Qual a diferença entre Prontuário Eletrônico e Prontuário Digital?

O prontuário eletrônico e o prontuário digital são conceitos que se destacam pela relevância no gerenciamento das informações médicas. Entenda a diferença entre as plataformas.

Qual a diferença entre Prontuário Eletrônico e Prontuário Digital?

No centro da digitalização das instituições de saúde estão dois conceitos frequentemente confundidos, mas que apresentam diferenças significativas: prontuário eletrônico e prontuário digital.

Apesar de parecerem sinônimos à primeira vista, os dois modelos possuem abordagens distintas, tanto em complexidade quanto em funcionalidade.

Para gestores, médicos e equipes de TI da área da saúde, compreender essas diferenças é essencial para tomar decisões estratégicas que impactam diretamente a qualidade da assistência, a eficiência operacional e a segurança dos dados dos pacientes. 

 

O cenário do digital nas instituições de saúde

Com a transformação digital dos últimos anos na saúde, clínicas, hospitais e operadoras vêm acelerando a adoção de tecnologias que garantem mais agilidade, precisão diagnóstica e acesso remoto à informação. Essa evolução ganhou ainda mais força com a pandemia de COVID-19, que exigiu soluções mais escaláveis, integradas e seguras.

No centro dessa revolução, o registro de dados clínicos passou de arquivos em papel para sistemas automatizados. Isso abriu caminho para dois tipos de soluções: o prontuário digital, como uma versão digitalizada do papel, e o prontuário eletrônico, que integra dados, processos e inteligência clínica em um único ambiente.

O prontuário digital e o prontuário eletrônico são conceitos que se destacam por sua relevância no gerenciamento das informações médicas. Ambos representam uma transição significativa da abordagem tradicional de registro em papel para o ambiente digital. 

 

Prontuário eletrônico x prontuário digital: qual a diferença entre os sistemas?

“A disponibilização das informações de cada paciente para todas as áreas de um hospital amplia a qualidade e segurança do atendimento e melhora as experiências dos pacientes e dos profissionais. Por isso, todo o setor de saúde precisa ter clareza sobre as diferenças entre o prontuário eletrônico e o chamado prontuário digital” - observa a CEO da TechInPulse, empresa do ecossistema da MV, Daennye de Andrade Oliveira. 

 

O que é prontuário digital?

O prontuário digital é, basicamente, a versão digitalizada de documentos clínicos físicos. Ele consiste em arquivos escaneados ou inseridos em formato PDF, Word ou imagens, armazenados em pastas digitais ou sistemas simples. 

Embora represente um avanço em relação ao papel, seu uso ainda é bastante limitado em termos de funcionalidade, interoperabilidade e usabilidade.

 

O que é prontuário eletrônico?

Já o prontuário eletrônico — também conhecido como PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente) — é uma solução mais robusta, desenvolvida para gerenciar, integrar e analisar dados clínicos em tempo real

Ele permite o registro estruturado de informações, desde anamneses e evoluções até exames, prescrições, alertas clínicos, histórico de atendimento e integrações com outros sistemas de saúde.

Como os termos são por vezes utilizados no mesmo contexto, aqui estão algumas diferenças que podem ser encontradas entre prontuários digitais e eletrônicos:

 

Amplitude da digitalização

No prontuário digital, a digitalização é meramente documental. Ele funciona como um arquivo eletrônico que replica o papel, mas sem ganho real em automação ou inteligência.

Por outro lado, o prontuário eletrônico vai muito além: ele transforma o cuidado em dados estruturados, possibilitando análises clínicas, alertas de segurança, histórico longitudinal do paciente e suporte à decisão médica.

 

Integração e acessibilidade nos prontuários

O prontuário digital geralmente não se comunica com outros sistemas e tem acesso limitado — muitas vezes, os arquivos precisam ser abertos um a um, dificultando a navegação e a obtenção de insights.

Já o prontuário eletrônico pode ser integrado a sistemas de gestão hospitalar (ERP), laboratórios, farmácias, telemedicina, agendamento, faturamento e mais. Além disso, permite acesso remoto e seguro por múltiplos profissionais, promovendo uma visão 360º do paciente.

 

Funcionalidades avançadas

Enquanto o prontuário digital se limita ao armazenamento de documentos, o prontuário eletrônico oferece funcionalidades como:

 

  • Prescrição eletrônica com checagem de interação medicamentosa;
  • Alertas de segurança e alergias;
  • Geração de gráficos clínicos;
  • Protocolos clínicos integrados;
  • Inteligência artificial para apoio ao diagnóstico;
  • Ferramentas de auditoria e compliance.

Ou seja, a diferença entre prontuários digitais e eletrônicos pode depender da terminologia usada em um determinado contexto ou sistema de saúde. 

 

Vantagens e desafios de cada sistema

 

Vantagens do Prontuário Digital

 

  • Acesso rápido e fácil: com a plataforma digital, as informações dos pacientes estão disponíveis de forma imediata, permitindo que os profissionais de saúde acessem os dados necessários com rapidez;
  • Armazenamento eficiente: não requer espaço físico significativo para armazenamento, ao contrário dos prontuários em papel, que podem ocupar muito espaço;
  • Legibilidade aprimorada: elimina erros de leitura associados à caligrafia ilegível, garantindo registros mais legíveis;
  • Facilidade de pesquisa: os dados podem ser pesquisados e filtrados com facilidade, permitindo análise e identificação de tendências;
  • Integração com outros sistemas: pode ser facilmente integrado com outros sistemas de saúde, laboratórios e farmácias, melhorando a coordenação do atendimento.

 

Desafios do Prontuário Digital

 

  • Custos iniciais elevados: a implementação de sistemas de prontuário eletrônico pode ser dispendiosa em termos de hardware, software e treinamento de colaboradores;
  • Riscos de segurança: requer medidas de segurança robustas para proteger as informações de pacientes contra acessos não autorizados;
  • Treinamento necessário: os profissionais de saúde precisam ser treinados para usar efetivamente sistemas de prontuário eletrônico, o que pode levar tempo.

 

Ou seja, no chamado prontuário digital, por mais que haja informações armazenadas no ambiente online, elas não estão integradas, sendo tratadas de forma isolada, exigindo processos, pessoas e tempo para que elas circulem entre as áreas.

Por exemplo, o médico prescreve o medicamento para o paciente, mas a informação não aparece para a farmácia de forma automática para que seja gerada a dispensação. 

“Dessa forma, o médico precisa imprimir ou digitalizar o pedido para que ele seja enviado até a farmácia, processo que consome tempo e que pode gerar falhas na administração do medicamento”, observa a especialista.

  

Em complemento, a CEO da TechInPulse ilustra outro cenário em que o conceito de prontuário digital pode ser prejudicial ao paciente e ao hospital.

Se o paciente chega na recepção num cenário de urgência e ele relata para a enfermeira que é alérgico a algum medicamento, mas não existe a integração dessa informação com as áreas subsequentes pelas quais ele tende a passar, o médico pode ficar vulnerável a prescrever o medicamento tido como inadequado para aquele paciente. 

Outra possibilidade de falha pode ocorrer na farmácia, onde o profissional, sem contar com um sistema que emita um alerta em caso de inconsistência de informação, pode ter um erro de leitura e administrar outro medicamento, com nome semelhante ao prescrito, expondo o paciente a vários tipos de intercorrência. 

“A principal consequência no uso da prescrição digital — e não eletrônica — é a perda da segurança do cuidado com o paciente”, exemplifica Daennye.  

Vantagens do Prontuário Eletrônico:

 

  • Integração completa: oferece integração total com registros de saúde, prescrições eletrônicas, laboratórios, farmácias e outros sistemas, facilitando o acompanhamento abrangente do paciente;
  • Alertas e lembretes: pode fornecer alertas automáticos para interações medicamentosas, lembretes de exames e acompanhamento de tratamento;
  • Acesso remoto: permite o acesso a informações médicas de qualquer lugar com conexão à internet, melhorando a flexibilidade e a continuidade do atendimento.

Caso o médico precise solicitar uma prescrição de medicamento no PEP, essa demanda cai, automaticamente, na farmácia e na área de faturamento para cobrança, porque tudo está interligado. 

“E se houver alguma inconsistência ao longo da cadeia, o sistema alerta os envolvidos", complementa a CEO. 

 

Desafios do Prontuário Eletrônico:

 

  • Custos elevados de implementação e manutenção: a implantação e manutenção de sistemas de prontuário eletrônico são caras, exigindo investimentos significativos;
  • Problemas técnicos: pode haver interrupções no sistema devido a falhas técnicas, que podem afetar o atendimento ao paciente;
  • Preocupações com a privacidade: preocupações com a privacidade dos pacientes podem surgir, especialmente com a crescente quantidade de dados de saúde eletrônicos armazenados;
  • Curva de aprendizado: profissionais de saúde podem levar um tempo para se adaptar e se familiarizar totalmente com o sistema.

Em resumo, tanto os prontuários digitais quanto os eletrônicos oferecem benefícios significativos em relação aos prontuários em papel, incluindo acesso rápido, legibilidade melhorada e eficiência no armazenamento. E apesar de apresentarem desafios, seu uso é recompensado garantindo mais segurança e economia. 

A escolha entre eles depende das necessidades específicas de uma instituição de saúde e de sua capacidade de lidar com os aspectos técnicos e financeiros envolvidos na implementação desses sistemas.

PEP: qualidade e segurança das informações

A adoção de um Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) representa um grande salto na qualidade do atendimento e na segurança da informação clínica. Isso porque o PEP permite a organização lógica dos dados, garantindo consistência, rastreabilidade e redução de erros.

Além disso, os melhores sistemas PEP contam com mecanismos avançados de criptografia, autenticação de usuários e controle de acessos, protegendo a privacidade do paciente e a integridade das informações em conformidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

“Os hospitais não podem enxergar essa solução como um gasto, mas como um investimento. Quem a possui está investindo na segurança do cuidado e obtém muito mais eficiência em seus processos. Isso traz retorno e blinda o hospital de falhas graves, que podem se traduzir em onerosos passivos” , observa Daennye.  

 

Tendências futuras dos prontuários

A transformação digital na saúde não para, e o prontuário eletrônico será cada vez mais protagonista de um ecossistema inteligente, automatizado e centrado no paciente. Citamos aqui algumas das principais tendências:

 

Inteligência artificial e aprendizado da máquina

A IA vem sendo incorporada aos PEPs para identificar padrões clínicos, prever riscos, sugerir diagnósticos e personalizar tratamentos, com base em grandes volumes de dados históricos.

 

Segurança cibernética reforçada

Com o aumento dos ataques cibernéticos, a segurança da informação nos prontuários será ainda mais robusta, com firewalls, criptografia de ponta a ponta, autenticação multifatorial e monitoramento contínuo.

 

Realidade virtual e aumentada

Essas tecnologias começam a ser exploradas para melhorar a compreensão de imagens clínicas, simular procedimentos e treinar profissionais, integrando visualizações avançadas ao PEP.

 

Blockchain na saúde

O uso de blockchain nos prontuários promete imunidade à fraude e rastreabilidade absoluta, com registros imutáveis, descentralizados e validados por múltiplas partes.

 

Padrões de dados e interoperabilidade global

Iniciativas como HL7, FHIR e openEHR estão promovendo padronização e interoperabilidade global, permitindo que prontuários se comuniquem com sistemas de diferentes países e plataformas, favorecendo a portabilidade clínica do paciente.

 

Personalização do atendimento e ênfase na experiência do usuário

O PEP do futuro será cada vez mais centrado no paciente, com interfaces intuitivas, acesso mobile, feedback em tempo real e integração com dispositivos wearables e apps de saúde.

 

Conclusão

A escolha entre prontuário digital e prontuário eletrônico é uma decisão estratégica com impacto direto na qualidade do cuidado, na eficiência da gestão e na segurança dos dados clínicos.

Embora o prontuário digital possa parecer uma solução simples e imediata, o prontuário eletrônico representa o caminho mais seguro, eficiente e alinhado com as tendências da saúde 5.0

Instituições que investem em um PEP moderno e integrado conseguem se destacar pela excelência assistencial, reduzir custos operacionais e garantir conformidade com a legislação.

Nesse cenário, o PEP da MV se destaca como uma solução completa e inteligente, capaz de integrar todas as áreas clínicas e administrativas da instituição.

Com tecnologia de ponta, segurança reforçada e interface intuitiva, o prontuário eletrônico da MV transforma dados em valor clínico, oferecendo suporte à decisão médica, rastreabilidade total, integração com demais sistemas e melhoria contínua dos processos assistenciais.

Para instituições que desejam se preparar para o futuro da saúde, investir em um PEP robusto e confiável como o da MV é um passo fundamental rumo à transformação digital verdadeira — com foco no paciente, eficiência operacional e inovação contínua. Entre em contato conosco!

 

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