Protocolos clínicos como estratégia de gestão hospitalar
Metodologia, aliada a ferramentas tecnológicas e de gestão, facilita a padronização de processos, o que otimiza custos, diminui desperdício de insumos e aumenta a segurança dos pacientes
Protocolos clínicos são instrumentos que promovem a padronização das condutas médicas, isso é, auxiliam na uniformização dos tipos de tratamento para determinados diagnósticos. Eles organizam e facilitam a tomada de decisões da gestão hospitalar, tanto do ponto de vista da assistência quanto do backoffice. Esse conceito, quando bem usado e aliado a outras estratégias, apresenta ganhos quantitativos e qualitativos na eficácia dos tratamentos. Também amplia a segurança do paciente e diminui o risco de erros e eventos adversos.
Alguns exemplos de protocolos clínicos adotados em hospitais brasileiros são os de pneumonia, cefaleia, infarto ou mesmo aqueles voltados ao tratamento de indivíduos que sofreram queda durante a internação. Inseridos na rotina assistencial, esses instrumentos servem como importante apoio na tomada de decisão do médico, que sabe exatamente que conduta adotar diante do quadro clínico do paciente. Afinal, os protocolos clínicos são elaborados com base em estudos de evidências científicas, com a participação de pesquisadores e especialistas da área, reunindo todos os procedimentos com eficácia comprovada no combate a uma determinada doença.
Para o conceito funcionar na prática, é fundamental que a gestão hospitalar conscientize e engaje os profissionais para o seu pleno uso. Isso porque alguns ainda relutam em adotar os protocolos, alegando que podem funcionar como limitadores da autonomia. Nesse ponto, deve-se deixar claro que a adoção da metodologia não é excludente de outros métodos e conhecimentos do médico.
Outras estratégias
Além do fator engajamento, os protocolos clínicos também podem ser aliados à metodologia de gerenciamento de processos hospitalares e, ainda, automatizados por meio de sistemas de gestão (Enterprise Resource Planning - ERP) e do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). A digitalização de todos os dados facilita o cruzamento de informações, a análise da conduta e ainda serve de parâmetro para a gestão hospitalar localizar e resolver eventuais gargalos, promovendo eficiência e qualidade na prestação do serviço.
O gestor pode ainda traçar possíveis cenários ou antever desafios, auxiliando na tomada de decisão e no gerenciamento de riscos. Isso pode ser feito com o uso de softwares que transformam a coleta de dados em relatórios gerenciais analíticos e indicadores que norteiam a governança clínica da instituição, visando melhoria de processos.
O hospital ainda se torna apto a monitorar resultados e identificar oportunidades de melhorias na assistência. A diminuição de solicitações de exames e procedimentos desnecessários está inserida nessa mudança, devido ao direcionamento que os protocolos clínicos dão ao tratamento médico.
Esse modelo de trabalho também ajuda na gestão de custos ao evitar desperdícios, já que é possível saber com antecedência o que será gasto e promover a gestão inteligente do estoque hospitalar.