Gestão hospitalar: saiba como usar plataformas de aprendizagem para ampliar a eficiência operacional
Programas com trilhas de aprendizagem capacitam o colaborador a tirar o melhor proveito tanto das ferramentas tecnológicas ao seu dispor quanto do seu próprio potencial humano
Pessoas formam empresas. Empresas buscam sempre por melhores resultados. Mas será que a minha empresa está operando em 100% da sua capacidade? Responder essa pergunta nem sempre é fácil para a gestão hospitalar, mas é certo que quando há uma subutilização de sistemas em organizações de saúde a eficiência fica comprometida.
Um recente levantamento feito pelos profissionais Claudio Giulliano e Heimar de Fátima Marin e publicado no Journal of Health Informatics constatou que entre 107 instituições de Saúde nacionais, apenas 44,4% possuem a chamada maturidade digital, na qual ocorre não apenas a adoção das tecnologias, mas também uma definição de estratégias, mudanças de cultura e, claro, a capacitação contínua das equipes assistenciais e administrativas no uso dos sistemas de gestão.
Para Silvio Vicente, gerente da Universidade MV, as organizações de saúde podem alcançar mais eficiência operacional, melhorar o atendimento e a experiência dos seus pacientes por meio do uso de programas com trilhas de aprendizagem, visando capacitar os colaboradores para tirar o melhor proveito tanto das ferramentas ao seu dispor quanto do potencial humano:
“E isso é ainda mais importante com os atuais índices de turnover entre profissionais de Saúde, tanto em instituições públicas quanto nas privadas.”
A constante troca de profissionais nas equipes multidisciplinares, como é de se esperar, compromete o conhecimento adquirido no uso dos sistemas de gestão e resulta em uma subutilização da ferramenta.
“O que acontece é que muitas dessas instituições precisam recorrentemente criar formas de tirar dúvidas e fazer realinhamentos com as equipes. E tudo isso poderia ser sanado se a gestão hospitalar tivesse implantado um programa de onboarding, de capacitação inicial ou mesmo uma trilha de aprendizagem que elencasse todas as dúvidas e dificuldades que o colaborador enfrenta durante a sua admissão ou, depois, no seu dia a dia de trabalho”, sugere Silvio.
E como é possível fazer isso com uso da tecnologia? O próprio gerente da Universidade MV indica que tudo começa no mapeamento dos procedimentos operacionais padrão da instituição, que depois serão inseridos em uma plataforma de aprendizado:
“Com isso, é possível evitar tantas paradas de sistema e interrupções na operação, bem como tantas dúvidas e acionamento de especialista porque todos os profissionais saberão onde buscar a informação que necessitam.”
Já a falta desse tipo de iniciativa afeta diretamente a eficiência operacional e, claro, os pacientes, que logo percebem mais morosidade em toda a jornada da assistência.
A lógica invertida funciona muito bem, pois, ao invés de as áreas especializadas serem acionadas para resolver possíveis dúvidas e problemas com o sistema de informação, eles se reúnem antecipadamente para elencar quais são as principais interrupções da operação.
“Principalmente no que se refere às equipes assistenciais lidando com tecnologia, essa prática é benéfica porque oferece uma facilidade de acesso e tira-dúvidas com os chamados micro-learnings, ou seja, pequenos treinamentos e tutoriais que capacitam o profissional pontualmente para avançar naquela determinada rotina”, explica Silvio, contando que esse conteúdo pode ser oferecido em formato audiovisual, com acesso via tablet e celular.
Iniciativas como esta ainda permitem que o colaborador não precise assistir todo o curso para ter a resposta da dúvida que procura, pois à ferramenta permite identificar apenas as partes que ele precisa consultar naquele momento.
“Por ser um vídeo dentro de uma plataforma de aprendizagem, ainda dá para compartilhar a tela para que outras pessoas da equipe absorvam aquele conhecimento também”, sugere o gerente.
A tecnologia, portanto, permite que o processo de aprendizagem e capacitação do profissional sejam contínuos, diferentemente dos cursos preparatórios feitos antes de o colaborador entrar na operação.
“O uso das plataformas de aprendizagem devolve a autonomia do conhecimento ao colaborador, pois é ele que, percebendo onde precisa evoluir, pode consultar e consumir o conteúdo necessário para sua evolução profissional”. enfatiza Silvio.
Já para a gestão hospitalar, além de disponibilizar esse tipo de ferramenta, cabe também o desafio de motivar as equipes a utilizá-la frequentemente, como conta o gerente da Universidade MV:
“A meu ver, os líderes têm a oportunidade de demonstrar o reconhecimento das pessoas do seu time, seja por meio de estratégias de gamificação, ou atrelando o processo de capacitação ao desenvolvimento da carreira do profissional, identificando, reconhecendo e destacando aqueles que mais compartilham seus conhecimento, os chamados especialistas em suas áreas de atuação.”