Radiologia brasileira: 6 tendências que chegarão ao mercado

Desde a descoberta experimental do raio-X pelo alemão Wilhelm Conrad Roentgen, em 1895, os métodos de diagnóstico por imagem evoluíram sensivelmente.

Radiologia brasileira: 6 tendências que chegarão ao mercado

Pautado pelo surgimento de equipamentos digitais emissores de um menor fluxo de radiação, pelo desenvolvimento de sistemas de gestão e distribuição de imagens integradamente e por técnicas mais modernas de captura de quadros, o processo todo foi gradualmente se tornando mais prático e preciso. Embora ainda exista uma discrepância inegável entre o setor nacional e os métodos e aparelhos empregados nos melhores centros diagnóstico e hospitais mundiais, algumas tendências consolidadas no exterior parecem estar bem próximas de aterrissar por aqui. Acompanhe!

 

Novos equipamentos de ultrassonografia

Laboratórios de ponta na Europa e nos Estados Unidos já começaram a usar novos equipamentos de ultrassonografia que conseguem pegar os dados obtidos nos registros de imagem para calcular com mais precisão a profundidade, a forma e os detalhes do bebê. Os novos aparelhos conseguem destacar minúcias que até pouco tempo eram absolutamente inimagináveis, como vasos sanguíneos, sistema digestivo completo, especificidades do cérebro e muitas outras estruturas. Esse novo conceito em sistemas para imagens médicas já mostra resultados expressivos em termos de exatidão diagnóstica e redução de custos — pela eventual necessidade de se repetir exames.

 

Conectividade e relatórios multimídia

A computação em nuvem já é realidade há muitos anos em diversos setores da economia. Nos Estados Unidos, 85% das empresas já usam algum serviço em cloud, que oferece aos usuários maior flexibilidade, possibilidade de compartilhamento de informações, maior segurança na proteção dos dados e facilidade de acesso à database da organização. Tudo isso a partir de qualquer ponto com sinal de internet. Mas como o setor de saúde é um dos segmentos mais conservadores na incorporação de novas tecnologias, apenas recentemente é que os centros de diagnóstico, os hospitais e laboratórios aprenderam a usar a nuvem em todas as suas potencialidades para obter uma maior eficiência na prestação de seus serviços.

A maior vantagem desse processo é promover uma só fonte de dados para todos os departamentos, conferindo mais rapidez à comunicação entre recepção e consultório, entre enfermaria e farmácia e, principalmente, entre consultório e centro de diagnóstico. Além da praticidade e da harmonia logística de se ter dados e imagens hospedados em servidores virtuais, poder gravar os registros em diferentes extensões (como pdf, jpg ou doc) em uma mesma plataforma permite a elaboração de relatórios não só multimídia como multiformes. Essa é outra tendência vista nas instituições internacionais que deve, em breve, alcançar a radiologia brasileira. Estamos falando de mais liberdade na geração, no acesso e no compartilhamento dos relatórios médicos e dos resultados de exames. Em um setor que vive de rapidez e precisão, essa virtude definitivamente está longe de ser desprezível.

 

Volume, dimensão e definição para os tomógrafos

A tomografia computadorizada empregada nos centros de diagnóstico já mostra um imenso avanço na percepção de imagens em relação aos equipamentos tradicionais. Entretanto, algumas limitações típicas da realização desses exames (como a perda de eficiência na captura de imagens por algum movimento do paciente durante o procedimento) ainda persistiam, gerando custos extras com a realização de novas avaliações, além de uma maior exposição do examinado à radiação. Pois tal restrição tende a ser eliminada com as novas tecnologias, capazes de registrar imagens volumétricas, tridimensionais e em alta definição de diversas estruturas do organismo, mesmo com movimentos durante a captação.

Para você ter uma ideia melhor da mudança de nível de eficiência trazido por essa solução, os novos equipamentos conseguem perceber a imagem do batimento do coração em apenas 1 pulsação. Estamos falando em um lapso de menos de 1 segundo! O melhor: com menor incidência de radiação! Trata-se, portanto, de tecnologias menos custosas, de maior grau de assertividade, de capturas mais rápidas, que proporcionam muito mais segurança ao paciente. Não parece promissor?

 

Mamografia em três dimensões

As dificuldades de visualização clara de tumores por meio da mamografia convencional estão com os dias contados. Um estudo publicado pela revista Journal of the Medical Academy Association mostrou que a tomossíntese, mais conhecida como mamografia 3D, consegue ampliar significativamente a taxa de detecção de câncer de mama, ainda com muito mais rapidez e de forma muito menos agressiva ao paciente.

Esse novo paradigma em exame de imagem combina mamografia digital convencional à tomossíntese, exame que reconstrói a imagem da mama a partir de perspectivas distintas, com muito mais nitidez. A técnica permite analisar camadas mais finas da mama, obtendo múltiplas imagens de cada uma de suas fatias, reduzindo assim a sobreposição das estruturas intramamárias.

Essas características explicam por que a mamografia 3D reduz em cerca de 15% os falsos positivos, além de aumentar a taxa de detecção de câncer de 4,2 para 5,4 a cada mil exames — elevação de 29% em relação ao exame bidimensional. Se considerarmos apenas os tumores mais agressivos, o aumento de eficiência chega a incríveis 41%!

 

Fusão de tecnologias para tratamento de doenças

A Tomografia por Emissão de Pósitrons (ou simplesmente PET) é uma modalidade de diagnóstico por imagem que permite a visualização do movimento metabólico no organismo, de importância fundamental na Neurologia e na Oncologia. Seu potencial de resolutividade no tratamento de enfermidades pode ser maximizado quando combinado com outras técnicas e equipamentos, como a Ressonância Magnética ou a Tomografia Computadorizada (TC).

Isso porque, no caso específico do câncer, observa-se que a maioria das células tumorais apresenta alta concentração de glicose em comparação às células normais. Assim, enquanto a ressonância e a tomografia se preocupam em verificar eventuais disfunções na anatomia celular, um equipamento PET Scan pode se encarregar de captar o metabolismo da glicose, dando mais segurança ao diagnóstico, conferindo rapidez à detecção de metástases, proporcionando a devida antecipação ao início do tratamento e também reduzindo a necessidade de repetições de exames.

 

Integração entre PACS e RIS

Por mais que possa parecer estranho, não são poucos os hospitais e laboratórios brasileiros que possuem Picture Archiving and Communication System (PACS) sem Radiology Information System (RIS) integrado, explicando muitos de seus problemas de eficiência no workflow. Isso porque enquanto o RIS responde pela organização da lista de tarefas da instituição, controlando agendamentos, laudos e históricos do paciente, o PACS se encarrega da geração, do armazenamento e da distribuição de imagens.

Ora, mas se os laudos a serem elaborados dependem da análise da imagem capturada, não faz muito sentido que os sistemas não tenham nenhum forma de comunicação, certo? A integração entre PACS e RIS é, dessa forma, uma tendência iminente na radiologia brasileira, acompanhando o conceito de sistemas de gestão de saúde utilizado nos países mais desenvolvidos.

Então, já conhecia todas essas possibilidades? Qual delas chamou mais sua atenção? Comente aqui e divida suas impressões conosco! E não deixe de continuar conosco para descobrir como o técnico deve se preparar para as novas tecnologias em radiologia!

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