Tecnologia para operadora de Saúde racionaliza custos assistenciais

Eficiência é fundamental para as organizações, que devem se preparar para lidar com o envelhecimento populacional investindo em políticas de medicina preventiva e geração de valor

Tecnologia para operadora de Saúde racionaliza custos assistenciais

O aumento dos custos assistenciais das operadoras não acompanhou a evolução no número de beneficiários — enquanto o primeiro está em expansão, o segundo enfrenta queda. Diante desse impasse, a adoção de uma tecnologia para operadora de Saúde é um caminho na busca pela eficiência e racionalização dos gastos. 

Diversos estudos mostram o tamanho do desafio. Levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) indica que, entre 2014 até o fim de 2017, valores despendidos com consultas médicas aumentaram 49,67%; com exames complementares, 54,73%; com terapias, 88,14%; internações, 61,27%; e outros atendimentos ambulatoriais, 22,24%. Uma das explicações é o envelhecimento populacional. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em 2060, um quarto da população terá mais que 65 anos.

Outra pesquisa, esta da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), mostra que o maior crescimento de beneficiários entre 2007 e 2017 ocorreu acima dos 80 anos, com aumento de 62%. Em todas as idades menores que 65 anos houve queda. E o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) destacou que, com o atual modelo de remuneração da saúde, um paciente com menos de 18 anos custa, em média, R$ 1.500 para a operadora anualmente. Já uma pessoa com mais de 80 anos gera gastos em torno de R$ 19 mil por ano.

A TI na  operadora de Saúde é apontada por especialistas como um caminho na busca pela redução do custo assistencial. Para Fernando Arruda, professor e coordenador adjunto do curso de medicina da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), a adoção de ferramentas como um bom software para operadora é importante, mas não resolve os desafios se não houver gestão.

"O sistema é uma ferramenta de auxílio à gestão, um software que organiza as informações. Mas, para que metas e objetivos sejam alcançados, é preciso gestão eficiente para entender os desafios da instituição e atuar sobre eles." 

O professor destaca a necessidade de elaborar o planejamento estratégico detalhadamente e a transformação digital e integração da tecnologia para operadora de saúde devem constar nesse plano, assim como o gerenciamento de processos e uma profunda reflexão sobre a mudança nos modelos de contratos.

"O sistema integrado racionaliza e promete uma visão geral da organização. Ele consegue identificar de forma clara quais são os passos, onde estão os gargalos, quantificar cada elemento", afirma o especialista.

A tecnologia nas operadoras cria subsídios para a Saúde baseada em valor, utilizando estratégias de medicina preventiva e preditiva para aumentar a qualidade de vida do paciente e também criar novos modelos de negócio, com custos assistenciais menores. Ter um sistema integrado e com tecnologias inovadoras, que utilizam ferramentas de inteligência artificial (IA), blockchain, big data e Internet das Coisas (Internet of Things — IoT), para o professor, é tendência que levará à Saúde a outro patamar, no qual o foco deixa de ser a doença.

"Os sistemas integrados colaboram para a segurança do paciente e o gerenciamento de risco. Os processos são mais definidos e a instituição consegue melhores números. O gestor sempre precisa estar atendo às novas tendências tecnológicas do mercado, mas seu papel é estudá-las e verificar o que, de fato, faz a diferença para o contexto de cada operadora", completa. 

Para Arruda, outro fator que dificulta a racionalização dos custos assistenciais é o modelo de remuneração, que não incentiva a adoção de tecnologias inovadoras nas operadoras de saúde.

"O modelo fee for service contribui para esse aumento no custo assistencial, já que ele abre espaço para gastos desnecessários, glosas e até mesmo fraudes", elenca. 

A ideia é que, no futuro, a tecnologia para operadora, aliada à gestão, proporcione mais qualidade de vida ao beneficiário e, consequentemente, tenha impacto direto na estratégia das organizações.

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Transformações

A transformação digital envolve fundamentalmente a tecnologia, mas não se resume a ela. Para o professor, a mudança de mentalidade também é essencial para a implementação de ferramentas que irão auxiliar na diminuição dos custos assistenciais e promover uma saúde mais efetiva e centrada na qualidade.

"O software é parte de uma cultura de gestão adequada. Ele depende de pessoas, treinamento, preparo." 

Outro desafio é a interoperabilidade, já que os diferentes sistemas para operadoras de saúde precisam se comunicar com diversos agentes, desde o beneficiário até os prestadores e fornecedores. Com essa integração, é possível identificar em tempo real onde estão os gargalos de custos assistenciais e atuar para solucioná-los.

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