Hospital Analytics: por que a gestão hospitalar deve prestar atenção nesse conceito

Conhecer e entender os dados do dia a dia de um hospital são o caminho para que o gestor de Saúde estabeleça um plano efetivo de melhoria dos processos, ampliando a qualidade dos serviços

Hospital Analytics: por que a gestão hospitalar deve prestar atenção nesse conceito

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Hospital Digital
 é um conceito já bastante difundido no setor de saúde. Mas, como toda estratégia que envolve adoção de tecnologias, está em constante evolução. Assim, vem ganhando espaço na gestão hospitalar o termo Hospital Analytics, que nada mais é que utilizar os dados gerados pelos sistemas e tecnologias que suportam o Hospital Digital para garantir insights de negócio que levam a melhores decisões, portanto, otimizam a assistência e os resultados da instituição.  

De forma geral, o termo analytics é usado para todas as empresas data-driven, ou seja, aquelas que são totalmente orientadas por dados. Embora seja bastante comum na indústria, por exemplo, o uso da inteligência de dados na gestão hospitalar ainda é uma prática pouco adotada, mas em rápida expansão.

“No Brasil há hospitais que estão descobrindo recentemente o que é BI [Business Intelligence], enquanto organizações de outros setores já usam conceitos como self-service BI, no qual os próprios gestores se utilizam dos dados sem depender da TI, ou machine learning e deep learning para se aprofundar nos dados, além de inteligência artificial [IA]  em busca de respostas automáticas no big data”, enumera Sócrates Cordeiro, cientista da computação com MBA em ciência de dados e diretor da unidade de negócios de gestão estratégica e qualidade da MV.  

A evolução para o Hospital Analytics tem potencial para melhorar os resultados porque permite uma visão holística da organização, possibilitando avaliar em conjunto tanto os dados da assistência quanto os de backoffice — fornecendo insights valiosos para a tomada de decisão.

“Os centros cirúrgicos, por exemplo, além do atendimento ambulatorial e da realização de exames, são ainda fontes de receita do hospital, e também áreas em que é preciso manter a humanização, a qualidade e a segurança no atendimento. Com a implementação do Hospital Analytics, tanto os diretores clínicos quanto os financeiros recebem informações úteis sobre o centro cirúrgico, e conseguem tomar decisões para uma gestão hospitalar mais eficiente, resume Cordeiro.  

Entenda as principais mudanças que a adoção do conceito proporciona ao hospital, conforme o especialista da MV: 

  • Estoques e suprimentos passam a ser analisados de forma inteligente e automatizada Assim, é possível avaliar se as compras de materiais são eficientes, se há medicamentos e insumos próximos à data de vencimento ou sem utilidade naquela unidade específica, evitando perdas e desperdícios. 
  • Fluxos de processos, como os que envolvem cirurgias, são automatizados, trazendo eficiência e rapidez, sempre tendo como principal objetivo a qualidade e a segurança do paciente. 
  • Há redução de filas de espera no ambulatório, com a compreensão do tempo gasto entre triagem, atendimento, realização de exames e alta hospitalar. Dessa forma, a gestão hospitalar pode ampliar o número de procedimentos realizados diariamente, o que traz incremento de receita. 
  • Há rapidez e melhora de performance no faturamento das contas enviadas para operadoras de Saúde. Há casos que chegam a demorar meses e que, com inteligência de dados, podem ser reduzidos a duas semanas.  

Gestores orientados a dados e fatos sempre poderão fazer uma análise mais profunda de suas decisões com foco na gestão de excelência. Por exemplo, antes do uso de um centro cirúrgico, é necessário realizar uma limpeza da sala cirúrgica, separar os materiais que serão utilizados e coordenar as equipes que farão parte do procedimento. A medição do tempo gasto em cada uma dessas fases é mais precisa quando orientada por dados.

O Hospital Analytics traz uma visão analítica sobre todo o processo, entendendo e mostrando onde estão os gargalos, onde a demora é maior e onde é possível ajustar e automatizar o fluxo para que mais procedimentos sejam executados no dia —  sempre considerando a qualidade e a segurança em primeiro lugar.

“E é só com essa análise dos dados em mãos que os gestores podem pensar em formas eficientes de melhorar e aumentar a quantidade de procedimentos para gerar mais receita, seja contratando mais profissionais ou ampliando as salas cirúrgicas”, diz o especialista.  

Para Cordeiro, o maior desafio hoje para a adoção de analytics pela gestão hospitalar ainda é a resistência de alguns gestores pela visão analítica:

“Planilhas mensais de resultados ainda ocupam muito espaço na rotina dos gestores e deixar de utilizá-las em prol da análise dos dados exigirá uma mudança cultural dentro dos hospitais no Brasil”, avalia.

Mas uma vez que esse mesmo gestor consegue entender melhor seus dados e conhecer seus gargalos por meio deles, poderá então fazer uma análise crítica de seus indicadores hospitalares, ou padrões de eficiência.

Mesmo com os dados à mão, o papel dos gestores permanece fundamental na administração do hospital por serem eles que terão os preciosos insights capazes de melhorar a gestão hospitalar. O que muda com o Hospital Analytics é que, agora, eles não dependerão apenas de seu próprio feeling, mas terão à disposição dados concretos que, consequentemente, levarão a melhores decisões.

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