A gestão das operadoras de Saúde em tempos de turbulências econômicas

A sustentabilidade econômica é vital para qualquer segmento, inclusive para a Saúde. Por isso, os gestores dos planos de saúde apostam cada vez mais no uso da tecnologia para diminuir desperdícios

A gestão das operadoras de Saúde em tempos de turbulências econômicas

O mercado de Saúde é altamente regulado por agências governamentais e conselhos profissionais, que exigem a manutenção da sustentabilidade financeira do negócio para que uma empresa se mantenha operando no setor. Diante desse cenário, é preciso analisar e implementar os pilares para uma eficiente e sustentável gestão das operadoras de Saúde, considerando o atual cenário de alta inadimplência das famílias e demais desafios em curso observados na economia do País.  

 “A sustentabilidade financeira passa pela regulamentação, mas a solução para encontrá-la está dentro de cada organização, que precisa manter um diálogo estreito e de confiança com a rede credenciada para criar parâmetros e adequações de preços que sejam compatíveis com o atual momento do mercado”,  sugere Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional. 

É importante destacar que, durante a pandemia, não houve reajuste de planos de saúde de pessoa física, enquanto os custos e a frequência de atendimentos aumentaram de forma impactante. Diante da alta sinistralidade, também cabe à gestão das Operadoras de Saúde eliminar desperdícios e falhas que tanto impactam as contas: “E só vamos conseguir fazer isso com tecnologia para melhorar a interação entre operadora-usuário-prestador de serviços e diminuir o custo da intermediação feita pelo plano de saúde”, recomenda Coimbra.  

“Seja na rede própria ou na rede credenciada, a verdade é que não existe um caminho milagroso para o equilíbrio das contas da Saúde. Cada operadora, cada Unimed, vai encontrar sua solução ao se aprofundar mais no problema da sustentabilidade financeira”, Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Unimed Nacional

Helton Freitas, presidente da Unimed Seguros, lembra que nesses 70 anos de história da Saúde Suplementar no Brasil, a regulamentação esteve presente nos últimos 26 anos. E, agora, estamos vivendo um momento único e crítico para o setor: “Questões concorrenciais e também regulatórias impactam a sustentabilidade financeira na Saúde. Por isso, em 2022, somamos quase R$ 1 bilhão em déficit operacional, ou seja, sinistro versus receitas, o que é absolutamente insustentável."  

Para o presidente da Unimed Seguros, a inovação e a tecnologia em Saúde aparecem como ferramenta que pode potencializar e aumentar muito o nível de eficiência das operações, com recursos como telessaúde e gestão populacional, por exemplo: “O principal mote deve ser o de buscar soluções que aumentem o acesso à saúde suplementar.”  

“Produtos 100% digitais criados na pandemia estão agora em processo de refluxo, sem a adesão esperada de beneficiários.  Precisamos, portanto, de ferramentas que possam ser colocadas à disposição do cuidado das pessoas para que sejam mais eficazes e efetivas com um menor custo”, Helton Freitas, presidente da Unimed Seguros   

Verticalização é uma saída? 

A criação de uma redes próprias de atendimento na saúde suplementar tem sido bastante discutida nos últimos anos, como forma de, justamente, garantir a tão necessária sustentabilidade financeira da operação. Mas essa saída nunca deve ser considerada às custas do comprometimento da qualidade da assistência, lembra Vitório Moscon Puntel, presidente da Unimed Volta Redonda (RJ): “A verticalização passa pela eliminação dos desperdícios na assistência do cliente, tanto na atenção primária, quanto secundária e terciária”, acrescenta o executivo. *Conteúdo apurado no HIS 2022. 

“O desperdício assistencial, somado à inflação médica e o aumento natural dos custos de atendimento médico são hoje uma equação explosiva para a saúde suplementar. Não há outra saída, portanto, do que controlar melhor o desperdício", Vitório Moscon Puntel, presidente da Unimed Volta Redonda (RJ)  

;