Como o Prontuário Eletrônico do Paciente garante maior assertividade

O atendimento de um volume cada vez maior de pacientes com redução de erros médicos, aliando agilidade a qualidade, é um dos maiores desafios enfrentados pelas instituições de saúde do Brasil, sejam elas públicas ou privadas.

Como o Prontuário Eletrônico do Paciente garante maior assertividade

E essas necessidades se tornaram ainda mais imediatas nos últimos anos, em virtude do aumento da demanda pelo atendimento no sistema SUS, da ausência de políticas públicas eficazes na área, da elevação desmedida no custo dos insumos — já que, muitos deles, por serem importados, são extremamente sensíveis às variações de câmbio — e da insuficiência de leitos na rede particular. Para você ter uma noção melhor, um levantamento feito em 2013 pela Associação Nacional dos Hospitais Privados mostrou que, se o número de pessoas com planos de saúde crescesse cerca de 2% ao ano, a rede privada de saúde teria um déficit de mais de 13 mil leitos por agora, em 2016!

Consegue imaginar como gerir esse descompasso entre oferta e demanda sem o auxílio de Sistemas de Informação Hospitalar (SIH), sobretudo do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP)? Pois continue a leitura e veja como o PEP garante maior assertividade aos processos:

 

Demanda e gestão: informatização

Antes de efetivamente chegarmos aos benefícios do Prontuário Eletrônico do Paciente, é preciso que tenhamos uma visão macro sobre a urgência da integração da TI em saúde na dinâmica hospitalar. Estamos falando aqui de uma completa mudança de visão no que se refere à gestão das instituições, da qual o PEP é apenas uma parte. Até 2012, por exemplo, apenas 15% da rede hospitalar brasileira era informatizada, sendo que nenhum hospital nacional era 100% informatizado. Além das questões demográficas, político-sociais e macroeconômicas, o interesse tardio dos gestores de saúde pelas soluções em TI explica a atual conjuntura do setor.

Por outro lado, a maioria da rede hospitalar dos EUA é integralmente informatizada, o que significa:

  • Controle automatizado de reserva de leitos, de admissões prévias, das demais admissões e de altas de pacientes do hospital;
  • Armazenamento de informações e registros de todas as clínicas sob controle administrativo de uma determinada instituição de saúde;
  • Histórico de saúde completo dos usuários da rede, por meio do advento do Prontuário Eletrônico do Paciente;
  • Elaboração e controle eletrônico de metas e indicadores de desempenho do sistema e dos profissionais de saúde envolvidos nos atendimentos;
  • Controle eletrônico do fluxo de atendimento, garantindo assim uma melhor rotatividade;
  • ERP capaz de integrar e controlar o fluxo financeiro, os lançamentos contábeis, a folha de pagamento de funcionários, além do estoque — patrimônio, farmácia, almoxarifado e assim por diante.

Como você pode perceber, a informática na gestão hospitalar evoluiu bastante nas últimas décadas, indo do uso básico do computador para a realização de tarefas simples até chegar à integração total dos processos internos e das informações que circulam em um hospital. É nesse contexto que entra a implantação do Prontuário Eletrônico do Paciente, o primeiro e mais importante passo para as instituições de saúde que querem rumar em direção à informatização integral de sua rotina.

 

Prontuário Eletrônico do Paciente: vantagens

O Prontuário Eletrônico do Paciente proporciona melhores condições de trabalho ao profissional médico, permitindo uma maior assertividade na assistência, uma vez que passa a ter acesso fácil às informações. Trata-se de um sistema eletrônico, que armazena, com extrema segurança, todo o histórico clínico de cada paciente que já passou pela instituição. Sem informações prévias sobre as condições de vida e de saúde de um paciente, os profissionais da área médica são obrigados a tomar decisões de diagnóstico puramente com base no momento, quando, muitas vezes, as razões para o desenvolvimento de uma enfermidade estão em períodos anteriores.

Dentre as principais vantagens da adoção do Prontuário Eletrônico do Paciente estão:

  • Acesso rápido às patologias do paciente;
  • Histórico de saúde mais amplo, contendo informações passadas que podem auxiliar no diagnóstico atual — maior precisão na identificação de patologias, decorrente de acesso a um campo mais completo de informações clínicas;
  • Possibilidade de acesso remoto por parte dos profissionais de saúde, gerando, inclusive, a possibilidade de um acompanhamento mais personalizado;
  • Eliminação da possibilidade de diagnóstico ou da administração de medicamentos incorretamente, em função da ilegibilidade típica dos prontuários em papel;
  • Possibilidade de mais de um profissional utilizar o prontuário de forma simultânea — em caso de patologias mais complexas, é possível, com isso, realizar um estudo clínico mais abrangente, contando com o auxílio de outros especialistas, ainda que remotamente;
  • Compartilhamento dos registros eletrônicos entre centros de diagnóstico, hospitais e setores de diagnóstico por imagens;
  • Recursos de disparo de alertas, definição da grade de horários de atendimento do profissional na agenda, autopreenchimento para dar mais rapidez às prescrições, criação de anamneses, emissão rápida de recibos, organização das fichas de cada paciente, inclusão de fotos ou vídeos e muito mais.

Com tudo isso não é difícil imaginar que os custos de implantação desse tipo de sistema são rapidamente suplantados pela maior rapidez nos atendimentos, assim como pela redução de erros médicos e pela melhoria da qualidade da assistência à saúde. Tudo isso só fortalece a marca do hospital, gerando ainda mais resultados no futuro.

 

PEP e prontuário em papel: confronto

Enquanto o prontuário de papel não só está sujeito a extravios como está fadado, na melhor das hipóteses, a ser esquecido em arquivos de difícil acesso dos departamentos administrativos dos hospitais, as informações armazenadas no Prontuário Eletrônico do Paciente são acessadas em questão de segundos. Isso sem contar que há, inclusive, sistemas de busca para facilitar a localização de CIDs, pacientes, profilaxias e muito mais.

Além disso, é preciso ressaltar que as ilegibilidades, tão comuns e perigosas, sempre presentes nos prontuários em papel, simplesmente desaparecem com o PEP, evitando mal-entendido, possivelmente, fatais e prejuízos milionários a hospitais. Fora isso, é fato que a carência de informações clínicas anteriores dos pacientes acaba resultando, muitas e muitas vezes, na repetição de exames de imagem, trazendo aumentos de custos completamente desnecessários às instituições.

Precisão para determinar o diagnóstico do paciente e o tratamento mais adequado de acordo com suas necessidades, superação das dificuldades na elaboração do diagnóstico devido à carência de informações clínicas, acesso a informações completas para a tomada de decisão, maior rapidez no acesso aos dados e redução do custo do atendimento: as vantagens de se contar com um sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente em um hospital são incontáveis, especialmente no que se refere ao maior nível de certeza das prescrições. É preciso destacar também que o PEP abre as portas para o acompanhamento remoto dos pacientes, sistema básico para as instituições que pretendem trabalhar, no futuro, com os recursos da Telemedicina e dos wearables.

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