Operadora de Saúde: 3 estratégias para lidar com o envelhecimento populacional

Incidência de doenças crônicas é maior na terceira idade e, sem gestão adequada e planejamento, custos dos serviços de Saúde se elevam e podem dificultar a manutenção e qualidade do atendimento

Operadora de Saúde: 3 estratégias para lidar com o envelhecimento populacional

O envelhecimento da população brasileira faz parte de um fenômeno mundial. De acordo com relatório técnico da Organização das Nações Unidas (ONU), nos próximos 43 anos o número de pessoas com mais de 60 anos será três vezes maior que o atual. Idosos representarão um quarto da população, cerca de 2 bilhões de indivíduos do total estimado em 9,2 bilhões. Em 2050, a expectativa de vida nos países em desenvolvimento, como o Brasil, será de 82 anos para homens e 86 para mulheres, 21 anos a mais do que os respectivos 62,1 e 65,2 atuais. Diante desse cenário, operadoras de Saúde precisam se preparar desde já para lidar com as demandas dos beneficiários da terceira idade no futuro.

Um dos principais desafios é lidar com a mudança do perfil das doenças, como explica Fernando Teles de Arruda, coordenador adjunto do curso de medicina do campus Bela Vista da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).

“A transição demográfica acarreta a transição epidemiológica, o que significa que o perfil de doenças da população muda radicalmente. Em um país essencialmente jovem, são mais comuns eventos causados por moléstias infectocontagiosas, cujo modelo de resolução é baseado no dualismo cura/morte. Já o perfil na terceira idade é de doenças crônicas. Precisamos aprender a lidar com elas.”

Em uma visão expandida do cenário atual, Arruda destaca:

A discussão não deve ser o envelhecimento, porque ele é inevitável, mas sim o envelhecimento chamado de sustentável ou saudável, que tem como base a medicina preventiva. É preciso pensar que o idoso de 65 anos de hoje não é igual ao de alguns anos atrás. Ele é mais ativo, tem uma rede de convivência maior, possui outras ocupações e está em cenários que antigamente não estava.”

 

Estratégias

Segundo Arruda, para lidar com essa importante mudança no perfil do beneficiário, operadoras de saúde precisarão trabalhar com estratégias divididas em três frentes:

 

Prevenção

É o estímulo para que o beneficiário adote posturas de envelhecimento saudável antes mesmo de alcançar a terceira idade. É preciso incentivar a mudança dos hábitos, estimulando a prática de atividade física regrada, alimentação correta, exames periódicos, entre outros.

No caso das doenças crônicas, deve-se criar grupos de risco, baseados no histórico do beneficiário — armazenado por meio do uso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) na rede própria ou por meio de interligação com a rede credenciada — e também no ambiente em que ele vive. Esses agrupamentos devem ser acompanhados constantemente para prevenir que a doença se instale ou, caso já diagnosticada, apresente complicações que necessitem de procedimentos de alto custo.

 

Assistência

O atendimento propriamente dito. Na população idosa, frequentemente as complicações evoluem de forma mais rápida e mais grave. Isso quer dizer que infecções que se manifestam sem muitos sintomas podem rapidamente se tornar infecções sistêmicas. Um dos pontos principais é garantir a agilidade no acesso ao tratamento, pois o tempo faz a diferença.

É preciso também pensar no idoso multidisciplinarmente, pois as doenças crônicas têm essa característica.  A operadora de Saúde deve considerar ainda a integração de seu software de gestão aos sistemas da rede prestadora, a fim de evitar que informações importantes, como exames de diagnóstico, por exemplo, sejam perdidas. Isso economiza tempo e recursos.

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Reabilitação

A fase de recuperação da saúde e da qualidade de vida, integrando não só a assistência hospitalar, mas também os cuidados pós-alta. A operadora de Saúde deve atuar em conjunto com a rede prestadora para evitar índices de reinternações. Cada caso deve ser avaliado com cuidado, e é necessário fazer o acompanhamento da evolução do beneficiário também em casa.

Com um serviço de reabilitação, torna-se possível que as práticas continuem sendo realizadas. O avanço da tecnologia dos dispositivos vestíveis (wearable devices) também será uma forma de monitorar essa reabilitação e acompanhar os pacientes com doenças crônicas, pois irá permitir a identificação de situações de anormalidade dos dados vitais rapidamente, possibilitando que as medidas necessárias sejam tomadas.

Na avaliação de Arruda, ao juntar esses três processos, a operadora de saúde oferece serviços mais efetivos e um projeto terapêutico singular, que auxilia não só na manutenção da qualidade de vida do beneficiário, mas também no equilíbrio financeiro da organização.

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