na prevenção e controle de doenças crônicas, maior eficiência nos serviços de saúde, acesso facilitado a informações e recursos de saúde, maior engajamento do público e tomada de decisões baseadas em evidências.

Uso de dados e análise na saúde pública

A coleta e análise de dados desempenham um papel fundamental na saúde pública, permitindo o monitoramento da saúde da população e o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e controle de doenças. 

O uso de sistemas de informação e registros eletrônicos facilita o armazenamento e acesso às informações de saúde, garantindo a disponibilidade de dados confiáveis para análise.

A análise de dados na saúde pública vai além da simples interpretação dos números. Ela envolve a aplicação de técnicas estatísticas e métodos de análise de dados para identificar tendências, padrões e correlações relevantes. 

Com o avanço da inteligência artificial, técnicas como aprendizado de máquina e algoritmos de mineração de dados têm sido empregadas para extrair insights valiosos dos dados e auxiliar na tomada de decisões informadas.

A análise de dados e inteligência artificial desempenham um papel crucial na identificação precoce de surtos de doenças, permitindo uma resposta rápida e eficaz. Por meio da detecção de padrões anormais nos dados, é possível prever surtos, avaliar a eficácia de intervenções e direcionar recursos para as áreas mais afetadas. Isso permite que as autoridades de saúde pública ajam de forma proativa, adotando medidas preventivas e mitigando os impactos na saúde da população.

Além disso, a análise de dados contribui para a avaliação de programas de saúde, a identificação de fatores de risco e a monitorização de indicadores de saúde. Ela fornece uma base sólida para o desenvolvimento de políticas públicas e a alocação eficiente de recursos, direcionando esforços para áreas prioritárias e grupos populacionais mais vulneráveis.

 

Prioridades da estratégia de saúde digital para o Brasil

São sete prioridades na ESDPB:

  1. Governança: Aciona a liderança do Ministério da Saúde, mas com a contribuição ativa dos vários atores da sociedade. A governança envolve a definição de políticas e estratégias claras, a coordenação entre as diferentes partes interessadas e a garantia de uma abordagem integrada e alinhada. Uma governança eficaz é fundamental para garantir a implementação bem-sucedida da transformação digital na saúde pública.

  2. Informatização: Prevê o incentivo à implementação de políticas de informatização dos sistemas de saúde, acelerando a adoção de sistemas de prontuários eletrônicos e de gestão hospitalar como parte integradora dos serviços e processos de saúde. Isso também envolve a digitalização e o armazenamento seguro de informações de saúde, permitindo o acesso rápido e preciso aos dados relevantes. A informatização facilita a troca de informações entre os profissionais de saúde, melhora a tomada de decisões clínicas e apoia a vigilância epidemiológica e a pesquisa em saúde pública.

  3. Suporte às melhores práticas clínicas na atenção à saúde: A digitalização da saúde pública requer suporte adequado em termos de infraestrutura tecnológica, recursos humanos capacitados e financiamento adequado. É essencial investir em tecnologia, como redes de comunicação robustas, sistemas de armazenamento e processamento de dados eficientes, além de garantir a capacitação dos profissionais de saúde para utilizar as ferramentas digitais disponíveis.

  4. Protagonismo do usuário: Engajar o cidadão para a promoção de hábitos e o gerenciamento de sua saúde envolvendo a participação ativa e o empoderamento dos indivíduos na gestão de sua própria saúde. Isso pode ser alcançado por meio de aplicativos móveis, plataformas de saúde online e acesso a informações personalizadas. Os usuários devem ser incentivados a acompanhar e registrar seus próprios dados de saúde, além de terem acesso a serviços de telemedicina e ferramentas de autocuidado.

  5. Capacitação: Habilitar profissionais em Informática em Saúde e garantir o reconhecimento dela como área de pesquisa e profissão é essencial para a digitalização da saúde pública. Os profissionais devem ser treinados no uso de tecnologias digitais, interpretação de dados e na aplicação de abordagens baseadas em evidências. A capacitação contínua é necessária para garantir que os profissionais estejam atualizados com as últimas inovações tecnológicas e possam utilizá-las de maneira eficaz no cuidado e na gestão da saúde pública.

  6. Ambiente de interconectividade: Permitir que a Rede Nacional de Dados em Saúde potencialize o trabalho colaborativo em todos os setores para que tecnologias, conceitos, padrões, modelos de serviços, políticas e regulações sejam postos em prática, isso é fundamental para o compartilhamento seguro e eficiente de informações de saúde entre diferentes instituições e sistemas de saúde. A criação de uma infraestrutura de interconectividade permite a troca de dados interoperáveis, garantindo que informações relevantes estejam disponíveis quando necessário. Isso melhora a continuidade do cuidado, a coordenação entre os diferentes níveis de atenção à saúde e a tomada de decisões baseadas em dados.

  7. Ecossistema da inovação: Garantir que exista um Ecossistema de Inovação que aproveite ao máximo o Ambiente de Interconectividade em Saúde, estabelecendo-se como um grande laboratório de inovação aberta, sujeito às diretrizes, normas e políticas estabelecidas tornando um ambiente propício à inovação. Isso envolve a promoção da pesquisa e desenvolvimento de tecnologias disruptivas, a colaboração entre o setor público e privado, a criação de parcerias estratégicas e a implementação de políticas que estimulem a adoção de soluções inovadoras.

Embora o cenário de prioridades pareça distante, no Brasil, ao menos 200 municípios, entre os mais de 5 mil, já contam com processos, sistemas e capacitações para a digitalização da saúde pública. Os benefícios são inúmeros e o caminho de utilizar a tecnologia não tem mais volta.

De acordo com Vandré Dall Agnol, Diretor de Unidade de Saúde Pública da MV, expandir a tecnologia na saúde pública é inevitável, pois gerir sistemas tão complexos e necessários sem a informação correta e rápida é inviável:

É preciso saber todos os detalhes, como está a vacinação, até quando há medicamentos na farmácia, como anda a fila para cirurgias. Todos esses dados são facilmente acessíveis quando estão interligados num sistema de informações funcional - explica ele.

Porém, ainda existem desafios, fluxos e capacitações.

Desafios e considerações na implementação da tecnologia na saúde pública

Infraestrutura de tecnologia e acesso à internet

Um dos principais desafios é garantir uma infraestrutura de tecnologia adequada e acesso à internet em todas as áreas, especialmente em regiões remotas ou menos desenvolvidas. A disponibilidade de recursos tecnológicos, como computadores, dispositivos móveis e conexões estáveis à internet, é essencial para o uso efetivo da tecnologia na saúde pública.

Questões de privacidade e segurança de dados

A implementação da tecnologia na saúde pública requer medidas robustas de privacidade e segurança de dados.

É necessário garantir que as informações de saúde dos indivíduos sejam protegidas contra acesso não autorizado, vazamentos ou uso indevido. As políticas de privacidade devem estar alinhadas com as regulamentações de proteção de dados. 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) desempenha um papel fundamental na área da saúde, garantindo a privacidade e a proteção dos dados pessoais dos pacientes. Com a crescente digitalização e o uso de tecnologias na saúde, é essencial que as instituições estejam em conformidade com a LGPD para evitar o acesso não autorizado, o compartilhamento indevido e o uso inadequado das informações de saúde. 

Além disso, a LGPD incentiva a adoção de boas práticas de governança e segurança de dados, contribuindo para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde e para a prevenção de incidentes de segurança cibernética que possam comprometer a integridade dos dados e a confiança dos pacientes.

Capacitação e treinamento dos profissionais de saúde

A adoção efetiva da tecnologia na saúde pública requer que os profissionais de saúde sejam capacitados e treinados para utilizar as ferramentas tecnológicas de maneira adequada. 

Isso inclui conhecimentos sobre como coletar, gerenciar e interpretar dados, além de habilidades na utilização de sistemas eletrônicos de saúde, telemedicina e outras soluções tecnológicas relevantes. A falta de treinamento adequado pode ser um obstáculo para a adoção e o uso eficaz da tecnologia.

Integração com sistemas de saúde existentes

A implementação da tecnologia na saúde pública deve ser integrada aos sistemas de saúde existentes para garantir a interoperabilidade e a troca eficiente de informações. A integração com registros eletrônicos de saúde, sistemas de gestão hospitalar e outras plataformas de saúde é fundamental para facilitar o compartilhamento de dados e melhorar a coordenação do cuidado.

Aceitação e adesão dos usuários

A aceitação e adesão dos usuários, sejam eles profissionais de saúde ou pacientes, são fatores críticos para o sucesso da implementação da tecnologia na saúde pública. 

É necessário fornecer uma interface amigável, educar os usuários sobre os benefícios da tecnologia e envolvê-los no processo de implementação para garantir sua participação ativa e engajamento.

Enfrentar esses desafios e considerações na implementação da tecnologia na saúde pública é fundamental para colher os benefícios da digitalização, como o acesso a informações em tempo real, melhorias na eficiência e qualidade do atendimento, tomada de decisões baseada em evidências e promoção da saúde da população de forma abrangente.

 

MV como parceira na digitalização da saúde pública no Brasil

A MV, multinacional brasileira líder na América Latina no desenvolvimento de softwares para a saúde, desempenha um papel fundamental na digitalização da saúde pública no Brasil.

Com sua vasta experiência e soluções inovadoras, a MV tem se posicionado como uma parceira estratégica para os órgãos governamentais e instituições de saúde na jornada de transformação digital.

Para implementar um sistema na Saúde Pública, é preciso seguir fases. De maneira geral, a MV é contratada por um município através de uma licitação e, então, segue com o diagnóstico e processos cadastrais.

A partir disso redesenhamos os processos, rodamos o sistema de maneira prévia para, depois dos ajustes, implementá-lo, ou por área ou de uma vez só - comenta Vandré Dall Agnol, Diretor de Unidade de Saúde Pública da MV.

 A principal motivação é que o paciente terá acesso a um cuidado de saúde atento.

Imagina que cidades do interior sem acesso a hospitais poderão utilizar a telemedicina ou o agente de saúde vai saber quais crianças estão com a vacinação em falta, para poder viabilizar uma visita -  comemora.

Além disso, ainda lembra que até mesmo as filas inseguras das madrugadas já não fazem mais sentido quando as marcações podem ser agendadas por um aplicativo. Ainda, o gestor pode priorizar uma melhor gestão de seus recursos, otimizando o que já existe. 

Não serão criados novos leitos, mas o tempo de espera entre saber se o leito está vazio e outro paciente utilizá-lo, por exemplo, é otimizado. Mais um exemplo: medicações perto de vencer cruzadas com a quantidade de pacientes que a utilizam, tornando o sistema mais assertivo e com menos falhas.

Entre os mais de 5 mil municípios brasileiros, atualmente, a MV atende 200 na Unidade de Saúde Pública, fornecendo tecnologia para sistemas que auxiliem o setor.

Quando utilizamos a tecnologia, fazemos com que o profissional de saúde se dedique muito mais ao que é prioridade: a assistência e o cuidado ao paciente - conclui Vandré.


A parceria da MV na digitalização da saúde pública no Brasil também se destaca por seu compromisso com a interoperabilidade. Através de padrões internacionais, como o HL7 e o FHIR, a MV facilita a integração de sistemas de saúde existentes, permitindo o compartilhamento seguro e eficiente de informações entre diferentes instituições e setores da saúde.

Ao atuar como parceira na digitalização da saúde pública no Brasil, a MV está promovendo avanços significativos na qualidade dos serviços de saúde, na gestão de dados, na tomada de decisões embasadas e na coordenação do cuidado. 

Sua presença como líder em tecnologia em saúde contribui para o fortalecimento do sistema de saúde brasileiro, impulsionando a eficiência, a acessibilidade e a qualidade do atendimento prestado à população. 

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