Por que a segurança digital é a prioridade na saúde conectada?

A saúde conectada representa a integração de tecnologias digitais com o objetivo de oferecer uma experiência de cuidado mais eficiente. No entanto, essa conectividade traz novos desafios, especialmente no que diz respeito à segurança digital.

1010112025022467bc6fb3e7dc2.jpeg

A saúde conectada representa a integração de tecnologias digitais, como dispositivos IoT (Internet das Coisas), sistemas de telemedicina e registros eletrônicos de saúde (RES), com o objetivo de oferecer uma experiência de cuidado mais eficiente e centrada no paciente. 

Essa transformação digital no setor de saúde permite que médicos e pacientes se conectem remotamente, troquem informações em tempo real e acompanhem dados de saúde de forma contínua.

No entanto, essa conectividade traz novos desafios, especialmente no que diz respeito à segurança digital. Com o crescimento do uso de dados sensíveis e dispositivos conectados, proteger essas informações tornou-se prioridade absoluta para evitar vazamentos, ataques cibernéticos e outros riscos.

Pensando nisso, criamos esse conteúdo para abordar como boas práticas de segurança digital podem ser o diferencial nas instituições de saúde.

 

Os principais riscos de segurança digital na saúde conectada

Com o crescimento da saúde conectada, os dados dos pacientes estão mais expostos a ataques cibernéticos. Esse cenário representa uma grande oportunidade para os criminosos digitais, já que os sistemas hospitalares são complexos, interconectados e armazenam informações extremamente sensíveis, como históricos médicos, diagnósticos e dados financeiros. 

Aqui estão os principais riscos de segurança digital que as instituições de saúde enfrentam:

 

1. Acesso não autorizado a dados sensíveis

Esse é um dos riscos mais críticos. Hackers podem invadir sistemas para roubar informações pessoais e médicas dos pacientes, vendendo-as para criminosos ou usando-as para extorsão.

Um vazamento de dados pode expor diagnósticos confidenciais, causando danos irreversíveis à reputação do paciente e da instituição.

 

2. Ransomware

Ataques de ransomware bloqueiam o acesso aos sistemas até que um resgate seja pago. Esse tipo de ataque é especialmente devastador em hospitais, um cenário em que a indisponibilidade de sistemas pode afetar diretamente a vida dos pacientes.

Em 2020, o Hospital Universitário de Dusseldorf na Alemanha foi vítima de um ataque de ransomware, forçando a transferência de pacientes críticos para outras unidades, resultando na morte de uma paciente que não conseguiu ser atendida a tempo.

 

3. Interferência em dispositivos médicos conectados

Dispositivos médicos conectados, como monitores de sinais vitais, marcapassos e bombas de infusão, também estão suscetíveis a ataques. Uma invasão nesses equipamentos pode comprometer a saúde dos pacientes.

Estudos já demonstraram que alguns marcapassos conectados podem ser hackeados para alterar seus parâmetros, o que representa um risco à vida do paciente. 

 

4. Phishing e engenharia social

Esses ataques buscam manipular profissionais de saúde para que forneçam acesso a sistemas críticos. A engenharia social pode enganar funcionários por meio de e-mails falsos ou mensagens maliciosas.

Um funcionário pode receber um e-mail aparentemente legítimo pedindo que ele atualize suas credenciais em um site falso, entregando suas informações para hackers.

 

5. Vulnerabilidades em sistemas legados

Muitas instituições de saúde ainda usam sistemas antigos (legados), que não recebem atualizações de segurança adequadas. Essas vulnerabilidades são portas de entrada para ataques cibernéticos.

Sistemas operacionais obsoletos em equipamentos médicos podem ser explorados para obter acesso ao banco de dados central da instituição.

Leia também: Cibersegurança na saúde: quem é o verdadeiro inimigo? 

 

A importância da conformidade com a LGPD na proteção de dados sensíveis

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, regulamenta o tratamento de dados pessoais no Brasil, exigindo que empresas adotem práticas para garantir a segurança, privacidade e transparência no uso dessas informações. 

No setor de saúde, essa lei tem um impacto ainda maior, já que as instituições lidam diariamente com dados sensíveis dos pacientes, como:

 

  • Histórico médico e diagnósticos;
  • Informações genéticas e biométricas;
  • Dados sobre tratamentos e medicamentos utilizados;
  • Dados pessoais (CPF, endereço, plano de saúde, entre outros).

 

Por que a conformidade com a LGPD é tão importante na saúde conectada?

Proteção de dados sensíveis e privacidade do paciente
A saúde conectada envolve o compartilhamento de informações digitais entre sistemas, dispositivos médicos e plataformas de atendimento remoto.

A LGPD exige que as instituições adotem políticas claras de segurança, garantindo que os dados sejam utilizados apenas para finalidades específicas e com o consentimento do titular.

Evitar penalidades financeiras e danos reputacionais
A não conformidade com a LGPD pode resultar em multas de até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração, além de sanções administrativas e a suspensão das atividades de tratamento de dados. Além do impacto financeiro, um incidente de segurança pode causar danos à imagem da instituição e à confiança dos pacientes.

Promover a transparência e fortalecer a confiança
A LGPD exige que as instituições informem claramente como os dados dos pacientes são coletados, armazenados e protegidos. Essa transparência reforça a confiança dos pacientes na instituição e nos serviços de saúde conectada.

Melhorar a governança de dados e processos internos
A adequação à LGPD incentiva a revisão e a melhoria de processos internos, promovendo uma governança mais estruturada de dados. Isso ajuda as instituições a organizar melhor suas operações, minimizando riscos e aumentando a eficiência.

 

Como garantir a conformidade com a LGPD na saúde conectada?

 

  • Realizar mapeamento e classificação de dados, identificando quais informações são coletadas e como são utilizadas;
  • Implementar medidas de segurança técnica e administrativa, como criptografia, controle de acesso e backups regulares;
  • Treinar profissionais para que compreendam a importância da proteção de dados e saibam como agir em caso de incidentes;
  • Nomear um Encarregado de Proteção de Dados (DPO), responsável por monitorar a conformidade com a LGPD e orientar a instituição.

 

Boas práticas para garantir a segurança digital na saúde

Garantir a segurança digital na saúde conectada é fundamental para proteger informações sensíveis e evitar interrupções nos serviços médicos. Adotar boas práticas ajuda a reduzir riscos e a fortalecer a infraestrutura tecnológica das instituições. Aqui estão algumas das medidas mais eficazes:

 

Proteção de redes e dispositivos conectados

Os dispositivos médicos conectados (como monitores cardíacos, ventiladores e bombas de infusão) fazem parte do ecossistema da saúde conectada, mas também ampliam a superfície de ataque. Uma rede mal protegida pode ser a porta de entrada para invasões.

Boas práticas:

  • Utilizar firewalls e VPNs para proteger o tráfego de dados;
  • Implementar sistemas de detecção e resposta a intrusões (IDS/IPS) para identificar atividades suspeitas;
  • Segmentar as redes, separando a rede administrativa da rede usada por dispositivos médicos, limitando a propagação de ataques.

Exemplo:

Um hospital pode segmentar sua rede para garantir que, mesmo que um dispositivo conectado seja comprometido, o invasor não consiga acessar o banco de dados de pacientes.

 

Treinamento de profissionais para evitar falhas humanas

O fator humano é uma das maiores vulnerabilidades na segurança digital. Muitos incidentes ocorrem devido a falhas humanas, como clicar em links de phishing ou compartilhar credenciais de forma inadequada.

Boas práticas:

  • Realizar treinamento contínuo sobre segurança da informação para todos os profissionais de saúde;
  • Simular ataques de phishing para identificar pontos de vulnerabilidade e conscientizar os colaboradores;
  • Criar protocolos claros para o uso de dispositivos e sistemas, garantindo que todos conheçam as práticas seguras.

Exemplo:

Um hospital pode realizar campanhas internas de conscientização, simulando e-mails de phishing para avaliar a reação dos funcionários e ajustar o treinamento de acordo com os resultados.

No episódio #8 do MVCast, Carlos Pereira, Diretor Executivo da Flowti, empresa do ecossistema MV focada na gestão e soluções para ambientes de TI e Everson Remedi, Diretor de Cyber Security Proteção de Dados da ABCIS discutem sobre ameaças internas e externas e o impacto nas instituições. Confira abaixo:

 

Adoção de sistemas seguros e criptografia avançada

Proteger dados em trânsito e em repouso é essencial para evitar acessos não autorizados. A criptografia ajuda a garantir que mesmo que um dado seja interceptado, ele não possa ser lido por terceiros.

Boas práticas:

  • Criptografia de dados em todos os níveis, especialmente para informações sensíveis de pacientes;
  • Utilizar autenticação multifatorial (MFA) para acessar sistemas críticos, adicionando uma camada extra de proteção;
  • Garantir que os sistemas utilizados estejam sempre atualizados, reduzindo vulnerabilidades.

Exemplo:

Uma clínica de telemedicina pode adotar criptografia ponta a ponta para proteger a comunicação entre médicos e pacientes durante consultas online, garantindo a privacidade das informações trocadas.

 

Backup e plano de resposta a incidentes

Ter backups atualizados e um plano de resposta bem definido ajuda a instituição a se recuperar rapidamente em caso de ataques cibernéticos, minimizando impactos.

Boas práticas:

  • Realizar backups regulares, armazenando-os em locais seguros e isolados da rede principal;
  • Criar e testar um plano de resposta a incidentes para saber como agir em caso de violação de segurança.

Exemplo:

Em um ataque de ransomware, uma instituição que mantém backups offline pode restaurar seus sistemas rapidamente, evitando o pagamento de resgates e a paralisação dos serviços.

 

Como a segurança cibernética reforça a confiança dos pacientes

Na era da saúde conectada, a relação entre médicos, instituições de saúde e pacientes vai além do atendimento presencial. 

Quando uma instituição de saúde investe em segurança cibernética, ela transmite uma mensagem clara: o bem-estar e a privacidade dos pacientes são prioridades. A implementação de medidas de segurança robustas, como a criptografia de dados, o uso de autenticação multifatorial (MFA) e políticas de privacidade transparentes, cria um ambiente para os pacientes se sentirem mais seguros para compartilhar suas informações pessoais e médicas.

Além disso, a transparência sobre como os dados são protegidos reforça essa confiança. Informar os pacientes sobre as práticas de segurança adotadas e fornecer canais de comunicação abertos para esclarecer dúvidas sobre o uso de seus dados aumenta a sensação de segurança e fortalece o relacionamento com a instituição.

 

O impacto da segurança digital na eficiência operacional das instituições

A segurança digital não é apenas uma questão de proteção de dados; ela também desempenha um papel estratégico na eficiência operacional das instituições de saúde

Quando medidas de segurança robustas são implementadas corretamente, elas não apenas reduzem riscos de incidentes cibernéticos, mas também otimizam processos internos, melhoram a tomada de decisão e garantem a continuidade das operações.

 

Redução de interrupções e maior disponibilidade de sistemas

Sistemas de saúde conectada, como prontuários eletrônicos, plataformas de telemedicina e dispositivos médicos, dependem de uma infraestrutura digital segura para funcionar sem interrupções. 

Ataques cibernéticos, como ransomware, podem paralisar completamente as operações de um hospital, forçando a adoção de medidas emergenciais que prejudicam tanto a eficiência quanto o atendimento ao paciente.

Por outro lado, uma estratégia de segurança bem estruturada reduz a chance de ataques, garantindo que os sistemas estejam sempre disponíveis. Isso permite que médicos, enfermeiros e gestores possam acessar informações e ferramentas essenciais sem atrasos ou falhas, melhorando o fluxo de trabalho.

 

Automatização e simplificação de processos

A segurança digital também promove a adoção de tecnologias avançadas, como sistemas de gestão integrados e soluções de autenticação automatizada, que facilitam o acesso seguro às informações. Isso não apenas protege os dados, mas também elimina processos manuais que consomem tempo e aumentam a chance de erros humanos.

Um hospital que utiliza um sistema de login único (Single Sign-On, SSO), por exemplo, reduz o tempo que os profissionais gastam inserindo senhas em diferentes plataformas, ao mesmo tempo em que mantém um alto nível de segurança.

 

Melhor gestão de dados e suporte à tomada de decisão

A segurança digital está diretamente ligada à governança de dados. Quando os dados são armazenados e gerenciados de forma segura, as instituições conseguem garantir a integridade e a precisão das informações, o que é essencial para a tomada de decisões clínicas e administrativas.

Um hospital que mantém seus dados protegidos contra adulterações e perdas pode confiar nas informações de seus sistemas para analisar indicadores de desempenho, prever demandas e planejar investimentos futuros.

 

Aumento da produtividade e satisfação dos profissionais

Quando os sistemas são seguros e funcionam de forma estável, os profissionais de saúde conseguem se concentrar no que realmente importa: o cuidado com os pacientes. Isso melhora a produtividade, reduz o estresse causado por falhas de sistema e contribui para um ambiente de trabalho mais satisfatório e organizado.

Tendências e inovações na proteção cibernética para a saúde conectada

À medida que a tecnologia avança, as ameaças cibernéticas também se tornam mais sofisticadas, exigindo que o setor de saúde conectada invista em soluções modernas para proteger seus sistemas e dados. 

Diversas tendências e inovações estão transformando a maneira como as instituições lidam com a segurança digital, oferecendo maior proteção e eficiência na gestão de riscos.

 

Inteligência Artificial (IA) para detecção de ameaças

A Inteligência Artificial está revolucionando a segurança cibernética ao identificar ameaças em tempo real e antecipar comportamentos suspeitos. Diferentemente das soluções tradicionais, que apenas reagem após uma violação, a IA permite uma abordagem proativa e preditiva.

Exemplos:

  • Sistemas de análise comportamental: servem para identificar atividades fora do padrão em redes e dispositivos, alertando a equipe antes que um ataque ocorra;
  • Automatização de respostas a incidentes: a IA pode isolar um dispositivo comprometido automaticamente, evitando que o ataque se espalhe.

 

Blockchain para proteção de dados

O blockchain oferece uma forma segura e transparente de registrar e compartilhar informações médicas. Por meio de uma estrutura descentralizada, ele garante a integridade dos dados, reduzindo o risco de adulteração ou acesso não autorizado.

Benefícios do blockchain:

  • Proteção contra fraudes e acessos indevidos;
  • Rastreamento seguro do histórico de dados médicos;
  • Melhor controle dos pacientes sobre suas informações pessoais.

Exemplo:

Uma plataforma baseada em blockchain permite que o paciente autorize ou revogue o acesso aos seus dados médicos de forma simples e segura.

 

Autenticação biométrica

A autenticação biométrica, como reconhecimento facial, leitura de impressão digital e análise de íris, está se tornando uma alternativa mais segura às tradicionais senhas e cartões de acesso. Isso reduz o risco de roubo de credenciais e dificulta o acesso não autorizado aos sistemas.

Exemplo:

Hospitais que adotam leitura biométrica para o acesso de profissionais ao prontuário eletrônico reduzem o risco de acessos indevidos e agilizam a identificação.

 

Zero Trust Architecture (Arquitetura de Confiança Zero)

A abordagem Zero Trust parte do princípio de que nenhuma entidade — interna ou externa — deve ser confiável automaticamente. Todos os acessos precisam ser verificados continuamente, reduzindo as chances de invasões.

Práticas do Zero Trust:

  • Verificação constante de identidade e dispositivos;
  • Segmentação de rede para limitar o movimento lateral de invasores;
  • Uso de criptografia avançada para proteger dados em trânsito.

 

Segurança em dispositivos IoT (Internet das Coisas)

O número crescente de dispositivos IoT médicos exige soluções específicas de segurança para prevenir ataques. Novas tecnologias estão focadas na proteção e monitoramento desses dispositivos.

Exemplos de soluções:

  • Softwares de monitoramento que detectam atividades anormais em dispositivos conectados;
  • Atualizações automáticas para garantir que os dispositivos estejam protegidos contra vulnerabilidades conhecidas.

 

Computação em nuvem segura

A migração para a computação em nuvem é uma tendência crescente no setor de saúde, oferecendo flexibilidade e escalabilidade. No entanto, a segurança na nuvem é uma preocupação central, e inovações como criptografia ponta a ponta e controle de acesso granular têm sido essenciais para proteger os dados armazenados.

Exemplo:

Soluções de nuvem com gerenciamento avançado de identidades, como a solução Cloud Broker da MV, garantem que apenas pessoas autorizadas tenham acesso a informações específicas, reduzindo riscos.

 

Educação contínua em cibersegurança

Embora a tecnologia seja uma peça fundamental, a educação e conscientização dos profissionais de saúde é uma tendência que ganha força. Instituições estão adotando programas contínuos de treinamento para reduzir falhas humanas e aumentar a resiliência cibernética.

 

Por que investir em segurança digital é essencial para o futuro da saúde conectada?

A transformação digital no setor de saúde trouxe avanços incríveis, possibilitando serviços mais ágeis, personalizados e eficientes. A saúde conectada — que envolve a integração de dispositivos inteligentes, prontuários eletrônicos e plataformas de telemedicina — está revolucionando a forma como pacientes e profissionais interagem. 

No entanto, essa evolução também expôs o setor a novos riscos cibernéticos, tornando a segurança digital uma prioridade estratégica para garantir a sustentabilidade e o crescimento dessas inovações.

Dessa forma, o investimento em segurança digital é essencial para proteger dados sensíveis dos pacientes, como informações pessoais, diagnósticos, resultados de exames e históricos médicos. 

Além disso, a segurança digital é uma oportunidade para as instituições se destacarem no mercado. Hospitais e clínicas que investem em tecnologias de proteção e transparência conquistam uma vantagem competitiva, fortalecendo sua reputação e atraindo pacientes que buscam serviços confiáveis e inovadores.

Por fim, para garantir o futuro da saúde conectada, as instituições precisam contar com uma infraestrutura digital robusta e segura. Nesse cenário, soluções como o Cloud Broker e a infraestrutura LGPD, oferecidas pela MV, desempenham um papel fundamental. 

A MV é referência no desenvolvimento de sistemas integrados para a área da saúde, ajudando as instituições a se manterem em conformidade com a LGPD, protegerem seus dados e otimizarem suas operações com segurança e eficiência.

O futuro da saúde conectada depende de ambientes digitais seguros, em que a tecnologia e a confiança caminham juntas para transformar a experiência dos pacientes e elevar o padrão de cuidado.

Deseja mais performance e segurança na sua infraestrutura de TI?. Entre em contato conosco.

 

;