Como atribuir mais valor à gestão de serviços em um hospital?

Ao longo das últimas décadas, o controle de custos foi o cerne das discussões empresariais, sobretudo no setor de saúde.

Como atribuir mais valor à gestão de serviços em um hospital?

Afinal, o funcionamento pleno dessa área depende de elevados investimentos em equipamentos (muitas vezes, importados), organização logística de alto impacto financeiro e implementações tecnológicas para monitoramento e controle de informações. Todavia, nos últimos anos, percebeu-se que tratar custo e qualidade como dois elementos incompatíveis era um erro brutal na gestão de serviços, explicando inclusive o colapso financeiro de inúmeras instituições.

As experiências bem-sucedidas de alguns hospitais de referência no Brasil mostraram que custo, na verdade, nada mais é que um atributo da qualidade. Ou seja, o caos financeiro que inunda muitos hospitais, centros de diagnóstico, setores de diagnóstico por imagem e operadoras de planos de saúde do país tem origem, invariavelmente, na crença equivocada de que economizar em tecnologia e geração de valor ao paciente é uma forma alternativa de sobreviver no azul. Na prática, entretanto, deixar de apostar nesses dois elementos significa praticamente assinar o atestado de óbito da instituição. Quer saber como atribuir mais valor à gestão de serviços em um hospital? Então acompanhe:

 

O detalhe que faz toda a diferença na gestão de serviços

Agregar valor não é prestar o mesmo nível de assistência à saúde da concorrência e cobrar menos pelos serviços. Tampouco é melhorar o que já é percebido como excelente pelos pacientes. Também não se trata de acrescentar serviços somente para aumentar os preços cobrados. Gerar ou agregar valor é, na verdade, dar um salto de qualidade relevante nos serviços prestados pelo hospital, seja por meio de reorganizações sutis na logística dos processos internos ou de implementações tecnológicas que tornem os atendimentos mais rápidos, os cuidados mais personalizados e o acompanhamento mais completo, relacionando a imagem do hospital a uma entidade dotada de empatia e atenção extrema em relação a seus pacientes. Isso pode ser materializado por meio de pequenas mudanças.

 

A informatização que evita erros e agiliza o faturamento

Transformações promovidas pela tecnologia na rotina de um hospital aumentam o nível de satisfação dos pacientes, fortalecem a imagem da instituição e melhoram seus resultados financeiros. O Hospital Mãe de Deus, localizado em Porto Alegre, tinha como um de seus maiores desafios a demora de quase 60 dias para a chegada da conta do paciente pós-alta. Eram muitos os fatores que contribuíam para a ineficiência de seu processo de faturamento, dentre eles, o registro inadequado das ações de saúde realizadas. Além dos atrasos no recebimento das contas, muitos pacientes se queixavam inclusive de valores incorretos, o que enfraquecia a imagem da instituição no mercado.

A saída foi buscar a implementação de um poderoso sistema de gestão hospitalar que provesse a integração dos processos clínico-assistenciais com as áreas de suprimentos e faturamento. Conseguiu-se, assim, obter informação e gestão homogênea, com rapidez nos processos internos. Os resultados de todas essas mudanças foram uma diminuição de mais de 60% no tempo médio entre a alta do paciente e a emissão (ou o fechamento) da conta no faturamento, a redução de erros de cobrança e de reclamações dos pacientes, além da receita triplicada. Esse é um exemplo claro do quanto a Tecnologia da Informação voltada à saúde pode culminar em resultados robustos não somente em relação à qualidade da prestação de assistência à saúde aos pacientes, mas também nos resultados financeiros da instituição.

 

A saúde digital que diminui a espera pelo atendimento

No hospital especializado Hoftalon (Centro de Estudo e Pesquisa da Visão), localizado em Londrina, no Paraná, as fichas ilegíveis, as chamadas organizadas manualmente e a comunicação precária entre profissionais (com base na correria nos corredores) foram substituídas por documentos com assinatura digital, bancos de dados virtuais, organização do workflow de atendimento automatizadamente e aproveitamento mais racional das salas e dos equipamentos. Tudo com base na tecnologia em saúde.

Antes da implementação de sistemas integrados de saúde, esse hospital especializado enfrentava o desafio de organizar diariamente centenas de pessoas (a maioria acima de 50 anos) em filas que ultrapassavam quarteirões, sendo que 95% desse atendimento era feito pelo SUS. O descontrole do fluxo de pacientes gerava um oceano de queixas, prejuízos financeiros e serviços ineficientes. Com a implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), o tempo de espera e de atendimento foi reduzido. A consulta, que antes durava 25 minutos, passou a durar 15 e o cadastro, que demorava 5 minutos, passou a ser realizado em impressionantes 40 segundos! Está lembrado que dissemos que custo é um atributo da qualidade? Eis aí um exemplo claro dessa máxima.

 

O relacionamento com as operadoras que gera oportunidade

Alguns hospitais passaram a adotar uma visão holística de saúde, focando não somente no atendimento emergencial, mas também em todo o processo de desenvolvimento e monitoramento da saúde dos potenciais pacientes. Esse trabalho que pode ser feito com muito mais eficiência em parceria com as operadoras de planos de saúde! A melhoria no relacionamento entre operadora e instituição pode acelerar processos de liberação de exames, implementação de verificação biométrica para evitar fraudes, além de ações conjuntas de prevenção.

As estratégias baseadas em promoção da saúde, prevenção, recuperação e reabilitação são excelentes para os pacientes (que não querem ficar doentes), para o hospital (que pode oferecer uma gama maior de serviços) e também para a operadora (já que beneficiário saudável representa redução nos índices de sinistralidade). Se todos saem vitoriosos, por que não apostar na iniciativa?

Gerar valor na gestão de serviços de saúde se refere a ir muito além de simplesmente exercer o conhecimento médico na cura e no tratamento dos pacientes. Envolve a diferenciação perante o mercado, a oferta de algo a mais, seja maior velocidade no atendimento, acompanhamento permanente por meio de recursos de TI em saúde (como o monitoramento da saúde dos pacientes fora do ambiente hospitalar com os dispositivos vestíveis, por exemplo), além, é claro, do estímulo aos profissionais de saúde no exercício do atendimento humanizado. Trata-se de evoluir, do necessário ao inesperado, superando largamente as expectativas dos pacientes.

Viu como gerar valor na gestão de serviços de um hospital envolve mudanças que vão muito além da estrutura, passando por uma revolução na concepção de cuidado à saúde do indivíduo? Ao contrário do que muitos gestores podem imaginar, a tecnologia é uma grande aliada nessa missão, resultando em economia de recursos em função de seu altíssimo retorno sobre o investimento.

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