Como a anatomia patológica traz precisão e detalhamento ao diagnóstico

A anatomia patológica vem se tornando cada vez mais indispensável para a medicina moderna, garantindo diagnósticos mais precisos e melhores resultados clínicos.

Anatomia patológica traz precisão e detalhamento ao diagnóstico

A qualidade da assistência em saúde está diretamente relacionada a diagnósticos precisos, rápidos e eficazes. Para alcançá-los, organizações investem cada vez mais na anatomia patológica para a identificação de inúmeras doenças, entre elas diversos tipos de câncer. 

A anatomia patológica é uma especialidade médica fundamental para a compreensão e diagnóstico das doenças,  fornecendo informações detalhadas sobre a natureza e a extensão das patologias, muitas vezes influenciando diretamente o tratamento e o prognóstico do paciente. 

Este artigo explora como a especialidade contribui para a precisão diagnóstica, destacando sua importância, as técnicas inovadoras utilizadas e os benefícios que ela traz para a prática médica.

 

A anatomia patológica e seu papel na medicina

A anatomia patológica é o estudo das doenças por meio da análise de tecidos e células. Essa especialidade se concentra na identificação de alterações morfológicas que indicam a presença de doenças. O papanicolau, a pulsão de tireoide e a análise de células cancerígenas são exemplos de exame de anatomia patológica.

“Na patologia, o diagnóstico de doenças é feito por meio de exames macroscópicos e microscópicos realizados em amostras de células e tecidos”, explica Aloísio Souza da Silva, patologista do Grupo Fleury.

Nela, os patologistas utilizam amostras de tecido, coletadas através de biópsias ou cirurgias, para examinar estruturas celulares e identificar anomalias. O diagnóstico preciso dessas alterações é essencial para determinar o tipo de doença e a melhor abordagem terapêutica.

“Esses e outros procedimentos do tipo são realizados a partir de um fragmento de tecido, quando há necessidade de biópsia. O tecido pode ser da mama, pele, fígado, tumor ou qualquer outro órgão do corpo”, ressalta Silva.

O armazenamento dos tecidos é feito em formol para preservar o material coletado. Antes da análise, as amostras são tratadas e processadas da forma mais adequada para cada tipo de material. Se for um pedaço de tecido, por exemplo, pode ser fragmentado e colocado em blocos de parafina. Depois, são realizados os testes para definir o diagnóstico.

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Eles podem envolver cortes, coloração do tecido, exame macroscópico e microscópico. Somente então o laudo é emitido. O documento deve conter as características do material recebido, seus achados e o possível diagnóstico. Além disso, o patologista precisa identificar se há ou não necessidade de exames complementares. 

Com a integração dos Sistemas de Comunicação e Arquivamento de Imagens (Picture Archiving and Communication System – PACS) e Sistemas de Informação em Radiologia (Radiology Information System – RIS), a ferramenta de reconhecimento de voz permite agilidade, já que o radiologista não precisa interromper a análise da imagem para digitar ou, ainda, transcrever, posteriormente, o laudo gravado.

Os hospitais que investem em centros de diagnóstico de anatomia patológica incentivam também a investigação multidisciplinar dos casos, já que o patologista, geralmente, atua em consonância com outros especialistas. Assim, os diagnósticos se tornam mais precisos e diminuem as chances de erros médicos. Mas, para isso, profissionalizar a gestão do departamento é fundamental.

“De modo geral, há 30 ou 40 anos mal existia o acesso aos laboratórios de patologia. Era comum retirar apêndice e vesícula e não fazer exame nenhum. Hoje os hospitais ainda não estão 100% preparados”, explica Silva.

 

A importância da anatomia patológica no campo diagnóstico

A anatomia patológica desempenha um papel central no diagnóstico de muitas condições médicas, incluindo cânceres, doenças infecciosas e doenças autoimunes. Sem a análise detalhada realizada pelos patologistas, muitas condições poderiam passar despercebidas ou ser mal diagnosticadas. 

A precisão no diagnóstico permite a seleção de tratamentos mais eficazes e a previsão do prognóstico, contribuindo significativamente para a melhoria dos resultados clínicos.

Para isso, é importante que gestores dos centros de medicina diagnóstica e dos hospitais busquem sempre atingir a máxima qualidade e eficiência. Segundo o especialista, processos de acreditação podem ser uma saída.

“Eles envolvem a qualificação do corpo técnico, adequação à legislação, segurança ambiental, segurança do trabalho e da informação do cidadão. Toda a equipe tem que se mobilizar”.

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), mantém, desde 1998, o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (Palc). Auditores avaliam adequação dos laboratórios e padrões de qualidade que englobam todas as fases dos processos. 

Os hospitais e laboratórios que desejam ser acreditados devem solicitar a avaliação. As instituições que recebem esse certificado podem divulgá-lo e avançar um degrau para se tornar referência no país.

 

Inovação tecnológica: principais técnicas e ferramentas utilizadas

A anatomia patológica tem se beneficiado enormemente dos avanços tecnológicos, que transformaram a maneira como os patologistas investigam e diagnosticam doenças. Entre as principais inovações, três técnicas se destacam pela sua importância e impacto na prática clínica: a imuno-histoquímica, a microscopia digital e o sequenciamento genético.

Destacamos um pouco mais a seguir.

 

  • Imuno-histoquímica

É uma técnica que revolucionou a análise de tecidos ao permitir a identificação de proteínas específicas nas amostras. Utilizando anticorpos conjugados com corantes, os patologistas podem visualizar e diferenciar entre diferentes tipos de células e tecidos com uma precisão ainda maior. 

A imuno-histoquímica é particularmente utilizada para a caracterização de tumores, ajudando a determinar o tipo e a origem do câncer, bem como para a detecção de marcadores tumorais que podem influenciar as decisões terapêuticas. A técnica facilita a personalização do tratamento, ajustando-o às necessidades específicas de cada paciente.

 

  • Microscopia digital

Com o advento da microscopia digital, os patologistas podem digitalizar lâminas de tecido em alta resolução e analisá-las em um computador. Isso não só melhora a qualidade da visualização das amostras, mas também permite a realização de análises remotas e a colaboração entre especialistas em diferentes locais. 

Dessa forma, a microscopia digital torna o processo de revisão mais eficiente e facilita a educação e a pesquisa ao fornecer acesso a um banco de dados de imagens patológicas.

 

  • Sequenciamento genético

Essa técnica permite a análise detalhada do material genético das células, identificando alterações e mutações que podem ser indicativas de doenças. O sequenciamento genético é particularmente valioso no diagnóstico de câncer, onde pode revelar mutações específicas que informam sobre a agressividade do tumor e as melhores opções de tratamento. 

Além disso, a capacidade de mapear o genoma completo das amostras fornece insights profundos sobre a biologia das doenças e contribui para o desenvolvimento de terapias direcionadas e personalizadas.

 

Conclusão

A anatomia patológica é um pilar essencial para o diagnóstico preciso e detalhado das doenças. Com o avanço das técnicas e ferramentas tecnológicas, os patologistas têm à sua disposição recursos que aprimoram a qualidade e a precisão das análises, impactando positivamente o tratamento e o prognóstico dos pacientes. 

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