5 resultados da integração de dados na gestão da Saúde Pública

Sistemas que conversam entre si facilitam acesso a informações que melhoram a assistência ao cidadão e, ao mesmo tempo, evitam desperdícios de recursos valiosos para o setor público e eliminam retrabalho

5 resultados da integração de dados na gestão da Saúde Pública

Um dos principais desafios da gestão da Saúde Pública é o compartilhamento de dados sobre os cidadãos atendidos pelas diferentes unidades que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS). Muitas vezes esses dados estão centralizados, em geral, na Unidade de Saúde da Família (USF) que acompanha o usuário. Quando o cidadão acessa outro serviço, como uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em casos de urgência e emergência, não há integração — levando a gastos desnecessários  com exames e procedimentos, por exemplo.

Considerando o mais recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em setembro de 2019 e que aponta que mais de 5 bilhões de pessoas correm o risco de não ter acesso aos serviços do setor em 2030 em todo o mundo, racionalizar os recursos do SUS é fundamental para ampliar o acesso. Até porque, conforme o levantamento, será necessário aumentar os investimentos em atenção primária em países de baixa e média renda — incluindo o Brasil. A OMS estima que será preciso despender US$ 200 bilhões (o equivalente a R$ 832 bilhões) por ano no setor, o que possibilitará salvar até 60 milhões de vidas. 

Um dos caminhos para se alcançar eficiência na gestão da Saúde Pública é interligar os sistemas das unidades da rede de atenção à Saúde. Conheça abaixo os cinco principais resultados esperados com a integração:

 

1. Agilidade no acesso às informações

Encontrar todas as informações, sejam assistenciais ou gerenciais, na mesma plataforma facilita a rotina das equipes das unidades de Saúde. Muitos processos complexos são simplificados pela automatização, permitindo aos profissionais que se dediquem a tarefas mais estratégicas, com foco na qualidade e humanização do atendimento ao cidadão.

 

2. Redução de erros

A automação dos processos também possibilita a redução de erros humanos, por exemplo, ocasionados por falhas na interpretação de prescrições médicas feitas em papel por isso, ilegíveis. Os sistemas ainda permitem cruzar informações de uma unidade para outra, criando alertas para dados inseridos de forma errada ou inconsistências que podem indicar fraudes e garantir a segurança do paciente em casos como alertas de alergias, interações medicamentosas, entre outros.

 

3. Efetividade no controle de gastos

Ao permitir que as unidades se comuniquem digitalmente, a gestão da Saúde Pública sabe exatamente onde os recursos disponíveis estão sendo investidos, possibilitando uma análise dos custos e gerando insights de onde é possível reduzi-los. Há, ainda, a possibilidade de se evitar procedimentos desnecessários — já que os dados do cidadão ficam disponíveis para todas as unidades da rede que eventualmente ele acesse.

 

4. Controle mais efetivo dos estoques

Com todos os dados da rede de atenção disponíveis, o controle do que é necessário para garantir a assistência dos usuários de cada unidade é facilitado. Dessa forma, o gestor público consegue planejar os processos licitatórios e evitar cenários de desabastecimento de medicamentos e insumos, hoje tão comuns no País.

 

5. Qualidade do dado

Dados digitalizados permitem o uso de ferramentas de inteligência, como analytics, Business Intelligence (BI) e, mais recentemente, inteligência artificial. Com elas a gestão da Saúde Pública pode, por exemplo, estudar as características de uma determinada população, identificar os riscos inerentes daquela localidade e trabalhar com políticas de medicina preventiva na atenção primária, incluindo ainda ações estratégicas de vigilância em saúde — bastante necessário em tempos de arboviroses.

 

Plano Nacional

Garantir a disponibilidade e a qualidade do dado será fundamental para as unidades de Saúde que quiserem obter financiamento do SUS via governo federal, conforme o novo Plano Nacional de Dados. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Saúde, via Departamento de Informática do SUS (DATASUS), que contempla a criação de um repositório de dados por estado da federação. A proposta é iniciar o projeto piloto em Alagoas no primeiro trimestre de 2020, conforme anúncio feito no MV Experience Fórum, evento realizado pela MV em agosto que reuniu executivos, gestores e profissionais de instituições de todo o País para compartilhar conhecimentos e experiências e, assim, desenvolver e disseminar as melhores práticas no setor. 

De acordo com Jacson Barros, diretor do DATASUS, o projeto extingue o antigo Registro Eletrônico de Saúde (RES), que será substituído, então, pela  Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

“Na prática, a RNDS irá disponibilizar todas as informações sobre os habitantes daquele determinado Estado no sistema, tais como registros de atendimento clínico, exames realizados, sumário de alta, dispensação de medicamentos, imunizações, entre outros. E as prefeituras serão incentivadas a alimentar esse sistema: aquelas que enviarem os dados receberão financiamento para promover ou ampliar a informatização”, detalhou Barros durante o evento.

Atualmente, em torno de 40% das instituições básicas do País ainda não são informatizadas, segundo dados da pasta federal. Mesmo os 60% que já terão a oportunidade de ampliar seus projetos e, inclusive, integrar seus sistemas, alimentando um ciclo que tende a trazer mais qualidade e sustentabilidade ao SUS.

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