Controle de custos: como fazer uma boa gestão financeira com apoio de tecnologias

Fixos ou variáveis, os custos do físico são os maiores ofensores à gestão em saúde e refletem a toxidade da falta de governança digital nas instituições.

Controle de custos: como fazer uma boa gestão financeira com apoio de tecnologias

Em boa parte do mercado de saúde, o cenário “digital” ocorre apenas quando convém. Algo ainda limitado e restrito a algumas áreas. O impulso pela mudança consciente e planejada, por vezes, fica no meio do caminho. Panorama que incrementa perdas e custos, que precisa ser repensado. A saúde digital não se trata apenas de alguns processos ligados a pontos de controles eletrônicos. Vai muito além. Consiste em um complexo ecossistema que passa por evolução contínua, e que precisa ser planejado em toda a cadeia.

Ter um prontuário eletrônico é o primeiro e importante passo. Por meio do controle sistêmico no SAME, a instituição tem ganhos consideráveis em controle. Afinal, agora, é possível abolir o espaço físico e tê-lo 100% digital, o que acaba sendo muito mais rentável. Guias e documentos evoluíram com a padronização TISS/ANS, fazendo com que seja preciso extinguir a cópia em papel, já que a maioria das operadoras de saúde está migrando para contratos, remessas e contas digitais. Tudo isso com assinatura biométrica diretamente em dispositivos móveis. Segurança, controle, assertividade e economia.

Estima-se que o esforço gasto em buscas por documentação física, no mundo, é de 4% da capacidade instalada. Os números no Brasil são mais preocupantes, beiram os 10%. Percentual que pode representar 35 dias de um colaborador, que deixa suas atividades, em busca de documentos extraviados. Tempo desperdiçado que engorda a planilha de custos. E, valores à parte, o controle manual também alimenta o risco por falta de segurança. Cerca de 70% das empresas, que passaram por sinistros graves, não recuperaram suas informações.

A previsão de crescimento do custo médico-hospitalar é outro dado importante e ainda mais direto. Em janeiro, o IBGE havia divulgado uma expectativa de 15% para a inflação médica em 2020. O incremento médio já estava em patamares mais elevados que a inflação geral prevista para este ano. Agora, com este cenário pandêmico, os números deverão ser ainda mais expressivos. Indicadores que só corroboram a necessidade de redução no quadro de custos. E a única forma sustentável é a otimização de processos através do avanço tecnológico.

A tecnologia está disponível para apoiar nesta transformação e segue plenamente embasada pela legislação em vigor. A Lei 13.787/2018 já garante a legalidade de descarte do arquivo médico físico, ao seguir os protocolos digitais. A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) vem para trazer mais segurança. Assinatura digital é algo contemplado em medidas provisórias desde 2001. As instituições de saúde precisam caminhar neste sentido.

Independente da velocidade e aceleração, a mudança é de fato necessária. Os custos do físico são os maiores ofensores à gestão em saúde. Fixos ou variáveis, refletem a toxidade da falta de governança digital. Os conselhos consultivos e deliberativos devem incluir no planejamento estratégico a inovação tecnológica. As organizações precisam não só retirar os seus projetos do papel, mas também retirar o papel dos seus projetos. Saúde Digital é a resposta!

 

*Por Henrique Antunes

Especialista em gestão financeira e gestão do ciclo digital de receitas, gerente de produtos na MV e possui participação ativa em projetos da empresa por toda a América Latina para a construção de soluções voltadas à otimização de processos na área da Saúde.

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