Medicina Diagnóstica: 4 principais desafios trazidos pela radiologia digital

Apostar no mundo digital, na interoperabilidade, na produtividade e, ao mesmo tempo, na segurança desafiam os gestores

Nas últimas três décadas houve uma mudança na arquitetura dos processos de aquisição e disponibilização dos exames de imagens em muitos serviços de radiologia, que eliminaram o uso do filme (filmless). Esses serviços passaram por complexas mudanças e quebra de paradigmas, incluindo fatores organizacionais (gerenciais e culturais), comportamentais e tecnológicos.

Uma das alternativas para o desenvolvimento dos laboratórios de medicina diagnóstica foi os investimentos em radiologia digital e o entendimento de como a tecnologia pode ajudar a aumentar a produtividade do negócio com base na interoperabilidade dos sistemas, que promete agilidade na produção de laudos e eficiência na gestão, além de permitir, com a digitalização, o acesso a documentos remotamente, até mesmo pelo celular. Por outro lado, a agilidade pode abrir espaço para erros de procedimento quando não respeitados os devidos protocolos, comprometendo o serviço baseado na veracidade das informações.

Christiano Berti, diretor da Unidade de Negócio Medicina Diagnóstica da MV, aponta os quatro principais desafios dos centros de medicina diagnóstica para crescer em eficiência e na receita, com o apoio de recursos tecnológicos. Tais desafios tendem a ser complementares, mas, se mal interpretados, podem implicar em perdas financeiras. Veja abaixo:

 

1. Interoperabilidade e integração

A possibilidade de integração dos dispositivos médicos de auxílio ao diagnóstico no ambiente de gerenciamento de imagens médicas pode contribuir para otimizar a atividade do médico especialista, possibilitando o acesso aos dados computacionais integradamente e transparente.

 

2. Passar do analógico para o digital

A radiologia e os centros de diagnóstico estão passando por um momento de informatização e armazenamento de imagens, saindo da impressão de filmes em direção à digitalização de laudos. Não há mais necessidade de se imprimir o laudo porque o médico faz o diagnóstico no computador, que pode ser acessado por outro PC ou via mobile. O desafio é mostrar que essa mudança pode trazer mais eficiência operacional, financeira e de cuidado com o paciente.

 

3. Produtividade

Com a informatização dos sistemas e a possibilidade de enviar e receber os laudos de forma remota, centros de diagnóstico estão abandonando o pagamento por turno e dando lugar à remuneração por laudo realizado. O aumento da emissão de laudos, no que lhe concerne, abre a necessidade de ter equipamentos que possam ficar ativos 24 horas, sete dias por semana. Caso contrário, pode-se perder a agilidade na emissão, aumentar as filas e diminuir o faturamento da empresa.

Por isso, é necessário garantir que os equipamentos de radiologia digital tenham essa capacidade. Senão, uma simples queda de energia, na qual se torna necessário religar a máquina, pode significar uma perda econômica, seja pelo atraso na entrega de laudos, seja pelo aumento da espera por resultados.

 

4. Segurança do diagnóstico

A informação digital está mudando rapidamente o modo de interação pessoal e condução dos negócios. Como todos estão sempre conectados a mais de um dispositivo, é possível acessar rapidamente dados ao redor do mundo. Quando se trata da área de saúde, todos são tanto pacientes quanto consumidores de informações e há muito a ser consumido.

Embora a radiologia digital permita uma maior agilidade e eficiência nos diagnósticos, faz-se necessário haver um controle de segurança na hora da emissão de laudos para evitar que a rapidez não seja sinônimo de erros de procedimento. Não raro a agilidade aumenta a probabilidade de erros tais como: a troca do nome do paciente, entre outros erros de informação, ou mesmo do laudo não sair como o esperado.

Segundo Berti, alguns médicos temem a troca da tecnologia porque, apesar de permitir fazer muito mais resultados do que na forma analógica, também aumenta a probabilidade de alterações por erro humano.

“Toda imagem na radiologia é associada a um laudo que tem que ser muito seguro, já que existem uma série de protocolos”, afirma.

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