Entenda como a nanotecnologia na saúde tem gerado resultados positivos

Sabia que o mercado da nanotecnologia deve movimentar em torno de 3 trilhões de dólares até 2018? É isso mesmo! E esses valores quase imensuráveis revelam o quão revolucionária pode ser essa nova ciência em diversos segmentos da economia, da fabricação de carros ao desenvolvimento de cosméticos.

1646142023011763c6ecf686dd2.png

As possíveis aplicações da área são diversas, mas é na saúde que residem as maiores esperanças das manipulações em nanoescala. Ao contrário do que muitos podem pensar, a nanotecnologia na saúde não é mais um ideal perdido no futuro. É, na verdade, ciência concreta, que inclusive já vem sendo utilizada por alguns países em processos terapêuticos e na fabricação de equipamentos da área médica. Mas há ainda um potencial de expansão ilimitado que você conhecerá a partir de agora! Acompanhe:

 

Detecção de vírus em segundos

O princípio básico dessa nova ciência é a compreensão de que os materiais em escala nanométrica podem apresentar propriedades físico-químicas diferentes das vistas em tamanho normal. Foi com base nesse pressuposto que pesquisadores da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, desenvolveram um equipamento de medicina diagnóstica que consegue detectar a existência de vírus comuns no organismo humano em menos de 60 segundos.

Intitulada Espectroscopia Raman de Superfície Aprimorada (SERS), a técnica foi descoberta em 2006, mas só agora começa a ser empregada de fato em alguns setores de diagnóstico por imagem mundiais. Consiste na análise da oscilação na frequência de um laser na faixa do infravermelho próximo, fato que ocorre quando o laser é refletido por RNA ou DNA virais. Embora essa técnica tenha sido descoberta lá atrás, em 1928, foi a nanotecnologia que a trouxe de volta à vida, com nanobastões de prata, responsáveis por ampliar o sinal do laser, dando utilidade prática a um conceito que já existia há décadas.

 

Teste de HIV com resultado a jato

E já que estamos falando sobre vírus, esse assunto merece tópico especial. Baseado na tecnologia citada acima, a companhia norte-americana Nanobiosym desenvolveu, em 2013, um aparelho do tamanho de um iPad batizado de GENE-Radar que consegue detectar a presença (ou não) do vírus HIV em menos de 1 hora. O equipamento ainda está em fase de testes, mas promete revolucionar, em breve, o conceito de diagnóstico de casos de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.

Há ainda muitos estudos na área de nanoterapia que vêm desenvolvendo robôs a partir de fragmentos de DNA no intuito de auxiliar no processo de cura do HIV. O projeto envolve trabalhar esses robôs para poderem examinar sessões de DNA, modificá-las e até se movimentar por elas, reparando células danificadas.

 

Avanços no tratamento oncológico

A revista científica Science Translation Medicine publicou, em 2012, detalhes sobre um estudo que vem sendo desenvolvido por pesquisadores de uma universidade norte-americana a respeito da criação de uma droga criada para combater tumores sólidos. A BIND-014, como foi nomeada, começa a desenhar um caminho rumo à cura definitiva do câncer. Na pesquisa, que já vem sendo aplicada em forma de testes, os cientistas demonstram a capacidade da BIND-014 em atingir um receptor que faz altas concentrações da droga chegarem ao tumor. Por outro lado, diferentemente de outros trabalhos similares, impressionando no estudo é o nível elevado de eficácia e segurança, especialmente em comparação ao quimioterapêutico Docetaxel (Taxotere).

Mas não são somente esses cientistas que mostram ao mundo a relação entre a nanotecnologia e a otimização nos tratamentos de saúde. Desde 2014, pesquisadores da Universidade da Califórnia têm testado robôs minúsculos, usados para introjetar fármacos diretamente em células cancerígenas, reduzindo assim a agressividade dos tratamentos quimioterápicos e agregando maiores chances de cura. Trata-se de uma nanopartícula anticancerígena chamada Nanoporphyrin que consegue reconhecer as células problemáticas e projetar sobre elas os medicamentos do tratamento, atingindo apenas o que está causando mal.

 

Produção local de fármacos

Pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) demonstraram existir a possibilidade de os medicamentos serem produzidos no exato local onde são necessários. O trabalho já vem sendo usado por algumas instituições norte-americanas e alcançando ótimos resultados em relação à administração de medicamentos. Aí se vê, mais uma vez, o uso da nanotecnologia na saúde, uma vez que essa possibilidade se concretiza quando nanorobôs conduzem proteínas para enviarem sinais específicos às células. O projeto será extremamente útil, pois muitas drogas usadas em tratamentos terapêuticos acabam dissolvidas pelo corpo antes de chegarem a seus destinos.

 

Nanotecnologia no tratamento de AVC

Seguindo essa mesma perspectiva, coágulos sanguíneos alocados no cérebro poderão, em breve, ser desobstruídos com muito mais facilidade e de forma muito menos invasiva. A nanotecnologia permitirá a utilização de um dispositivo capaz de abrir um pequeno canal, simultaneamente, onde o uso de um anticoagulante agirá especificamente nas células bloqueadas. É a nanoterapia voltada para o tratamento do Acidente Vascular Cerebral.

Esse estudo vem sendo conduzido pela Universidade de Harvard e promete substituir o tratamento atual, que envolve a colocação de um pequeno tubo para sugar o coágulo fisicamente pelos canais. Esse tratamento, além de ser extremamente agressivo, não garante cura total. Afinal, nem todos os coágulos conseguem ser removidos dessa maneira, podendo permanecer no local ou até se deslocar pelos vasos.

 

Engenharia de tecidos

Nessa área há estudos bastante avançados aqui no Brasil. O Laboratório de Hematologia e Células-Tronco da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) vem realizando, desde 2013, uma pesquisa inédita sobre a reconstrução de tecidos humanos por meio da nanotecnologia. O uso de partículas para ajudar no desenvolvimento de certos tipos de tecido ou mesmo na construção de opções sintéticas que não causem rejeição pelo organismo, vem sendo estudado com profundidade no país para que, em breve, possa facilitar o processo de intervenção cirúrgica nos hospitais nacionais. É importante lembrar que essa tecnologia, em escala atômica, possibilitaria ainda a ampliação da compatibilidade e longevidade das próteses com o organismo do paciente.

 

Diagnóstico ultrassensível

Utilizando nanopartículas de 5 a 100 nanômetros será possível mapear diversos índices apurados pelo sangue ou pelo DNA do indivíduo. Tal tecnologia permitirá acompanhar, em tempo real, altas taxas de colesterol, número reduzido de glóbulos brancos ou hemácias e assim por diante, bem como diagnosticar a tendência de um paciente a desenvolver doenças ligadas à sua carga genética.

É simplesmente inquestionável que a nanotecnologia na saúde, em um futuro não tão longínquo, estará nos consultórios, nos setores de diagnóstico por imagem e nas salas de cirurgias dos hospitais pelo mundo afora. Por isso é que se faz necessário contar com sistemas integrados, que certamente ajudarão as instituições de saúde no processo de implantação dessas tecnologias. Está preparado para o futuro?

Agora comente aqui e nos conte se já conhecia todas essas possibilidades trazidas pela nanotecnologia! E que tal aproveitar para descobrir se vale a pena correr risco com um software free para diagnóstico?

Notícias MV Blog

;