Como otimizar a gestão da Saúde Pública em tempos de verbas reduzidas

Investir em tecnologia e buscar parcerias ajudam gestor a manter qualidade do atendimento mesmo diante de cortes de recursos

Como otimizar a gestão da Saúde Pública em tempos de verbas reduzidas

A gestão da Saúde Pública enfrenta inúmeros desafios, filas muito extensas e ausência de profissionais, por exemplo, comprometem a qualidade do atendimento - situação que se agrava em tempos de verbas reduzidas. Em 2017 o governo federal, por meio de pronunciamento oficial dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, anunciou bloqueio de R$ 42 bilhões em gastos públicos, para tentar fechar buraco de R$ 58,2 bilhões no orçamento e, assim, atingir a meta fiscal fixada para o ano. Parte desse montante seria destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS). É preciso otimizar a gestão e equilibrar a balança, a fim de manter a qualidade do atendimento ao paciente mesmo com a verba reduzida.

Para Lucas Vieira, gerente da Soluti Certificação Digital, quando se fala em crise na Saúde Pública, a primeira questão que vem à mente é a demora no atendimento, decorrente de diversos fatores orçamentários.

“O atendimento imediato é determinante, em muitos casos, para a continuidade da vida”, destaca.

Uma das formas de minimizar esse problema, segundo o especialista, é a adoção do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), ou sua versão pública simplificada que se tornou obrigatória desde o início de 2017 nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Brasil, o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), conhecido como prontuário eletrônico do SUS. Vieira acredita que a implantação da ferramenta é um dos primeiros passos para deixar de usar o papel nas organizações públicas de Saúde, o que por si só já gera redução de custo.

“O PEC traz maior celeridade aos atendimentos, centraliza todas as informações em um local seguro e facilita o acesso rápido.”

Outra forma de otimizar a gestão da Saúde Pública em tempos de verbas reduzidas é o armazenamento das informações digitais, obtidas por meio do prontuário eletrônico, por meio da computação em nuvem, o que facilita e agiliza o acesso aos dados.

“Para implantar essas tecnologias, basta que a instituição tenha computadores nas estações de trabalho e conexão com a internet. Em alguns casos, é possível acessar os sistemas e fazer a autenticação diretamente pelo celular, garantindo mobilidade”, destaca Vieira.

A solução também permite a integração com os agentes comunitários de Saúde do Programa Saúde da Família (PSF), facilitando a coleta de informações sobre os cidadãos atendidos pelo SUS.

Esses dados podem ser utilizados pela gestão, inclusive, para traçar cenários futuros e praticar medicina preditiva a fim de, por exemplo, identificar o risco de a população atendida desenvolver doenças como diabetes ou hipertensão. Trata-se de uma forma de economizar recursos, já que é possível criar grupos de controle para esses indivíduos, com acompanhamento mais próximo das equipes do PSF e até mesmo o incentivo a atividades físicas e boa alimentação, por meio de atividades do tipo nas próprias unidades de Saúde. Com isso, reduz-se a necessidade de atendimentos mais complexos, como exames e outros procedimentos.

 

Parcerias

As parcerias público-privadas (PPPs) podem ser também uma saída em tempos de verbas reduzidas, conforme Vieira, já que há diversas empresas que oferecem tecnologias que podem otimizar a gestão da Saúde Pública. 

Outra maneira de realizar parcerias é por meio de doações ao poder público, ou seja, o ato de transferir gratuitamente, legalmente, bens, quantias, imóveis ou serviços que constituem objeto de propriedade ou patrimônio de pessoa física ou jurídica privada. Firmar termos de cooperação com empresas do setor privado para a realização de investimentos pode ser outra saída para a escassez de verbas públicas.

Independentemente de onde e como o gestor busca o recurso, Vieira acredita que a tecnologia é a mãe do projeto para tornar um hospital ou unidade de Saúde cada vez mais digital, reduzindo custos e melhora o atendimento ao cidadão.

“É a tecnologia que subsidia a eliminação dos processos manuais, entregando agilidade e assertividade nos processos e reduzindo substancialmente o erro humano, pois todo o histórico clínico do cidadão poderá ser acessado a qualquer momento e com a máxima agilidade.”

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