O passo a passo da cirurgia segura no Hospital Digital

O uso da tecnologia minimiza desperdícios e reduz o risco de eventos adversos, promovendo um ambiente de segurança para o paciente e também uma cirurgia mais segura.

O passo a passo da cirurgia segura no Hospital Digital

Nos hospitais digitais, onde a inovação e a eficiência são priorizadas, a realização de cirurgias seguras é um processo meticulosamente planejado e executado. Este artigo detalha cada etapa desse processo, destacando como a tecnologia contribui para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes.

 

Cirurgia segura no contexto do hospital digital

Nos hospitais digitais, a integração de sistemas tecnológicos avançados permite uma abordagem mais segura e eficiente para a realização de cirurgias. Desde a avaliação pré-operatória até o acompanhamento pós-operatório, a utilização de tecnologias como inteligência artificial, big data, e sistemas de monitoramento em tempo real, desempenha um papel indispensável na minimização de riscos e na otimização dos resultados cirúrgicos.

Segundo dados do Observatório Anahp 2020, um a cada dois pacientes hospitalares passa por algum procedimento cirúrgico durante o período de internação. O número deixa claro a importância de uma gestão eficiente do bloco cirúrgico, como acontece com a cirurgia segura no Hospital Digital, para evitar que uma possível superlotação sobrecarregue a instituição e atrapalhe a qualidade assistencial prestada. André Akel, diretor do hospital Unimed III Recife, é quem lista os principais ganhos de uma cirurgia 100% digital:

“Além de ter todos os documentos informatizados, é possível contar com estatísticas seguras e saber ao certo onde estão os erros. Hospitais que não usam esse processo simplesmente não conseguem notar onde estão as possíveis falhas na segurança da jornada do paciente no bloco cirúrgico, nem prevenir eventuais erros.”

 

Utilizando a tecnologia para avaliação e planejamento

A avaliação e o planejamento são etapas fundamentais para garantir uma cirurgia segura. Ferramentas digitais avançadas permitem uma análise detalhada do histórico médico do paciente, identificando possíveis complicações e preparando a equipe cirúrgica para qualquer eventualidade. 

Softwares de simulação cirúrgica ajudam na criação de planos operatórios precisos, enquanto plataformas de telemedicina facilitam a comunicação entre especialistas, garantindo uma preparação completa e integrada para minimizar a possibilidade de intercorrências.

Um erro provocado por um profissional de saúde durante a cirurgia, além de comprometer o resultado do paciente, afeta complexamente toda a gestão hospitalar.

“Para evitar que isso aconteça, o Hospital Digital trabalha com treinamentos constantes dos profissionais, que são planejados a partir dos quase erros ou das falhas que aconteceram durante o procedimento. Um exemplo é quando a bomba de infusão ou outro equipamento cirúrgico apresenta uma falha. Após identificar esse tipo de problema durante o checklist, nós direcionamos tal fato também para os treinamentos e reparamos imediatamente o equipamento específico que apresentou algum problema”, descreve Akel.

O protocolo para a cirurgia segura no Hospital Digital é sempre feito em quatro etapas, por meio de quatro documentos eletrônicos preenchidos em diferentes momentos do procedimento.

 

Acompanhe o passo a passo

Passo 1: Internação

A jornada para uma cirurgia segura começa na internação do paciente. Nesse momento, são realizadas verificações iniciais, como a confirmação de identidade, revisão do histórico médico e realização de exames pré-operatórios. A digitalização desses processos permite um fluxo de informações rápido e preciso, reduzindo o risco de erros e agilizando o atendimento.

 

Passo 2: Entrada no bloco cirúrgico

Ao entrar no bloco cirúrgico, o paciente é preparado para o procedimento de forma sistemática. Isso inclui a realização de checagens de segurança, como a verificação de alergias e condições pré-existentes, utilizando sistemas digitais para garantir que todas as suas informações estejam corretas e atualizadas. Equipamentos modernos de monitoramento começam a registrar os sinais vitais do paciente, proporcionando dados em tempo real para a equipe médica.

 

Passo 3: Antes de iniciar a cirurgia

Antes do início da cirurgia, a equipe realiza um checklist de segurança, conhecido como “time out”, onde são confirmados todos os detalhes do procedimento, incluindo a identificação do paciente, a parte do corpo a ser operada, e os materiais necessários. Nesse momento, a tecnologia auxilia através de sistemas de apoio à decisão e checklists digitais, que garantem que nada seja esquecido.

“Esses questionamentos são feitos em momentos estratégicos para que se ratifique a importância de lembrar das etapas e garantir que o procedimento cirúrgico ocorra sem intercorrências”, resume o diretor.

Passo 4: Após o procedimento

Após a cirurgia, o paciente é transferido para a sala de recuperação, onde continuará a ser monitorado de perto. Sistemas de monitoramento contínuo fornecem dados vitais em tempo real, permitindo intervenções rápidas caso necessário. Além disso, o uso de prontuários eletrônicos facilita a comunicação entre a equipe médica e a documentação do procedimento, garantindo uma recuperação segura e eficiente.

Toda essa interação entre os profissionais de Saúde, o paciente e a equipe médica assistente é feita por meio do preenchimento de documentos digitais e tudo é agregado ao sistema de gestão hospitalar.

“A partir dessas informações, construímos vários indicadores que otimizam ainda mais a cirurgia segura e ajudam na gestão do bloco cirúrgico, como a avaliação do consumo de antibióticos, o uso de transfusão sanguínea ou o aviso de falha de alguns equipamentos”, esclarece Akel, deixando claro que no Hospital Digital todos os dados são usados para prevenir erros. 

A redução de riscos de eventos adversos e a minimização de desperdícios também são pontos-chave para uma cirurgia segura. Tais medidas aumentam significativamente a qualidade e a segurança nos parâmetros da instituição.

“Quando acontece alguma falha, a gente elabora um plano de correção de rumo com barreiras. Várias mudanças já foram feitas aqui por conta de um quadro de erros na segurança do paciente”, revela o diretor.

Na prática, conforme Akel explica, mesmo com a implantação de uma barreira no bloco cirúrgico para que o paciente não avance sem a lateralidade do órgão cirúrgico marcada, no Hospital Digital essa checagem é feita pelo prontuário eletrônico:

“O paciente não segue adiante na sua cirurgia se não tiver essa marcação, ou se não tiver uma avaliação pré-anestésica, por exemplo. A falta desse tipo de informação gera um empecilho para que a cirurgia segura ocorra e a gente não prossegue com o paciente para o bloco cirúrgico nesses casos”, finaliza o diretor. 

 

Conclusão

A cirurgia segura em um hospital digital é um processo que combina a expertise médica com as mais avançadas tecnologias disponíveis. Cada etapa, desde a internação até o pós-operatório, é cuidadosamente planejada e monitorada para assegurar a segurança e o bem-estar do paciente. 

A integração de tecnologias inovadoras não só melhora a precisão e a eficiência das cirurgias, mas também proporciona uma experiência mais segura e tranquila para os pacientes e suas famílias.



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