A construção de uma cultura realmente focada na Saúde Digital passa pela integração da jornada do paciente - independentemente de sua forma de acesso

A gestão da Saúde vive um momento crucial: de um lado, processos digitalizados às pressas, ainda nos primeiros dias da crise sanitária da Covid-19. Do outro, a retomada das operações físicas, com o arrefecimento das contaminações. Permeando esses dois universos, está o risco do "refluxo digital", sendo a retomada das práticas assistenciais antigas e analógicas, uma vez que a saúde digital foi adotada não a partir de uma mudança de cultura, mas uma necessidade momentânea.

Nessa queda de braço, deve prevalecer o equilíbrio: a integração do online e do offline, via a construção de uma cultura phygital (ou figital, como foi abrasileirado).   

A união dos universos promete trazer maior fluidez na relação entre organização, paciente/beneficiário e profissional da Saúde, o que, naturalmente, resulta em melhor experiência de todos os envolvidos. Mas bom uso do phygital precisa ir além de um par de consultas feitas de casa, pela tela do computador ou do celular.  

Conheça, abaixo, quatro benefícios de uma integração entre online e offline para a gestão da Saúde:

 

Aumento da capilaridade

Sem necessidade da presença física, a instituição de saúde — seja um hospital ou clínica — facilita o acesso à assistência via teleconsultas, garantindo maior acesso dos pacientes aos serviços e reduzindo potenciais ociosidades de seus profissionais.

 

Mais eficiência

A teleconsulta é uma excelente ferramenta para a atenção primária, fazendo com que o encaminhamento presencial para especialistas seja feito assertivamente, o que resulta em otimização no tempo do profissional, melhor desfecho clínico e melhora na qualidade da jornada do paciente.

 

Corpo clínico descentralizado

Com o teleatendimento, é possível compor corpos clínicos mistos, tendo profissionais de localidades distantes atuando remotamente enquanto uma equipe presencial cuida das assistências que não são indicadas para o formato digital.

 

Histórico à mão

Mesmo profissionais atuando de forma descentralizada, a digitalização permite o acesso à informação e ao histórico médico de cada usuário. Portanto, a integração das informações em todo o processo — de uma teleconsulta de entrada até a assistência com um especialista — aumenta a segurança do paciente e melhora sua experiência.

 

Atenção

Para os benefícios serem sentidos, a gestão da saúde precisa estimular uma cultura phygital entre os colabores, revisitando os processos para a instituição enxergar as atividades tanto físicas quanto digitais pertencentes a uma mesma jornada do paciente. O conceito de omni-canalidade na saúde, portanto, é crucial.  

A capacitação das equipes, por sua vez, também é uma das bases desse novo cenário de Saúde Digital. Além de adquirir as ferramentas corretas, é preciso treinar a equipe, orientando principalmente sobre o melhor uso da tecnologia na comunicação para construção de confiança com o paciente durante o teleatendimento.