Capacitação: a grande ponte para fortalecer a gestão de uma saúde verdadeiramente digital

Todos os profissionais da saúde são unânimes: a adoção e o exercício de uma Saúde Digital eficiente dependem muito da cultura organizacional da instituição e, consequentemente, do comportamento dos profissionais que nela atuam. Por isso, defendo que a capacitação é peça-chave para que a tecnologia seja bem entendida e bem utilizada

Capacitação: a grande ponte para fortalecer a gestão de uma saúde verdadeiramente digital

Por Brisna Souza, coordenadora de produto da Universidade MV

O sucesso na implementação de uma Saúde Digital eficiente é diretamente proporcional ao volume de investimento que se aplica aos profissionais da área que participam ativamente do

cuidado com o paciente. A cultura institucional com foco em capacitação, portanto, deve ser inerente às organizações que desejam se destacar frente à concorrência e, principalmente, atuar com excelência no cuidado com o paciente.

Afinal, a digitalização da Saúde passa por um processo de adoção de tecnologias. Mas apenas inserir aplicações dentro do contexto hospitalar e de assistência médica não irá tornar a instituição digital. Portanto, o fator humano na operação dessas ferramentas é essencial.

Mas de que adianta o humano sem conhecimento técnico? Por isso defendo que antes, durante e depois de qualquer implementação de novas soluções, as pessoas devem receber plena orientação, a fim de prepará-las para operar as soluções e elevar ao máximo todo o potencial que a tecnologia pode oferecer.

Há mais de três décadas, a MV trabalha em prol do ecossistema da Saúde, oferecendo soluções que visam promover eficiência, agilidade, precisão e segurança à assistência médica e à prestação de serviços de saúde, seja no âmbito público ou no privado.

Por que estou relembrando um pouco do legado da MV? Justamente porque 30 anos de história significam também um bocado de bagagem e expertise de mercado que podem — e devem — ser compartilhados. Assim, construir a Universidade MV (UniMV) foi um caminho natural para a evolução do negócio, sob a crença de que promover uma capacitação de qualidade é a liga que fortalece o ecossistema da Saúde digital.

A universidade não iniciou focada na educação do mercado, é verdade, mas na capacitação interna de funcionários. Há três anos, no entanto, decidimos abrir o conteúdo para clientes em prol do fortalecimento do ecossistema e da capacitação de profissionais de saúde.

O resultado? A nossa taxa de retenção de clientes dentro da plataforma — ou seja, o total de empresas que assinaram o serviço com intuito de fornecer acesso ao conteúdo de treinamento para os seus funcionários versus clientes que cancelaram o serviço — é de cerca de consideráveis 93%. Além disso, temos atualmente mais de 5,7 mil alunos cursando nossos cursos e o número de matrículas ultrapassa os 13,3 mil.

É certo que um profissional pode se matricular diversas vezes, por isso o número é elevado, mas entendemos que se uma mesma pessoa está cadastrada em mais de um curso e posteriormente os conclui, significa que ela está aproveitando o material disponibilizado para aprimoramento pessoal.

A avaliação de reação dos usuários também traz um insight positivo nesse quesito: nos nossos últimos levantamentos, registramos 82% em satisfação com conteúdos e uma taxa média de engajamento que ultrapassa os 50%. Para a área de Saúde, que é historicamente marcada por um turnover elevado, em que regimes de plantão são recorrentes e onde muitas pessoas possuem o cansaço como companheiro de trabalho, o acesso voluntário ao treinamento é de fato uma conquista — e, para nós, uma métrica que reflete também uma evolução na cultura em prol do digital e do fomento no engajamento de profissionais.

Idealmente, o trabalho de incentivo ao acesso da plataforma seria feito em conjunto com a área de Recursos Humanos para estabelecer um braço que fosse focado na capacitação, com direito à construção de trilha de conhecimento como guia para o aprimoramento profissional — algo que disponibilizamos diretamente na plataforma.

Não seria incrível que enfermeiros, ou outros especialistas da saúde e até mesmo a área administrativa e backoffice, pudessem perceber que a instituição possui um olhar atento para o desenvolvimento profissional dentro do hospital? Arrisco a dizer que ele seria mais engajado (e o sucesso da Saúde digital seria maximizado).

Como disse Albert Einstein: "O universo de cada um se resume no tamanho do seu saber". A frase, atribuída ao físico, reitera o que, para mim, significa o exercício de "entregar conhecimento": capacitar não é meramente fornecer uma ferramenta para que o profissional possa executar o seu trabalho. É entregar conhecimento para expandir horizontes e ampliar o universo de cada indivíduo, formando uma rede robusta e cada vez maior de fomento à Saúde e de promoção da excelência no cuidado com o paciente. Esse é o maior ganho que podemos gerar em prol de uma Saúde verdadeiramente digital.

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