Medicina diagnóstica: 6 etapas para digitalização

Investir em equipamentos e softwares, como sistemas PACS, RIS e workstations de reconstrução 3D é a porta de entrada para fornecer o melhor diagnóstico com menores custos

Medicina diagnóstica: 6 etapas para digitalização

A área de medicina diagnóstica evoluiu muito com a radiologia digital ao transformar a forma de captura e processamento de imagens, excluindo a necessidade de uso de filme. A consequência da digitalização é um trabalho mais ágil, um diagnóstico de melhor qualidade e a otimização de custos.

“É o que todo centro de medicina diagnóstica procura”, afirma o radiologista Claudio Giulliano, sócio da Folks Consultoria.

“As clínicas que ainda não aderiram à digitalização têm um processo operacional mais lento e mais custos por conta, por exemplo, da impressão das imagens. Com isso, elas deixam de ter uma melhor visualização da imagem e um diagnóstico com mais qualidade”, completa Giulliano.

Segundo o especialista, modernizar o centro de medicina diagnóstica envolve investimentos em soluções tecnológicas, divididas em seis etapas. Veja:

 

Equipamentos

A primeira estratégia envolve investir em equipamentos para a captura da imagem digital. Muitas vezes, um aparelho de raio-x convencional não tem a tecnologia ideal para captar imagens digitalizadas, por isso a necessidade do uso do filme para fazer a leitura da imagem no sistema.

PACS

O próximo passo é implantar um Sistema de Comunicação e Arquivamento de Imagens (Picture Archiving and Communication System — PACS) elemento essencial para fazer a coleta, o armazenamento e a distribuição das imagens coletadas nos exames. O sistema permite visualizar os resultados remotamente, possibilitando ao médico fazer o laudo à distância, dependendo somente de uma conexão com a internet. Para isso, porém, é necessário ter monitores especiais que permitam que o radiologista observe microcalcificações da imagem para um diagnóstico mais preciso.

 

RIS

Usar o Sistema de Informação de Radiologia (Radiology Information System - RIS) é o passo seguinte. O RIS é uma solução cujo banco de dados pode ser integrado com sucesso ao PACS, facilitando a comunicação.  Isso auxilia para que o gerenciamento das imagens seja mais acertado, já que pode ser combinado a outros dados clínicos do paciente. A integração PACS e RIS consolida essa base, criando um registro de acesso universal para que os profissionais de radiologia possam consultar informações dos pacientes sem ter de sair de um sistema e ingressar em outro.

 

Reconhecimento de voz

A funcionalidade ajuda a agilizar a produção de laudos. O sistema integrado ao PACS e ao RIS, acoplado a um microfone, permite que o médico faça o laudo narrando o que pretendia escrever. O sistema converte a voz em texto de forma automática e o laudo é finalizado de maneira mais rápida do que a convencional.

 

Tecnologia 3D

Já existem sistemas de reconstrução de imagens em 3D que melhoram a qualidade do diagnóstico pela leitura simultânea de várias imagens, transformadas em um perfil tridimensional. Ela pode estar integrada ao PACS e ao RIS.

“Com isso, é possível rotacionar a imagem, navegar em várias cavidades, o que, sem dúvida, é muito útil para melhorar a qualidade do diagnóstico”, explica Giulliano.

 

Portais de exames e laudos remotos

Os centros de radiologia que pretendem liberar o acesso aos exames remotamente, tanto pelo médico, quanto pelos pacientes, podem criar portais de exames, que permitem acesso às imagens via internet, por meio do uso de senhas — são os portais ou centrais de exames.

Além do acesso remoto aos laudos, os sistemas integrados permitem que os próprios radiologistas façam laudos fora das clínicas ou hospitais, desde que haja investimentos em equipamentos que possam ficar alocados em suas casas ou em outros locais fora do ambiente de trabalho. Monitores com boa resolução e com acesso aos sistemas de informação, local com internet, iluminação adequada e, acima de tudo, privacidade, pois se tratam de dados médicos, são necessários para esse fim. Essas exigências estão estipuladas na resolução (2.107/2014), do Conselho Federal de Medicina (CFM), com normas para a telerradiologia.

Para adotar essas mudanças, os gestores dos centros de medicina diagnóstica precisam entender que se leva um tempo de transição e adaptação, segundo Giulliano.

“As mudanças podem levar de seis meses a até dois anos, dependendo do porte do centro de medicina diagnóstica. Se já tiver os equipamentos e para chegar a um nível intermediário de acordo com as normas de certificação do Health Information and Management Systems Society (HIMSS), a transição pode durar uns dois meses. Para se chegar ao estágio mais avançado, cerca de dois anos. Porém, o mais importante nesse processo é transformar a cultura e amadurecer o uso das tecnologias”, ressalta.

Notícias MV Blog

;