Prontuário Eletrônico: a diferença entre o PEC, do SUS, e o PEP

Algumas funções de dados dos pacientes são comuns entre ambas as ferramentas, mas há detalhes que precisam ser considerados na hora de se optar pela solução

Prontuário Eletrônico: a diferença entre o PEC, do SUS, e o PEP

O Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), software que está sendo implantado pelo governo nas Unidades Básicas de Saúde visando integrar as informações dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), é um importante passo no processo de digitalização de dados. Contudo, ele foi projetado diferentemente das soluções do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), fornecidas tanto a clientes da área pública quanto privada. Thiago Uchôa, gerente comercial de produtos da MV, explica as diferenças entre eles.

 

Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC)

Pelo PEC, criado pelo Departamento de Informática do SUS (Datasus), médicos podem consultar o histórico médico do cidadão, com acesso a informações de diagnósticos, atendimentos, exames e medicações passadas. O profissional poderá, ainda, checar se a droga que ele pretende recomendar está disponível na farmácia popular do município. O PEC consegue "conversar" com o PEP de redes privadas e pode ser utilizado em locais com sistema híbrido. Mas os municípios que já utilizam PEP próprio não precisarão migrar para o sistema feito pelo SUS, desde que a solução utilizada já tenha integração com o e-SUS AB.

Racionalizar os recursos do SUS e ter um maior controle sobre o que está sendo investido com os repasses públicos. Será também possível mensurar se o público atendido pela UBS foi dimensionado adequadamente e identificar as maiores demandas por tipo de atendimento das unidades.

A medida ajudará a reduzir custos ao evitar, por exemplo, a duplicidade de exames ou retiradas inadequadas de medicamentos, além de permitir acesso aos dados de todos os procedimentos que envolvem a atenção básica, como o trabalho das equipes dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), do Consultório na Rua e da Atenção Domiciliar (AD), e os programas como Saúde na Escola (PSE) e Academia da Saúde, todos integrados pelo e-SUS.

O Prontuário Eletrônico do Cidadão, por sua vez, não permite ao médico ter acesso a protocolos clínicos, por exemplo;

  • Sobre como agir em caso de dengue;
  • Prescrever um plano diagnóstico;
  • Visualizar o resultado de exames de imagem diretamente no prontuário eletrônico;
  • Nem apresenta recursos personalizados no sistema.

 

Prontuário eletrônico do Paciente (PEP)

O prontuário eletrônico do paciente se faz por um conjunto de ações clínicas e gerenciais. Tudo o que os profissionais de Saúde agregam ao prontuário de papel, podem fazer na versão eletrônica de maneira integrada aos demais serviços relacionados à consulta.

Enquanto a solução voltada aos cidadãos representa a eletronização de um processo que já existe, o PEP permite mais funcionalidades, como:

  • Inserir recursos personalizados na coleta de dados durante a consulta médica;
  • Prescrição e visualização de exames;
  • Histórico de atendimentos nos demais serviços de Saúde (hospital, centros especializados etc.);
  • Encaminhamentos para outras especialidades, destacando inclusive o grau de urgência daquela solicitação.

O PEP propriamente dito faz a captura de todos os dados exigidos pelo Ministério da Saúde e os transfere já gerados em arquivos no padrão estabelecido pelo Datasus, sem a necessidade de acessar outro sistema. Essa transferência de dados é feita por meio de envio de arquivo com padrão próprio do e-SUS (extensão.esus).

O PEP também pode ser fornecido ao mercado privado. Contudo, falando especificamente sobre a rede pública, essa administração mais cautelosa, permite mensurar se a unidade de Saúde tem um público adequado para aquela região, além de identificar as maiores demandas por tipo de atendimento das unidades. Também ajuda a reduzir custos ao evitar, por exemplo, a duplicidade de exames ou retiradas inadequadas de medicamentos.

O PEP promete melhores resultados a profissionais e usuários, pois facilita o acesso a dados para fazer um melhor diagnóstico. Há também a integração dos serviços públicos e assistenciais com o faturamento da instituição de Saúde, facilitando o trabalho do gestor. A ferramenta consegue, ainda, garantir a segurança do profissional que faz o atendimento e do paciente, já que dá acesso a dados de outras consultas e procedimentos.

Exemplo: O registro no prontuário informando que o usuário é alérgico a algum medicamento permite que o sistema emita um alerta na prescrição, evitando, assim, que o remédio seja administrado.

Ele pode também ser customizado conforme a especialidade do profissional que for utilizá-lo. Caso de um cardiologista, por exemplo, que poderá customizar no PEP como "favoritos" os exames prescritos com maior frequência, dando maior agilidade ao atendimento e permitindo que o dedique mais tempo à anamnese do paciente, realizando um atendimento mais humanizado.

Pelo PEP pode ser possível, ainda, acessar o Sistema de Arquivamento e Comunicação de Imagens (Picture Archiving and Communication System - PACS) da instituição e, a partir disso, acrescentar informações ao diagnóstico. O PACS é um software que captura, armazena e compartilha imagens médicas já integradas aos equipamentos por meio de redes. Com a tecnologia, é possível fazer laudos remotos de exames por imagem como tomografias, ressonância magnética, ultrassom, dentre outros.

Outra facilidade é a integração com demais sistemas, como de imunização e vacinas, odontologia e estoque. Nesse, o médico de um hospital ou UBS saberá quais as medicações estão disponíveis em toda a rede, antes de receitá-las.

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